CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

4 804 - O sábado de há 44 anos, antevéspera do regresso da CCS!

Grupo de Cavaleiros do Norte da CCS, (quase) todos do Parque-Auto, comandado pelo alferes miliciano
 António Albano Cruz (ao centro, de camisola branca), rodeado à sua direita, pelo 1º. sargento Joaquim
Aires e, à sua esquerda, pelo furriel Norberto Morais, os três de óculos. À direita e de cócoras, está o
António Clara Pereira, mecânico que, de doença, faleceu a 21 de Fevereiro de 2018
Cavaleiros do Norte da CCS, condutores. Atrás,
NN e Alípio Canhoto Pereira. À frente, José
Gomes (?), Delfim Serra, António Picote e
 Manuel Gonçalves
Leonel Cardoso

O sábado de há 44 anos, dia 6 de Setembro de 1975, foi dia de muitos adeus à terra de Angola  onde, no caso da CCS dos Cavaleiros do Norte jornadeavam desde 30 de Maio de 1974. A partida para Lisboa estava prevista para a manhã de segunda-feira seguinte, 8 de Setembro.
O dia foi o seguinte à chegada do novo Alto Comissário, o almirante Leonel Cardoso, que, em declarações à imprensa, de confessou desgostoso por ter partido de Lisboa «sem o conforto no aeroporto da presença de qualquer responsável político ou militar, ou seus representantes, a levar-me uma palavra de despedida, de simpatia e de encorajamento», o que considerou «sem dúvida, facto talvez único na história de embarques de dezenas de pessoas a quem, alguma vez, coube a honra de orientar os destinos de Angola».
«Não será isso, porém - disse Leonel Cardoso - que fará esmorecer a sede de que venho animado e me levou a aceitar a missão que ninguém queria».
Isto aconteceu numa altura em que o MPLA continuava a denunciar «interferências estrangeiras», num comunicado em que também aludia «a possibilidade de internacionalização do conflito».
Por outras palavras, simples: MPLA, FNLA e UNITA não se entendiam. 
O capitão Domingues, do CSU, de Carmona, o
furriel Viegas e a Família Resende: Albano, Jo-
sé Bernardino e Fátima e as filhas deste casal

O adeus a Angola
há... 44 anos !

Os Cavaleiros do Norte da Companhia de Comando e Serviços (CCS) do BCAV. 8423 seria (foi) a primeira a partir para Lisboa, por isso ansiosos e assim concluindo a jornada de 15 meses que, em circunstâncias muito particulares, nos levou a terras africanas do Uíge angolano.
Hoje, sem dúvidas, todos nos orgulhamos dessa missão e, citando o livro «História da Unidade», com «a consciência do haver cumprido o dever que nos solicitaram e que nem sempre foi difícil de cumprir».
O sábado de há 44 anos, da parte do editor deste blogue, foi tempo, ainda, de despedidas de amigos civis e deles portador de mensagens para familiares e amigos que dias depois iríamos encontrar e que, no Portugal europeu, viviam a ansiedade dos seus (não) regressos. Da sua prova de vida!
A Família Resende foi uma delas, ao tempo moradora em arruamento da Praça de Touros - onde se dizia que diariamente eram abatidas dezenas de pessoas. Familiar dos Resendes era o capitão Domingues, que pouco tempo antes tinha sido contemporâneo dos Cavaleiros do Norte em Carmona, onde prestara serviço no Comando do Sector do Uíge (CSU).

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