CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

3 989 - Os irmãos Canhoto dos Cavaleiros do Norte

Militares do Pelotão-Auto da CCS do BCAV. 8423. Atrás, NN, Canhoto, Miguel,
 NN (mecânico), Gaiteiro e NN. A seguir, Picote (mãos nas ancas, a rir), Teixeira
(pintor), NN (atrás), Serra (mãos no cinto), NN (mecânico?), 1º. sargento Aires
(de óculos), lferes miliciano Cruz (de branco), Frangãos (Cuba), furriel miliciano
Morais (de óculos), Joaquim Celestino (condutor), NN (condutor), NN (condutor)
eVicente.  Em baixo, Domingos Teixeira (estofador), Marques (Carpinteiro),
Madaleno (atirador) e Pereira (mecânico)


Cavaleiros do Norte do Parque-Auto: NN (con-
dutor), 1º. cabo Malheiro (com Ricardo, filho 

do alferes Cruz, ao colo), 1º. cabo Monteiro 
(Gasolinas), furriel Machado e Canhoto
s
A 29 de Dezembro de 1974, há 43 anos e a um domingo, realizou-se no campo do Quitexe mais uma renhida partida de futebol, neste caso entre uma equipa da CCS e outra de civis da vila (e arredores). 
Não faço a menor ideia de qual foi o resultado (ganharam os militares...) mas é seguro que nesse já longínquo dia fui «internacional» com umas botas emprestados pelo José Canhoto Pereira, irmão do Alípio Canhoto Pereira.
O Alípio era condutor da CCS e companheiro quitexano da nossa jornada africana do Uíge. O José era atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, rodada para o Quitexe a 10 de Dezembro imediatamente anterior.
O melhor que recordo desse jogo (em que alinhei a defesa central, o lugar da minha formação futebolística) foi de o José, atra-
vés do Alípio, me ter emprestado as botas e de ter como adversário directo um possante civil, com rótulo de craque e fama de marcador de golos, que me deu baba pela barba mas que  exemplarmente «sequei», não sem levar e dar umas valentes pantufadas. Estes jogos, diria,  eram pouco «amigáveis». 
A história foi-me lembrada pelo Alípio Canhoto Pereira, que vive em Colçeal da Torre (em Belmonte), de onde é natural, e lá trabalhou numas bombas de gasolina. Agora já aposentado, depois de, há uns pares de anos, ter sido notícia televisiva - devido a um assalto em que foi vítima.

«Pedi-as ao meu irmão, para você jogar...», recordou-me ele. 
Alípio Canhoto Pereira

Os irmãos Canhoto
dos Cavaleiros do Norte

Os irmãos Canhoto Pereira são nativos de Colmeal da Tor-

re, em Belmonte  - o José e o Alípio (o mais novo).
Não era muito vulgar, pelo contrário, dois irmãos serem contemporâneos do mesmo batalhão da guerra colonial, mas era este o caso destes dois Cavaleiros do Norte.
O José era atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel. Nascido em 1949, estava emigrado para Fran-
ça e, numa das visitas de férias, foi «apanhado» para o serviço mili-
tar. Cumprida a jornada africana, a 11 de  Setembro de 1975, voltou a França e por lá fez vida. Teve duas filhas e separou-se, casando-se de novo - em Cha-
ves. Faleceu «há uns 6 anos», vítima de doença cancerosa, disse-nos o Alípio.
O Alípio foi condutor-auto da CCS e também regressou a Colmeal da Torre, em Belmonte - a 8 de Setembro de 1975. Por lá fez vida e trabalhou numa estação de abastecimento de combustíveis -  agora já aposentado, pai de duas raparigas e avô de dois netos.
Ambos, como se vê, Cavaleiros do Norte da BCAV. 8423, embora de Compa-
nhias diferentes - juntas, todavia, a partir de 10 de Dezembro, no Quitexe.









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