CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

3 687 - A rotação para o BC12, a apresentação de especialistas no RC4

Furriéis milicianos Cavaleiros do Norte na messe do Quitexe: Bento (que
 se apresentou no RC4 a 28/02/1974), Rocha, Viegas, Flora, Lopes (enfermeiro,
 de óculos), Capitão (falecido a 05/01/2010) e Ribeiro. Em baixo, Carvalho,
 Belo (que se apresentou a 28/02/1974), Lopes (atirador) e Reino


Os furriéis milicianos Neto (que hoje faz 65 anos, em
Águeda) e Viegas, no seu quarto do Quitexe. Aqui, gra-

vavam cassetes para enviar a familiares e amigos

O 28 de Fevereiro de 1975, ano não bissexto, foi tempo de mais uma reunião preparatória da rotação da CCS e da 2ª. CCAV. 8423 para Carmona.
A esta cidade e por esta razão, se deslocou uma vez mais o comandante Almeida e Brito. Estava cada vez mais próxima a saída da CCS do Quitexe e de um grupo de combate da companhia de Aldeia Viçosa. Seria a 2 de Março.
A Ordem de Serviço nº. 50, de 01/03/1974, com as
 apresentações dos furriéis milicianos José Lino,
Agostinho Belo e Francisco Bento, a 28/02/1974
Os outros pelotões da 2ª. CCAV. 8423 saíram a 11 de Março, assim se completando a primeira parte da rotação dos Cavaleiros do Norte.


Apresentações no
RC4 / BCAV. 8423

A 28 de Fevereiro de 1974, há 43 anos e a uma quinta-feira e no Regimento de Cavalaria 4 (RC4), no Campo Militar de Santa Margarida, apresentaram-se muitos futuros Cavaleiros do Norte, por terem sido «nomeados para servir no ultramar» e nas várias companhias do Batalhão de Cavalaria 8423.
Foi a primeira grande chegada de especialistas, ao Batalhão mobilizado para Angola, numa altura em que, recordemos, os atiradores de Cavalaria estavam em férias, depois da escola de recrutas ministrada no Destacamento do RC4 e na Mata do Soares. Apresentaram-se, nomeadamente, enfermeiros, condutores, sapadores, operadores-cripto, apontadores de morteiros e vagomestres.
Furriel Francisco
Manuel G.  Bento

CCS, Companhia
do Quitexe

- Francisco Manuel Gonçalves Bento, furriel miliciano de Operações e Informações, às 11 horas, ido do RI6, do Porto. Ao tempo morador em Santo André, concelho do Barreiro.
- Albertino Ferreira das Neves, maqueiro, às 10 horas e ido do Regimento do Serviço de Saúde, de Coimbra. Residente no Casal, em S. Cosme, em Gondomar.
- Joaquim Ribeiro Moreira, maqueiro, às 10 horas, ido do Regimento de Serviço de Saúde, de Coimbra. Natural de Outeiro, em Duas Igrejas, Penafiel.
- Joaquim Rama Breda, 1º. cabo condutor, às 19 horas e ido do Regimento de Artilharia Pesada 3, na Figueira da Foz. Natural da Barosa, em Leiria.
Sapadores, transferidos 
do RI 2, de Abrantes:
- Manuel Augusto Nunes, o Amarante, natural de Telões, em Amarante. Falecido a 24 de Maio de 2000, vítima de doença cancerosa.
- Afonso Henriques de Sousa, do Freixo, em Mortágua.
- Joaquim Castro Sousa, de Netos, de Jovim, em Gondomar.
- Jerónimo de Oliveira Sousa, de Chousa, em Souselo (Cinfães).
- António Gomes Calçada, da Calçada, em Vila do Conde.
- José Gomes Coelho, de Real de Cima, em Oldrões (Penafiel). Falecido a 13 de Maio de 2007, vítima de doença cancerosa.
- António José da Silva Amaral, da Agra, na Foz do Douro, no Porto.
- Américo da Silva Oliveira, do Alto do Vilar, em Valongo.
- Albino Marques Dias, de Loureiro, em Oliveira de Azeméis.
- Mário da Silva Moreira, natural de Vale do Eirigo, em S. Martinho de Bougado, concelho de Santo Tirso.
- Baltazar Serafim Brites, natural de Serzedinho, freguesia de Ervedosa do Douro, concelho de S. João da Pesqueira.
Carlos Carvalho, 1º. ca-
bo enfermeiro de Zalala

1ª. CCAV. 8423, 
a de Zalala

- Carlos Moreira de Carvalho, 1º. cabo enfermeiro, às 11 horas, ido do RAL 2, em Coimbra. De Feitaria, em Bairros, Castelo de Paiva. Mora em S. Paio de Oleiros (Feira).
- Victor Manuel Dinis Cunha, 1º. cabo enfermeiro, às 10 horas, ido do Regimento de Serviço de Saúde, de Coimbra. De S. João do Campo, mora em S. Martinho de Árvore, em Coimbra
- José Manuel do Carmo Leal, às 10 horas, ido Regimento de Serviço de Saúde, em Coimbra. De S. Mamede de Infesta, Matosinhos.
- António Augusto Alves da Silva, 1º. cabo enfermeiro, às 10 horas, ido Regimento de Serviço de Saúde, de Coimbra. Então residente nas Escadas do Barredo, no Porto.
- Jaime de Jesus Rego, condutor, às 11 horas, ido do Regimento de Artilharia Pesada 3, na Figueira da Foz. Do Casal da Laranjeira, no Cartaxo.
- António Cardoso Pereira, condutor, às 11 horas, ido do Regimento de Artilharia Pesada 3, na Figueira da Foz. De Pousada, em Espadanede, Cinfães.
Vindos do RI2, da Guarda,
apontadores de morteiros:
- Manuel Gonçalves dos Santos, 1º. cabo.
- Joaquim Ferreira Ribeiro, de Searas, S. Mamede de Negrelos, em Santo Tirso.
- Manuel Vieirinha da Cruz, de Boavista, em Aldeia, Barcelos.
- Manuel Ferreira Alves, 1º cabo.
Furriel Abel Mourato

