Cavaleiros do Norte do Parque-Auto: NN (con- dutor), 1º. cabo Malheiro (com Ricardo, filho do alferes Cruz, ao colo), 1º. cabo Monteiro (Gasolinas), furriel Machado e Canhoto s |
Não faço a menor ideia de qual foi o resultado (ganharam os militares...) mas é seguro que nesse já longínquo dia fui «internacional» com umas botas emprestados pelo José Canhoto Pereira, irmão do Alípio Canhoto Pereira.
O Alípio era condutor da CCS e companheiro quitexano da nossa jornada africana do Uíge. O José era atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, rodada para o Quitexe a 10 de Dezembro imediatamente anterior.
O melhor que recordo desse jogo (em que alinhei a defesa central, o lugar da minha formação futebolística) foi de o José, atra-
vés do Alípio, me ter emprestado as botas e de ter como adversário directo um possante civil, com rótulo de craque e fama de marcador de golos, que me deu baba pela barba mas que exemplarmente «sequei», não sem levar e dar umas valentes pantufadas. Estes jogos, diria, eram pouco «amigáveis».
A história foi-me lembrada pelo Alípio Canhoto Pereira, que vive em Colçeal da Torre (em Belmonte), de onde é natural, e lá trabalhou numas bombas de gasolina. Agora já aposentado, depois de, há uns pares de anos, ter sido notícia televisiva - devido a um assalto em que foi vítima.
«Pedi-as ao meu irmão, para você jogar...», recordou-me ele.
Alípio Canhoto Pereira |
Os irmãos Canhoto
dos Cavaleiros do Norte
Os irmãos Canhoto Pereira são nativos de Colmeal da Tor-
re, em Belmonte - o José e o Alípio (o mais novo).
Não era muito vulgar, pelo contrário, dois irmãos serem contemporâneos do mesmo batalhão da guerra colonial, mas era este o caso destes dois Cavaleiros do Norte.
O José era atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel. Nascido em 1949, estava emigrado para Fran-
ça e, numa das visitas de férias, foi «apanhado» para o serviço mili-
tar. Cumprida a jornada africana, a 11 de Setembro de 1975, voltou a França e por lá fez vida. Teve duas filhas e separou-se, casando-se de novo - em Cha-
ves. Faleceu «há uns 6 anos», vítima de doença cancerosa, disse-nos o Alípio.
O Alípio foi condutor-auto da CCS e também regressou a Colmeal da Torre, em Belmonte - a 8 de Setembro de 1975. Por lá fez vida e trabalhou numa estação de abastecimento de combustíveis - agora já aposentado, pai de duas raparigas e avô de dois netos.
Ambos, como se vê, Cavaleiros do Norte da BCAV. 8423, embora de Compa-
nhias diferentes - juntas, todavia, a partir de 10 de Dezembro, no Quitexe.
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