Cavaleiros do Norte da CCS, condutores. Atrás, NN e Alípio Canhoto Pereira. À frente, José Gomes (?), Delfim Serra, António Picote e Manuel Gonçalves |
Leonel Cardoso |
O sábado de há 44 anos, dia 6 de Setembro de 1975, foi dia de muitos adeus à terra de Angola onde, no caso da CCS dos Cavaleiros do Norte jornadeavam desde 30 de Maio de 1974. A partida para Lisboa estava prevista para a manhã de segunda-feira seguinte, 8 de Setembro.
O dia foi o seguinte à chegada do novo Alto Comissário, o almirante Leonel Cardoso, que, em declarações à imprensa, de confessou desgostoso por ter partido de Lisboa «sem o conforto no aeroporto da presença de qualquer responsável político ou militar, ou seus representantes, a levar-me uma palavra de despedida, de simpatia e de encorajamento», o que considerou «sem dúvida, facto talvez único na história de embarques de dezenas de pessoas a quem, alguma vez, coube a honra de orientar os destinos de Angola».
«Não será isso, porém - disse Leonel Cardoso - que fará esmorecer a sede de que venho animado e me levou a aceitar a missão que ninguém queria».
Isto aconteceu numa altura em que o MPLA continuava a denunciar «interferências estrangeiras», num comunicado em que também aludia «a possibilidade de internacionalização do conflito».
Por outras palavras, simples: MPLA, FNLA e UNITA não se entendiam.
O capitão Domingues, do CSU, de Carmona, o furriel Viegas e a Família Resende: Albano, Jo- sé Bernardino e Fátima e as filhas deste casal |
O adeus a Angola
há... 44 anos !
Os Cavaleiros do Norte da Companhia de Comando e Serviços (CCS) do BCAV. 8423 seria (foi) a primeira a partir para Lisboa, por isso ansiosos e assim concluindo a jornada de 15 meses que, em circunstâncias muito particulares, nos levou a terras africanas do Uíge angolano.
Hoje, sem dúvidas, todos nos orgulhamos dessa missão e, citando o livro «História da Unidade», com «a consciência do haver cumprido o dever que nos solicitaram e que nem sempre foi difícil de cumprir».
O sábado de há 44 anos, da parte do editor deste blogue, foi tempo, ainda, de despedidas de amigos civis e deles portador de mensagens para familiares e amigos que dias depois iríamos encontrar e que, no Portugal europeu, viviam a ansiedade dos seus (não) regressos. Da sua prova de vida!
A Família Resende foi uma delas, ao tempo moradora em arruamento da Praça de Touros - onde se dizia que diariamente eram abatidas dezenas de pessoas. Familiar dos Resendes era o capitão Domingues, que pouco tempo antes tinha sido contemporâneo dos Cavaleiros do Norte em Carmona, onde prestara serviço no Comando do Sector do Uíge (CSU).
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