2ª. CCAV. 8423,
a de Aldeia Viçosa

- Abel Maria Ribeiro Mourato, furriel miliciano vagomestre, às 18 horas e vindo do 1º. Grupo CAM. De Portalegre e agora morador em Vila Viçosa.
- António Gomes Rocha, 1º. cabo enfermeiro, às 23 horas, ido do RAL2, em Coimbra. De Melhundes, em Penafiel.
- Artur Mendes Gameiro, clarim, ido do RC8, em Castelo Branco. De Espito, em Vila Nova de Ourém.
- Victor Manuel do Vale Marques, 1º. cabo enfermeiro, às 10 horas, ido Regimento de Serviço de Saúde, de Coimbra. De S. Sebastião da Pedreira, em Lisboa.
- António Ferreira, 1º. cabo enfermeiro, às 10 horas, ido Regimento de Serviço de Saúde, em Coimbra. De Sazes, em Penacova. Mora em Anadia.
- Rui Manuel Duarte Rocha, 1º. cabo condutor, às 11 horas, ido do Regimento de Artilharia Pesada 3, na Figueira da Foz. De
- Paulino J. M. Baptista, às 11 horas, ido do Regimento de Artilharia Pesada 3, da Figueira da Foz.
Vindos do RI2, da Guarda:
- Licínio da Silva Jordão, 1º. cabo apontador de metralhadora. Natural de Louriçal, concelho de Pombal.
- Adriano de Faria Carneiro, 1º. cabo. De Pinheiro Torto, em Landim, concelho de Vila Nova de Famalicão.
- José Augusto de Lima Silva, 1º. cabo atirador de Cavalaria. De Romariz, concelho de Santa Maria da Feira.
- João Francisco da Silva Rocha Azevedo, 1º. cabo apontador de morteiros médios. Residente em Ramalde, no Porto.
- Victor Manuel Nunes Vicente, 1º. cabo apontador de morteiros. Então residente em Xabregas, em Lisboa.
Furriel Agostinho Belo

3ª. CCAV. 8423,
a de Santa Isabel

- Agostinho Pires Belo, furriel miliciano vagomestre, ido do RC8, em Castelo Branco. Do Retaxo, em Castelo Branco.
- José Rodrigues Lino, furriel miliciano mecânico, também ido do RC8, em Castelo Branco. É natural, residente e empresário no Fundão.
M. Quaresma da Silva
faleceu a 06/02/2004
- Armando Mendes da Silva, clarim, ido do RC8, em Castelo Branco. Do Cercal, no Olival, Vila Nova de Ourém.
Idos do RI2, da Guarda,
apontadores de morteiros:
- Fernando Martins Simões, 1º. cabo. De Aveledo, no Carvalho, Penacova.
- António Augusto Simões, 1º. cabo. De Ponte de Vagos, em Calvão, Vagos.
- Manuel Quaresma da Silva, 1º. cabo. De Cacia, em Aveiro, onde faleceu a 6 de Fevereiro de 2004, de doença.
- Adriano Martins de Oliveira, 1º. cabo. De Areosa, no Porto.
O 1º. cabo Almeida
faleceu há 8 anos

A morte do 1º. cabo
Joaquim Almeida

O 1º. cabo Joaquim Figueiredo de Almeida, atirador de Cavalaria do PELREC, da CCS, faleceu há 8 anos, a 28 de Fevereiro de 2009, vítima de doença.
Natural e residente Pedrogão, na freguesia de Pedrogão de S. Pedro, em Penamacor (onde faleceu), foi louvado pelo comandante da CCS, certificando ser «militar cumpridor, consciente das suas responsabilidades, não descurando as suas funções operacionais», para além de «muito disciplinado, correcto e sempre pronto a cumprir quaisquer serviços, mesmo voluntários que se solicitassem»
O louvor sublinha «o tempo em que serviu como encarregado do refeitório dos praças e depois no serviço de padeiro, a que facilmente se adaptou, sendo especialmente notório o seu esforço durante os dias em que foi prestado apoio aos refugiados dos incidentes de Carmona». Ver AQUI.
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!
Furriel Neto em 2017

Os 23 anos do
furriel Neto

O furriel miliciano José Francisco Rodrigues Neto festejou 23 anos no Quitexe, a 28 de Fevereiro de 1975 - quando por lá jornadeava na CCS do BCAV. 8423 - os Cavaleiros do Norte.
Furriel de Operações Especiais (os Rangers) e natural de Águeda a Águeda regressou a 8 de Setembro de 1975 e hoje aqui festeja a bonita idade de 65 anos. Empresário do sector das ferragens, mas já aposentado, continua a ter actividade na área e em outras, de natureza social, cultural e confrádica.
A data dos 65 anos tem uma curiosidade: coincide com os 41 anos do seu casamento com Eunice Santos, a agora Ni Neto - a namorada de sempre! Grandes amores!
Parabéns!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

3 686 - Apresentações do tenente Mora e do furriel Nascimento

Os alferes milicianos Jaime Ribeiro e  António Garcia, com os tenentes
 SGE Acácio Luz e João Elóy Mora, que há 43 anos se apresentou no RC4.
Faleceu a 21 de Abril de 1993, em Lisboa e vítima de doença. RIP!!!

