CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 17 de novembro de 2015

3 217 - Mobilização para Angola e os dias 17 de Novembro

Neto, Viegas e Monteiro, os três furriéis milicianos «Rangers»
 da CCS dos Cavaleiros do Norte. No Quitexe, em 1974


O Carvalho e o (furriel) Rodrigues,
no encontro da Póvoa do Lanhoso, a
14 de Novembro de 2015


A mobilização dos três (futuros) furriéis milicianos Rangers da CCS dos Cavaleiros do Norte foi há precisamente 42 anos: dia 17 de Novembro de 1973. 
Falamos do Monteiro, do Viegas e do Neto, ao tempo colocados no quartel-sede do Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE) de Lamego - já como monitores de instrução e depois do curso «Ranger» concluído a 29 de Setembro e, já agora, iniciado no Destacamento de Penude no dia 16 de Julho anterior.
O Victor Cunha e o Horácio Teixeira, no
encontro da Povoa do Lanhoso
A nota mobilizadora tinha o número 47 000 -Processo 33 007, da RSP/DSP/ME e foi, depois, reproduzida na Ordem de Serviço nº. 286, do CIOE, a 7 de Dezembro do mesmo ano. Foi quando dela soubemos, precisamente em Lamego, mas já na sede do CIOE, na cidade.
Um ano depois e já na jornada africana do Uíge, estávamos no Quitexe - onde foi tirada a foto de cima. Por esse tempo, soube-se que a 15 e 16 desse Novembro de há 41 anos, a aviação portuguesa atacou no Enclave de Cabinda, para, segundo o Diário de Lisboa do dia 18, «reprimir um motim no norte, perto da fronteira com o Congo» - chegando a violar o espaço aéreo deste país. Tratava-se da tentativa de libertação dos 22 militares detidos no forte, por antigos Tropas Especiais (TE) afectos à FLEC. Os TE «retiraram para território congolês», onde as autoridades locais «tomaram conta dos reféns portugueses e prenderam um mercenário francês».
«Situação grave na Frente Sul de
Angola, titulava o Diário de Lisboa de
17 de Novembro de 1975
A 17 de Novembro de 1975, já Angola era independente (desde o dia 11), o Diário de Lisboa dava conta que «as FAPLA continuam a reforçar o seu efectivo da Frente Sul», nomeadamente na «linha defensiva montada nos morros do Pundo, próximo de Novo Redondo» - cidade que continuava «controlada pelas FAPLA, assim como a Lunda». Mas a sul, porém, «Lobito, Benguela e Sá da Bandeira continuam ocupadas pelos invasores».
Invasores que, ainda segundo o Diário de Lisboa desse dia, «auxiliados por mercenários portugueses, tiveram de retirar ao longo de toda a linha Caxito/Barra do Dande/Libongos, situando-se agora o seu reduto no Ambriz, onde estabeleceram fortes defesas».
Após as tentativas de 7 e 10 de Novembro, para tomar Luanda, «as forças ocupantes foram completamente rechaçadas pelas FAPLA, sofrendo 600 mortos e perdendo 8 blindados, além de muito outro material de guerra». No dia 10, foi morto o tenente Pais, ex-oficial da FAP e, neste caso, comandante do destacamento de blindados da FNLA.
A ordem de serviço do CIOE com a mobilização
dos futuros furriéis milicianos Monteiro, Viegas e Neto,
 
N mesmo dia 17 de Novembro de 1975, o Diário de Lisboa reportava notícias do «nosso» Uíge angolano: «Também na Frente Norte, toda a «rota do café» está na posse do MPLA, que ameaça agora o Ambriz e Carmona». Eram os redutos da FNLA e do seu Exército de Libertação Nacional de Angola - o ELNA. Que, na Frente Sul, continuava aliado às Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), braço armado da UNITA. Reportava o DL que «os mercenários e as forças do ELP avançam isoladas dos destacamentos fantoches da UNITA e da FNLA». 
«Quando conquistavam qualquer cidade, abandonam-a poucas horas depois, logo que a UNITA e a FNLA cheguem», sublinhava o jornal vespertino de Lisboa, em serviço especial enviado pelo Diário de Luanda.


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