Os bombeiros e a fachada do edifício que ardeu |
O edifício do BCAV. 8423 que ardeu na noite de 17 de Janeiro de 1975 |
O dia 17 de Janeiro de 1975 foi marcado por um incêndio no Quitexe, que poderia ter resultado numa tragédia. Felizmente, tal não aconteceu.
«Por motivos que se julgam originários num curto-circuito, ardeu completamente uma das casas onde o BCAV. tinha a arrecadação de material de aquartelamento da CCS e os quartos dos oficiais», relata o livro «História da Unidade», frisando que houve «avultados prejuízos materiais».
O alarme foi dado ao princípio da noite, o edifício situava-as na Estrada do Café (a Rua de Cima da vila do Quitexe) e rapidamente acorreram os militares, com tudo o que tinham à mão e pudesse combater as chamas.
O mais que puderam, retiraram o que estava no edifício, nomeadamente have-
res pessoais de oficiais milicianos dos Cavaleiros do Norte que ali se hospe-
davam, já que «chegar» às munições e retirá-las era... impossível.
«Embora tivesse havido a maior dedicação da parte do pessoal militar, não houve possibilidade de evitar a destruição total do imóvel, por falta de meios adequados a apagar o incêndio, inclusive a própria água», pode ler-se no «História da Unidade».
O material de aquartelamento da CCS foi retirado para fora do edifício e pousado na Estrada do Café. À direita, está o capitão António Oliveira |
Milhares de munições
a estourarem nas chamas
O combate inicial foi feito pelos Cava-
leiros do Norte da CCS e da 3ª. CCAV. 8423 (que no Quitexe estavam aquarte-
lados) e só mais tarde, e já para o rescaldo, chegou uma pequena força de bombeiros de Carmona, menos de meia-dúzia de homens que, de resto, pouco poderiam fazer - tão deficientemente equipados estavam. Recordamos que a bomba de água era manual e os depósitos transportavam seguramente menos de 1000 litros de água.
O principal problema tinha a ver com o armazenamento de material de guerra no edifício e na memória ainda está o som estridente de muitas munições a estourarem, às centenas, porventura milhares... - o que, grandemente, dificul-
tou a perigosa tarefa dos militares no combate às chamas.
Temeu-se o pior, mas felizmente que, para além dos elevados prejuízos mate-
riais, nada mais se registou de grave - se nos lembrarmos, embora, do enorme susto daqueles momentos do início da noite de há precisamente 44 anos.
Presidentes, cada
um para seu lado!
Há 44 anos e depois da Cimeira do Alvor, «o Algarve deixou de ser o centro das atenções». O protocolo estava assinado.
Os presidentes dos movimentos de libertação tomaram roo-
tas muito diferentes: Agostinho Neto (do MPLA), viajou para Lisboa, Jonas Savimbi (da UNITA) para Luanda (via Lusaka, capital da Zâmbia) e Holden Roberto (da FNLA) para Kinshasa, capital do Zaire.
«Vai começar a dura tarefa de tornar independente, até Novembro, um país que continua a ser alvo de cobiças imperialistas», reportava o Diário de Lisboa.
O país novo: ANGOLA! Que estava para nascer, no tempo da jornada africana, pelo Uíge, dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423!
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