Cavaleiros do Norte de Zalala: os furriéis milicianos Victor
 Costa (à esquerda) e José A. Nascimento (que s´apresentou
há 43 anos no RC4), ladeando o soldado Leão (Trombone)


A 27 de Fevereiro de 1975, há 42 anos, o comandante Carlos Almeida e Brito, acompanhado pelo oficial adjunto - o capitão José Paulo Falcão (SGE) - deslocou-se de novo à Zona Militar Norte (ZMN), em Carmona, para preparar a rotação da CCS e da 2ª. CCAV. 8423 para o BC12.
Um ano antes, precisamente e no RC4, em Santa Margarida, apresentaram-se os futuros tenente Mora e o furriel miliciano Nascimento, por terem sido «nomeados para servir no ultramar».
José A. Nascimento
na actualidade
João Eloy Borges da Cunha Mora, natural de Pombal e ao tempo com residência em Lisboa, transferia-se dos Serviços Centrais do Exército (?, SCE), para o BCAV. 8423 «fazendo parte como adjunto da CCS». Foi nesta qualidade - a de adjunto do capitão SGE António Martins de Oliveira, comandante da CCS do BCAV. 8423 - que jornadeou por terras do Uíge angolano, no Quitexe e em Carmona.
Imortalizado na guarnição do Quitexe como «tenente Palinhas» - por sempre exigir a continência, fazendo-a ele mesmo, caso não a prestasse o militar subordinado... -, morava na Lapa, em Lisboa, quando faleceu, a 21 de Abril de 1993, vítima de doença e aos 67 anos. RIP!
José António Moreira do Nascimento, natural de Campanhã, no Porto (e ali regressou a 9 de Setembro de 1975), era então 1º. cabo miliciano vagomestre (de alimentação) e transferia-se do RI 15, aquartelado em Tomar, para a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala. Actualmente, está emigrado nos Estados Unidos.

Greve no porto
do Lobito

A quinta-feira de 27 de Fevereiro de 1975 foi mais um dia de serenidade pelas bandas do Uíge - embora expectante quando à rotação para Carmona... -, mas na Angola que preparava a independência, foi tempo de greves no Porto de Lobito e o MPLA acusava «grupos de provocadores aparentemente ligados à UNITA» de terem estado na origem dos incidentes verificados recentemente, ao tentarem fomentar uma greve». 
O MPLA, em comunicado e segundo o Diário de Lisboa, considerava a greve como «manobra divisionista destinada a criar o caos». Fomentar a greve, afirmava o MPLA, «pára as actividades do porto, é trair os os interesses dos trabalhadores». Por outro lado, o movimento de Agostinho Neto apelava «para a vigilância dos trabalhadores contra as manipulações dos inimigos do povo».

domingo, 26 de fevereiro de 2017

3 685 - O dia em que soube o dia da rotação para o BC12 em Carmona


Cavaleiros  de Zalala: Salsicha (em cima, qual é o nome?) e Costa. Depois, NN, Ro-
gério Raposo, 1º. cabo Victor Cunha (enfermeiro), furriel Victor Costa e Ne-
mo. Em baixo, Júlio Barbosa, Grilo, Zé Maria Costa e Celestino Fernandes

Os capitães José Manuel Romeira Pinto daCruz (e esposa) 
e José Paulo Montenegro Mendonça Falcão, ladeando o
 comandante Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito
 (falecido a 20/06/2003, de doença súbita, em Espanha) no
 encontro de Águeda, a  9 de Setembro de 1995

 O dia da rotação do Batalhão de Cavalaria 8423 para Carmona, e para o BC12, foi decidido a 26 de Fevereiro de 1975, numa reunião de comandantes da Zona Militar Norte (ZMN) em Carmona. Para 2 de Março.
A importante operação voltou a ser motivo de reunião nos dias seguintes (27 e 28) e sabia-se já que companhias rodariam: a CCS, do Quitexe, e a 2ª. CCAV. 8423,a de Aldeia Viçosa. 
O BC12 visto do lado do Songo (1974/75)
Por isso mesmo «foram estabelecidos inúmeros contactos» entre os comandantes das duas subunidades - os capitães António Oliveira (SGE) e José Manuel Cruz (miliciano), com alguns dos seus oficiais.
«Serão estas duas subunidades que rodarão para Carmona», lê-se no Livro da Unidade, apontando o dia 2 de Março como a data do início da rotação.Há algum tempo que se expectava (e especulava) sobre esta data, a do adeus ao Quitexe...) e a estava ela, com destino marcado para o aquartelamento do extinto Batalhão de Caçadores 12 (BC12), que ficava na estrada para o Songo - logo à saída de Carmona.
A 1ª. CCAV. 8423, a do capitão miliciano Davide Castro Fernandes e da Fazenda Zalala, continuaria em Vista Alegre e Ponte do Dange - até 24 de Abril, quando foi para o Songo. E a 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel e do capitão miliciano José Paulo Fernandes, continuaria no Quitexe - até 6 de Junho, quando começou a rodar para a ZMN, em Carmona, o que se concluiu no dia 12 desse mesmo mês.
Manuel I. Vargas em 1974

Condutores em

Santa Margarida

A 26 de Fevereiro de 1974, apresentaram-se em Santa Margarida e no Destacamento do RC4, três condutores transferidos do Regimento de Infantaria nº. 6, do Porto, para o BCAV. 8423.
O Vargas (actual) 
Os três iam destinados à 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e foram os seguintes:
- Manuel Idalmiro Vargas: Açoreano da ilha do Pico, onde é empresário do sector dos lubrificantes. É habitual participante dos encontros da 1ª. CCAV.
- Fernando Alves da Silva: natural da freguesia de de Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre, no Gerez.
- Manuel da Conceição Almeida: residente no Bairro Santos Moleiro, freguesia de Mira Daire, concelho de Porto de Mós.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

3 685 - Cavaleiros no RC4 e a (não) demissão do Governo!

