CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 15 de novembro de 2015

3 215 - Zalala, Governo de Angola e «assalto» a Carmona

Cavaleiros do Norte de Zalala em Geraz do Minho: Pimenta (grandes barbas!), 
Agra (Famalicão), Barreto (de perfil), Mota Viana (de pé), Queirós (de 
óculos) e Amaral, o Bolinhas (de Penacova, que hoje faz 63 anos)



Pinto e Viegas, dois furriéis milicianos
de Operações Especiais (os Rangers), que
se reencontraram 41 anos depois de ambos
terem concluído o curso do Centro de Instrução
de Operações Especiais (CIOE), em Lamego
O (re)encontro de Cavaleiros do Norte de Zalala não teve discursos «oficiais», mas não faltaram as palavras de emoção, que evocaram tempos muito especiais das suas (nossas) vidas! O Queirós, que por lá foi furriel miliciano atirador de cavalaria e por cá ganhou a vida como vendedor de automóveis, foi dos mais emotivos, num caldear de histórias e estórias que nos fizeram recuar 40 anos - aos tempos da nossa juventude mais forte e generosa, quando por terras do Uíge angolano vivemos a nossa jornada africana.
Há 41 anos, por exemplo, estávamos na expectativa do que se passaria em Cabinda, onde a FLEC queria a independência e um grupo de homens armados (antigos TE, os Tropas Especiais) tinha feito reféns numa guarnição  militar. E havia denúncias de «movimentações neo-colonialistas no sentido de impedir que o MPLA integrasse o Governo». MPLA que, pela voz de Lúcio Lara, apontava o dedo a «provocações de parte da população que, em Luanda, vive no asfalto»
A FNLA atacava a a Junta Governativa e o MPLA, explorando, segundo o Diário de Lisboa, «alegada divisões dentro deste movimento». A UNITA, de sua parte, «tem-se remetido a prudente silêncio, evitando ataques ou críticas ao MPLA e à Junta Governativa».
Os Cavaleiros do Norte, na sua ZA do Uíge, cumpriam tarefas em período de descontracção e, aqui e ali, recebendo contactos de elementos da FNLA - o movimento mais influente no norte uíjano.
Um ano depois, é sabido, já

Um Angola era independente e, a 14 de Novembro de 1975 (ontem se fizeram 40 anos), tomou posse o primeiro governo, liderado por Lopo do Nascimento e empossado por Agostinho Neto, o Presidente da República. Incluía os ministros José Eduardo dos Santos (Negócios Estrangeiros e actual PR), Henrique Teles Carreira (Defesa), David Aires Machado (Trabalho), Mário Afonso de Almeida (Saúde), António Jacinto (Educação), Diógenes Boavida (Justiça), Nito Alves (Administração Interna), Carlos Rocha Dilolwa (Planeamento e Coordenação Económica), Maria da Conceição Vahekeny (Assuntos Sociais) e José Filipe Martins (Informação). E os Secretários de Estado Alberto Bento Ribeiro (Comunicações), Augusto Lopes (Teixeira (Energia e Indústria), Saydi Mingas (Finanças), José Victor de Carvalho (Pescas) e Carlos Fernandes (Agricultura). As Obras Públicas, Habitação e Transportes ficaram na dependência do 1º. Ministro. 
A nível militar e na região de Novo Redondo, relatava o Diário de Lisboa que «as FAPLA combatem com as forças invasoras sul-africanas». A batalha era considerada «muito importante, podendo ser decisiva para a evolução da frente sul». Perto de Nova Lisboa, «as FAPLA dominam Chela, onde destroçaram a as forças da UNITA».
Finalmente souberam-se notícias de Carmona. Citamos o Diário de Lisboa de há 40 anos: «Na frente Norte, as forças vitoriosas das FAPLA mantém-se. Úcua, ponto estratégico situado a meio do caminho entre Luanda e Carmona. foi libertado e toda a chamada «rota do café» está sob controlo do braço armado do povo angolano».
As FAPLA, noticiava o DL, «progrediram assim até 340 quilómetros de Luanda, ameaçando os principais redutos da FNLA e preparando um «anel» que isolara Ambriz e preparará a queda de Carmona».
Isto era há 40 anos, quatro dias depois da declaração de independência de Angola.

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