Dois Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, ambos atiradores
de Cavalaria: Manuel Barroso e Alberto Pimenta, que hoje faz 65 anos!




O dia 25 de Fevereiro de 1974 foi tempo de apresentação de mais um novo Cavaleiro do Norte, em Santa Margarida e no RC4, «por ter sido nomeado para servir no ultramar e com destino à 3ª. CCAV. 8423/74»: o soldado Ângelo Simões Teixeira, de transmissões (foto ao lado, já em Zalala), e transferido do Regimento de Infantaria 1, na Carregueira.
O Teixeira era (e é) de Amoreira Cimeira, na freguesia de Portela do Fogo, do concelho de Portela da Serra. Actualmente (foto de baixo e à civil), mora em Alverca do Ribatejo, onde é comerciante na área do calçado, dono dos armazéns SITEX e também com algumas lojas do sector abertas naquela região.

A (não) demissão no Governo de Angola

A 25 de Fevereiro de 1975, o Diário de Lisboa dava conta que Cornélio Caley, Secretário de Estado do Trabalho de Angola, por parte do MPLA, iria ser «demitido por se ter descoberto que mantinha relações secretas com a UNITA». Mas a Casa de Angola em Lisboa enviou um desmentido ao jornal, informando que «por motivos de saúde, pediu a sua demissão do cargo, no qual será substituído pelo camarada Aires de Almeida Machado».
«Este facto foi distorcido por algumas agências noticiosas, resultando daí uma notícia cujo conteúdo é falso», inserindo-se, sublinhava, «numa campanha mais ampla, movida pelo imperialismo e demais forças reaccionárias, no sentido de denegrir a imagem nacional e internacional do MPLA, que, no prosseguimento da sua linha de acção, continua a ser o inimigo número um do imperialismo internacional e seus agentes internos».
A Casa de Angola acrescentava que «o maior desmentido material a tal notícia situa-se no facto de o camarada Cornélio Caley ter dado e continuar a dar, desde a sua filiação no MPLA, as mais abnegadas provas de militância revolucionária no seio da organização».

Os 65 anos do Alberto
Barbas de Zalala!!!

O atirador de Cavalaria Alberto Pimenta fez 23 anos no dia 25 de Fevereiro de 1975, estava ele por Vista Alegre. Hoje, festeja 65! Já se passaram mais 42!!!
Alberto Abel Alves Pimenta é do Mindelo, em Vila do Conde, e lá voltou a 9 de Setembro de 1975, finda a comissão em Angola. Por Angola começou a deixar crescer a barba (foto deste post, em cima), que nunca mais cortou e é hoje (ver a foto do lado) a sua imagem de marca. É mecânico profissional e participante habitual e activo dos vários encontros de confraternização dos Cavaleiros do Norte de Zalala!
Parabéns!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

3 684 - Apresentação do alferes Cruz, acusações do MPLA a Chipenda

Os milicianos furriel Manuel Machado e alferes António Albano Cruz
num das muitas saídas do Quitexe para manutenção de armas e
 equipamentos de transporte das subunidades do BCAV. 8423


Os alferes milicianos António Garcia e António Cruz
 na Fazenda Vamba, numa das muitas saídas dos Cava-

leiros do Norte, sob escolta do PELREC, em 1974/75
O futuro alferes miliciano Cruz apresentou-se no RC4 e no BCAV. 8423 a 24 de Fevereiro de 1974 - há precisamente 43 anos!
António Albano Araújo de Sousa Cruz, ao tempo morador em Aldoar, no Porto, era (e é) natural de Santo Tirso, onde reside. Apresentou-se nesse dia de há 43 anos, oriundo da Companhia Divisionária de Material Militar (CDMM), no Entroncamento. 
Ordem de Serviço nº. 50 do RC4, 
de 1 de Março de 1974, com a
 apresentação do alferes António Cruz
O então aspirante a oficial miliciano era licenciado em engenharia mecânica e recém-casado - com a médica dra. Margarida Cruz, que o acompanhou na jornada angolana do Uíge e foi professora na escola do Quitexe.
Tinha feito a sua formação e especialização militar na Escola Prática de Serviço de Material (EPSM), em Sacavém, e apresentou-se no Regimento de Cavalaria nº. 4, em Santa Margarida, às 19 horas desse domingo, «por ter sido nomeado para servir no ultramar, com destino à CCS do BCAV. 8423». 
Poucos futuros Cavaleiros do Norte por lá encontrou, a não ser alguns quadros profissionais e uns poucos especialistas, já que o grosso do militares (praças) tinha acabado de entrar de férias, após «a chamada instrução especial». Só voltariam ao Destacamento do RC4 no dia 4 de Março seguinte, prosseguindo a preparação operacional que antecipava a partida para o teatro de guerra para que estavam mobilizados - para Angola. O que, no caso da CCS, só viria a acontecer a 29 de Maio desse ano de 1974.

Facção Chipenda e o MPLA

Um ano depois, precisamente, o comandante Almeida e Brito voltou a reunir em Carmona (para tratar da rotação do BCAV. 8423) e o Estado Maior das FAPLA, o exército do MPLA, através de comunicado, comentou a integração de Daniel Chipenda na FNLA.
«As forças imperialistas postas ao serviço do sr. Daniel Chipenda não eram o resultado de uma revolta e muito menos constituíam uma «dissidência» no seio do MPLA. Pelo contrário - provam-nos os factos agora - estas forças constituíram sempre um corpo estranho imposto pelo imperialismo no seio do seu movimento, para criar confusão política e praticar actos de diversão militar», sublinhava o comunicado do MPLA, afirmando as FAPLA como «prontas a ripostar com a necessária violência revolucionária, a todas as agressões políticas ou militares, visando roubar o povo angolano das conquistas realizadas durante a luta armada de libertação de Angola».
Emblema da 2ª. CCAV. 8423

Os 23 anos do 1º. cabo
Balha da 2ª. CCAV.

O 1º. cabo Balha fez 23 anos a 24 de Fevereiro de 1975, quando jornadeava pelo norte de Angola.
Fernando Balha Ferreira, de seu nome completo, foi um discreto e eficiente atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa e do capitão miliciano José Manuel Cruz, e regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, sendo recebido em festa na sua terra natal, em Cabecinhas, na freguesia da Lamorosa, concelho de Coruche. 
Fixou-se ali por perto, na povoação de Salgueiro, por ali fez vida profissional e familiar e comemora hoje nada mais nada menos que 65 anos. Dia 24 de Fevereiro de 2017. Parabéns!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

3 683 - Atiradores do BCAV. de férias, chegada de novos Cavaleiros...

A entrada do quartel da 2ª. CCAV. 8423, a do capitão miliciano José Manuel
 Cruz, na Estrada do café, entre Luanda e Carmona. Em pose, está o Cava-
leiro do Norte António Joaquim da Rocha Soares, de Valbom, em Gondomar

Alferes milicianos Jaime Ribeiro, Augusto Rodrigues
 e José Alberto Almeida na messe de oficias do Quitexe
A 23 de Fevereiro de 1974, um sábado para domingo e pouco depois das 11 horas de noite, apresentaram-se no RC4 vários militares para as várias companhias operacionais dos futuros Cavaleiros do Norte. Iam de férias os atiradores que tinham acabado a recruta e começavam a chegar outros, estes todos oriundos do RI 11, de Setúbal, por «terem sido nomeados para servir o ultramar, com destino ao BCAV. 8423».
Vilaça da Silva, um dos
 Cavaleiros do Norte que
 se apresentou há 43 anos
Todos eles eram apontadores de morteiros e para as seguintes companhias operacionais:
- 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias: Manuel de Almeida Novo (1º. cabo, que era natural de Calde, em Viseu), José António Tavares de Sousa (de Pedras Novas, em Leça da Palmeira, de Matosinhos) e Manuel Joaquim Vilaça da Silva (da Barroca, em Ouriz, concelho de Vila Nova de Famalicão).
- 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz: Adelino Augusto Ferreira do Couto (de Lousada, em Vila Nova de Famalicão) e António Manuel Magalhães Macedo (de Cimo de Vila, em Penafiel).
- 3ª. CCAV. 8423, a  de Santa Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes: José Agostinho da Silva Ferreira (1º. cabo, de Vila Chã, freguesia de Santo Estevão de Briteiros,  concelho de Guimarães), Fernando da Silva Oliveira (de Sub-Estrada, em Nespereira, também em Guimarães) e António Moreira de Carvalho (do lugar de Teixogueira, freguesia de Milagres, em Leiria).
O monumento que evoca os mortos de Odivelas
 na guerra colonial. Entre eles, sublinhado, o Cava-
leiro do Norte Joaquim Manuel Duarte Henri-
ques, da 1ª. CCAV. 8432, a de Zalala 

Morte de Henriques,
Cavaleiro de Zalala

O mesmo dia e hora foi tempo de apresentação do 1º. cabo Aurélio P. Oliveira, chegado do 2º. GCAM. Não se sabe a que companhia se destinava e o seu nome não aparece nas listagens de nenhuma. Provavelmente, não seguiu para Angola.
A véspera registara a apresentação, às 19 horas, do soldado Joaquim Manuel Duarte Henriques «por ter terminado a pena que lhe foi imposta». Era atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e viria a falecer em Angola, vítima de doença, a 21 de Setembro de 1974.
Doente em Zalala, foi então evacuado para a enfermaria do Quitexe e, tanto quanto se supõe, passou pelo Negage, antes de ser levado para o Hospital Militar de Luanda - onde faleceu. 
O corpo foi trasladado para o cemitério de Odivelas, a sua terra natal, e o seu nome está em memória no monumento. Era filho de João Pedro Henriques e Delfina da Conceição Duarte. RIP!!!

Notícia do Diário de Lisboa de 24/02/1975

Mais mortos
em Angola

Um ano depois, o 23 de Fevereiro de 1975 foi um  domingo e dia de,. ao fim da tarde, «registarem-se novos incidentes em N´Dalatando (antiga Salazar)».«Elementos pertencentes ao MPLA cercaram a Delegação da FNLA, gritando slogans como «Abaixo a FNLA imperialista!» e disparando contra os membros da FNLA», relatava o Diário de Lisboa de 24 de Fevereiro, precisando que «verificou-se a morte de dois civis, um negro e um branco, e dois feridos».
Nova Lisboa foi palco de novos combates entre elementos da Facção Chipenda e o MPLA, com um morto. O MPLA e a FNLA, em comunicados separados, condenaram os incidentes e as Forças Armadas Portuguesas anunciaram «medidas firmes para evitar a repetição dos incidentes».

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

3 682 - O final da recruta dos futuros Cavaleiros do Norte

Cavaleiros do Norte da CCS na caserna do PELREC, no Quitexe. Atrás, Florêncio, Messejana, Marcos
(de cigarro na boca), 1º. cabos Cordeiro e Soares. NN, 1º. cabo Vicente (tronco nu, falecido a 21/01/1997,
de doença e em Vila Moreira, Alcanede), NN, Francisco (cigarro na boca e cerveja na mão) e 1º. cabo Al-
 meida (cigarro na boca, f. a 28/02/2009, de doença e em Penamacor). À frente, 1º. cabos Almeida (cozinhei-
ro) e Silvestre, NN, Madaleno, furriel Neto e Aurélio (o Barbeiro, que amanhã faz 65 anos em Ferreira do Zêzere) 





O dia 22 de Fevereiro de 1974 pelos lados do Destacamento do RC4, em Santa Margarida, foi o último dos exercícios finais da Escola de Recrutas do BCAV. 8423 - os futuros Cavaleiros do Norte do Uíge angolano.
A recruta começara informalmente a 7 de Janeiro desse ano, dia dos «primeiros contactos entre oficiais, sargentos e praças».
«Poderá dizer-se que a apresentação foi informal, tendo propriamente começado os contactos formais às 9 horas de 8 de Janeiro, numa reunião de trabalho em que estiveram presentes os quadros do BCAV., tendo esta sido precedida de uma palestra a todo o pessoal, na qual foram expressos os princípios e hábitos de vida que teriam de nortear a vida do BCAV., durante o tempo em que, como unidade constituída, vivesse no RC4 e na RMA», lê-se no Livro da Unidade.
Os exercícios finais tinham começado no dia 18 anterior e decorreram na chamada Mata do Soares, na área envolvente do Campo Militar de Santa Margarida. O BCAV. 8423 «completou deste modo a primeira arte da sua instrução, a chamada instrução especial», refere o Livro da Unidade, acrescentando que «após um ligeiro interregno», que correspondeu a uns dias de férias, «começaram os especialistas a apresentar-se» a partir de 4 de Março desse ano de 1974. 

Facção de Chipenda
integra-se na FNLA

Um ano depois e ao 9º. mês da nossa jornada africana de Angola, a grande novidade chegava de Kinshasa, onde Daniel Chipenda anunciou que os seus homens - os da Revolta do Leste, dissidente do MPLA - iam «fundir-se com as forças da FNLA». E acrescentou que «a partir desta data, colocamos as nossas tropas sob o alto comando do estado maior general da FNLA, com a condição de os nossos oficiais continuarem a comandar as nossas unidades».
Chipenda tinha sido oficialmente expulso do MPLA e comandava na ordem dos 3000 homens armados. A partir desta data, reportava o Diário de Lisboa, «passa a ser representante do movimento de Holden Roberto no governo de Transição». Representante, pois, da FNLA.
O MPLA reagiu em comunicado e anunciou a rendição, na Frente Leste, de vários comandantes de Daniel Chipenda, nomeadamente Luhelo, Karchukutchuku, Ácido e Muhongo Nabanka, que «até esta data se encontravam integrados nas tropas imperialistas de Daniel Chipenda».
«Renderam-se na área do Cazombo e estão em processo de reintegração nas FAPLA», acrescentava o comunicado do Estado maior das FAPLA, o braço armado do MPLA, frisando ainda que «estas rendições seguem-se às dos comandantes Mafuta, Cow-boy, Pela Virianga e Bala Direita que, com as suas tropas, se tinham rendido às FAPLA em Janeiro».


Aurélio Júnior, o Barbeiro,
65 anos em Pias do Zêzere

O Barbeiro da CCS está amanhã em festa dos 65 anos, que comemora em Pias, no concelho de Ferreira do Zêzere.
Aurélio da Conceição Godinho Júnior - em fotos de 1974/75 e 2015 (em baixo) - foi atirador de Cavalaria do PELREC, mas, no Quitexe e depois em Carmona, «acumulava» com as funções de barbeiro. Daí, ser popularizado como... Barbeiro. Ainda hoje. 
Regressou à sua Pias natal, ao lugar do Telheiro, a 8 de Setembro de 1975, e ali casou, foi pai, enviuvou e voltou a casar, governando a vida como pequeno empresário do sector dos electrodomésticos, electricidade e energias alternativas, entre outras actividades que o tornaram gente maior entre as suas gentes ferreirenses. 
É um grande entusiasta dos encontros da CCS (co-organizou o de 2010) e amanhã, dia 23 de Fevereiro de 2017, assoprará as velas da bonita idade de 65 anos. Parabéns para ele!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

3 681 - Calma no Quitexe uíjano à espera de rodar para o BC12

Patrulha-auto nas matas do Uíge, em 1974. Aqui, um grupo de combate da
CCAÇ. 209, a da Fazenda do Liberato, principalmente formada por naturais
 ou residente angolanos, mas com quadros europeus. Foto Nogueira da Costa

Soares, Branco e Delgado (que faleceu a
 22/02/2010), três Cavaleiros do Norte
da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa
A sexta-feira de 21 de Fevereiro de 1975 foi tempo de, pelo Quitexe e através da Emissora Oficial de Angola, se ouvir um apelo da FNLA e da UNITA ao Grupo de Daniel Chipenda«con-
vidando-o a abandonar a sua existência como grupo armado, o que poderá levar a uma lutar fratricida». Para, resumidamente, «se integrar num dos movimentos de libertação».
O mesmo comunicado exigia «a imediata demis-
são do Governador de Moçâmedes», acusando-o de «deliberado parcialismo em favor do MPLA, em detrimento dos outros movimentos» - não por acaso, justamente a FNLA e a UNITA -, para além de «incapacidade manifestada em manter a tranquilidade e a paz na área do distrito».
Furriéis milicianos da 1ª. CCAV. 8423 a de
 Zalala: José Nascimento e Manuel Dias (fale-
cido  20/10/2011, em Lisboa e de doença)
 

Calma no Uíge, à 
espera do BC12

O Uíge, com capital em Carmona, continuava calmo e com os Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423 expectantes quanto ao seu futuro próximo - sabendo já que iriam rodar para a capital provincial e para o quartel do então pré-extinto Batalhão de Caçadores 12 (o BC12). Quando iriam para a cidade?, era a grande questão.
Agostinho Neto, presidente do MPLA e em declarações ao Diário de Luanda, comentou a sua visita a Brazzaville, nomeadamente afirmando que «os Chefes de Estado africanos, de uma maneira geral, estão preocupados com a situação em Angola». E isto porque, sublinhou Agostinho Neto, «não se vê muito nem como Angola irá passar da fase da transição para a independência e como será resolvido o problema de Cabinda».
Agostinho Neto (MPLA)

Terras do café
do sul d´Angola

Agostinho Neto avistara-se com o presidente Marien N´Gouabi e, ao Diário de Luanda, comentou também as suas preocupações quando ao «problema das terras», nomeadamente sublinhando que se tornava «imperiosa a imediata distribuição de terras, sobretudo nas zona de cultura de café do sul de Angola». Pelas bandas de Gabela, eram proprietários de fazendas quatro conterrâneos do autor deste blogue: Mário Neves, Rafael Polido/Cecília Neves e Clemente Pinheiro (familiares) e Anacleto Cunha Melo (conterrâneo). Não ficaram sem as suas fazendas por essa altura, mas tiveram de as abandonar por volta de Julho/Agosto de 1975, quando a guerra fratricida dos movimentos por lá semeou sangue e lutos. E tiveram de fugir!
Abílio Delgado, 1º. ca-
bo atirador, em 1975

A morte do 1º. cabo
Abílio Delgado

O 1º. cabo Delgado faleceu há 7 anos, que se evocam amanhã, dia 22 de Fevereiro de 2017.
Abílio da Fonseca Delgado era do Casal da Charneca, freguesia de Évora, concelho de Alcobaça, e lá voltou a 10 de Setembro de 1975, no final da sua comissão em Angola - onde serviu como atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa.
Casou, teve três filhas (a mais nova actualmente com 32 anos) e por lá fez vida como empresário, gerindo uma exploração de coelhos. Uma embolia cerebral fê-lo perder a vida, aos 58 anos - a 22 de Fevereiro de 2010. Hoje, véspera dos 7 anos do seu passamento, aqui o evocamos cm saudade. RIP!!! 

3 680 - Os incidentes no estádio do Uíge, 17 mortos e 57 feridos

Imagens dos incidentes que, a 10 de Fevereiro de 1975, provocaram 17 mortos e 58 feridos no Estádio
 4 de Janeiro, no Uíge (antiga Carmona), no jogo Santa Rita de Cássia-Recreativo do Líbolo (0-1) do Girabola


A Federação Angolana de Futebol (FAF) concluiu que falhas no plano de segurança. no exterior de um estádio de futebol, no Uíge, levaram ao incidente que provocou 17 mortos e 58 feridos no jogo de estreia do Girabola 2017.
«O cordão de segurança da área exterior ao recinto da realização do jogo não obedeceu aos parâmetros normais e, corolariamente, não forma observadas as distâncias necessárias para garantir o acesso ao estádio, permitindo-se, assim, que populares com e sem bilhete válidos para assistir ao jogo estivessem muito próximos da entrada em referência», lê-se no comunicado do conselho da direcção da FAF, com as conclusões do inquérito ao incidente, enviado esta segunda-feira à Lusa.
O Santa Rita de Cássia é um clube de Uíge (a cidade de Carmona, do tempo da administração portuguesa e presença dos Cavaleiros do Norte edo BCAV. 8423), fundado em 2015 e que, nesse jogo, se estreava no Girabola - o campeonato nacional angolano da 1ª. divisão de futebol. 
- Foto e mais texto, AQUI
- Jornalista detido, AQUI

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

3 679 - Serenidade em terras uíjanas, comandante em Carmona!

Cavaleiros do Norte no Quitexe: 1º.s cabos Soares, Oliveira e Pais, furriel Rocha, 1º. cabo Estrela (bra-
ços cruzados), Silva, alferes Hermida (de bigode), Zambujo (idem), furriel Pires (TRMS), Felicíssimo
 (1ª. CCAV.), 1º. cabo Mendes, Soares, 1º. cabo Pires (Fecho-eclair?, de mão no queixo) e NN. À frente, 
NN, Costa, 1º. cabo Salgueiro, furriel Cruz e 1º. cabo Tomás.Quem identifica os NN?

Cavaleiros do Norte do PELREC: Ferreira, 1º. cabo Vi-
cente (falecido a 21/01/1997, de doença) e Francisco
 (atrás), Marcos (tapado), furriéis Neto e Monteiro (à
 civil), 1º. cabo Almeida (f. a 28/02/2009, de doença) e
 Caixarias cortado). À frente, Aurélio (Barbeiro, de
cerveja na mão) e Leal (f. a 18/06/2007, de doença)



O comandante Carlos Almeida e Brito voltou à Zona Militar Norte (ZMN), na cidade de Carmona, no dia 20 de Fevereiro de 1975, de novo para «ultimar os aspectos da rendição do BC12», para onde se iria deslocar a guarnição do BCAV. 8423.
Os tempos quitexanos de há 42 anos continuavam muito serenos, sem incidentes especiais, entre o bom companheirismo dos Cavaleiros do Norte da CCS (comandada pelo capitão António Martins de Oliveira, do SGE) e da 3ª. CCAV. 8423 (a do capitão miliciano José Paulo de Oliveira Fernandes), que a 10 de Dezembro tinha rodado da Fazenda Santa Isabel - a uns 40 quilómetros.
Cavaleiros do Norte de Zalala, da 1ª. 
CCAV. 8423: João (Cigano) e Neves (Bo-
linhas), em cima; Raposo e furriel Louro
O mesmo acontecia com as guarnições de Aldeia Viçosa (a da 2ª. CCAV. do capitão miliciano José Manuel Cruz) e Vista Alegre e Ponte do Dange (da 1ª. CCAV., do capitão miliciano Davide Castro Dias). E, sempre, quando se encontravam umas com as outras. Era, evidentemente, a consequência da formação cultural e social dos Cavaleiros do Norte e também, vale a pena, pelo «espírito de corpo (...) coeso, disciplinado e disciplinador» fomentado no período de formação do BCAV., um ano antes, precisamente, no destacamento do RC4 do Campo Militar de Santa Margarida.

Eleições em Portugal
para a Constituinte

A quinta-feira desse 20 de Fevereiro de há exactamente 42 anos também não foi de grandes novidades, a nível da Angola que se preparava para ser independente - para além dos já repetidos incidentes entre a gente armada dos três movimentos. Um pouco por todo o território.
De Portugal, chegavam nomes dos primeiros candidatos às eleições para a Assembleia Constituinte, nomeadamente os do (já extinto) MDP/CDE. Com algumas curiosidades, como a do futebolista Artur Jorge, mais tarde treinador do FC Porto, Benfica e selecção nacional (em 14º. lugar, por Lisboa), e do cantor Manuel Freire (por Aveiro). E as de Pereira de Moura, José Tengarrinha e Alice Vieira (por Lisboa).


Instrução especial
em Santa Margarida

Um ano antes, Fevereiro de 1974 e pelas bandas do Campo Militar de Santa Margarida (como acima se fala), continuavam os exercícios finais da Escola de Recrutas do BCAV. 8423, também sem grandes alterações.
Os exercícios, entre os dias 18 e 22 de Fevereiro de 1974, correspondiam à chamada «instrução especial», a primeira do plano de preparação operacional dos futuros atiradores de Cavalaria dos Cavaleiros do Norte. Que eram a esmagadora maioria da guarnição que se preparava para a jornada africana de Angola. Ainda faltavam os especialistas. Começariam a chegar nas semanas seguintes e a consolidar o «espírito de corpo» do BCAV. 8423.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

3 678 - Comandante na ZMN a preparar rotação para Carmona!

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, num momento bem descon-
 traído: Fernando Jesus Costa Coelho, Rogério Silvestre Raposo (que amanhã
 faz 65 anos),  José Pereira Costa Aires e 1º. cabo Carlos Alberto P. Tavares Ferreira
O 1º. cabo Jorge Manuel Silva e Rogério Sil-
vestre Raposo nas Quedas Duque de Bragança 

Aos 19 dias de Fevereiro de 1975, o comandante Almeida e Brito deslocou-se uma vez mais ao comando da Zona Militar Norte (ZMN), em Carmona, desta feita para «ultimar aspectos da rendição do BC12» - o futuro quartel do BCAV. 8423.
Ao tempo, e face a essa «rotação do BCAV e das suas subunidades» e também porque «estas estavam a braços com grandes problemas no respeitante às suas cargas», o comandante «não realizou as visitas que, do antecedente, se verificavam, deixando assim liberdade de actuação» as respectivos comandos. 
O BC12 em Carmona (1974/75)
Ao tempo, as escoltas ao tenente-coronel e comandante Almeida e Brito eram invariavelmente asseguradas pelo PELREC ou pelo Pelotão de Sapadores e os seus homens, nestas deslocações à cidade, aproveitavam para fruir dos lazeres e prazeres que ofereciam e que não existiam pelo Quitexe. Deixavam as armas na arrecadação da ZMN e só voltavam para as levantar na hora do regresso à vila onde se aquartelava o comando e a CCS dos Cavaleiros do Norte. Por este tempo de 1975, também a 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel - que lá tinha chegado a 10 de Dezembro de 1974. 

Neto no Congo e Chipenda
fora de Luanda

O dia, uma quarta-feira, não foi abundante em notícias sobre a actualidade angolana. No entanto, soube-se Agostinho Neto, presidente do MPLA, seguiu para Brazaville e Ponta Negra, após a visita de dois dias a Cabinda e passagem por Luanda. Ir-se-ia avistar com dirigentes da República do Congo.
A véspera (dia 18), todavia, fora tempo para se saber que Lúcio Lara, chefe da delegação do MPLA em Luanda, acusara Daniel Chipenda de se «vender aos interesses estrangeiros» e de «lançar a instabilidade no nosso país»
«Os elementos da Facção Chipenda são veteranos da guerra contra o colonialismo português», salientou Lúcio Lara, exortando-os a «lutar patrioticamente por uma Angola melhor, mas sem armas, ou pelo menos sem armas que ameacem o nosso povo».
Raposo em 1974/75
Soube-se também que, reportava o Diário de Lisboa, «os partidários armados de Chipenda tinham sido expulsos de Luanda na quinta-feira passada pelas forças do MPLA, que invadiram os escritórios que ocupavam na capital». Quinta-feira, dia 13 de Fevereiro de 1975.

Raposo de Zalala,
67 anos em Angola!
Raposo em 2017

Rogério Raposo, Cavaleiro do Norte de Zalala, está em festa dos 65 anos, a 20 de Fevereiro de 2017.
Rogério Silvestre Raposo foi soldado de transmissões de infan-
taria da 1ª. CCAV. 8423 - a da «mais rude escola de guerra» - e depois de Vista Ale-gre/Ponte do Dange, Songo e Carmona. Voltou a Angola e lá trabalha há mais de 20 anos, para uma em-
presa portuguesa localizada em Viana, nos arredores de Luanda - depois do Campo Militar do Grafanil, na Estrada de Catete. Divide-se entre Angola (já foi a Zalala...) e Sintra, onde tem a residência de Portugal.
Há precisamente 42 anos, por lá festejou os seus verdes e saudosos 25 - já então pai de Ana, que deixou bebé antes da partida para a jornada africana do Uíge angolano. Os gémeos Marisa e Ludjero viriam a enriquecer o seu núcleo familiar. Hoje, na véspera dos seus maduros 65 anos, aqui lhe deixamos o nosso abraço de parabéns!
- «O Raposo de Zalala que voltou
a Angola» - Ver AQUI