CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

4 813 - OS LUTOS DOS CAVALEIROS D 3ª. CCAV. 8423! A MEDALHA DOS COMBATENTES!

Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel e todos furriéis milicianos: José
 Adelino Querido, Victor Guedes (falecido a 16 de Abril de 1998, de doença), António Fernandes, 

Agostinho Belo e Ângelo Rabiço 
Jorge C. Grácio,
o Spínola que
faleceu de acidente

Os furriéis milicianos Manuel Capitão
 (falecido a 05/01/2010) e João Cardoso

Os Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, foram os últimos a regressar a Portugal, os última a sair do Quitexe, das duas últimas Companhias a abandonar Carmona.
O comandante era o capitão miliciano José Paulo Fernandes e foram também os últimos a
Manuel Barreiros
partir de Lisboa, rumo a Luanda. E desta, mo final, para Lisboa.
Foi a primeira a ter baixas, por morte do soldado Bernardo Oliveira, da incorporação local e vítima de acidente de viação, em  Julho de 1974, 45 anos.
Bernardo Oliveira pertencia dos Grupos de Mesclagem do RI20, atribuído à 3ª. CCAV., a de Santa Isabel - por onde jornadeavam os alferes milicianos Barros Simões, Pedrosa de Oliveira e Carlos Silva. E o 1º. sargento Marchã e os furriéis milicianos Querido, Guedes (falecido a 16/04/1998, de doença e em Lisboa), Fernandes, Belo e Rabiço, Flora, Ricardo, Carvalho, Lino, Graciano, Gordo, Lopes, Capitão (f. a 05/01/2010, de doença e em VN de Ourém), Cardoso e Reino.
Ainda em Angola, faleceram Manuel Joé Montez Barreiros (a 20 de Agosto de 1975, de doença) e Jorge Custódio Grácio, o Spínola (vítima de acidente, a 2 de Julho do mesmo ano).
O BC12, na saída de Carmona para o Songo

Luanda sem FNLA
e sem UNITA

Há 44 anos, entretanto, a pré-independência angola continuava a semear medos e morte, pelo chão regado de sangue. Luanda, sem FNLA e UNITA, aparentava calma e as Forças Armadas Portuguesas procuravam cumprir o papel de isenção acordado no Alvor. 
O movimento de Agostinho Neto, no terreno, «reagrupava forças para uma grande ofensiva militar na frente norte». Além do Ambriz, mais marítimo, o objectivo era Carmona, um dos grandes (e últimos) bastiões da FNLA.
A terra dos Cavaleiros do Norte!

A medalha dos
combatentes

Oficiais, sargentos e praças do BCAV. 8423, todos eles, foram galardoados com a Medalha Comemorativa das Campanhas do Exército Português, com a legenda «Angola 74-75».
A medalha será idêntica à da imagem, mas receio que algum Cavaleiro do Norte a tenha recebido. Eu não recebi, nem nenhum dos companheiros que contactei - a maior parte deles, de resto, ignorando até tal condecoração.
A medalha foi criada em 30 de Novembro de 1916, pelo Decreto nº. 2870, em conjunto com a Cruz de Guerra, a Medalha Comemorativa de Campanhas comemora as campanhas das Forças Armada Portuguesas fora de Portugal metropolitano, principalmente face ao contexto da entrada portuguesa na 1ª. Guerra Mundial. 
A medalha é atribuída «aos militares que tenham servido em situação de campanha» (Art. 46.º do Regulamento de 2002). Funciona como medalha geral, sendo cada campanha específica indicada pela colocação de uma passadeira na fita, com a identificação da comissão militar.
O comandante Almeida e Brito, no Livro da Unidade, não se reportando directamente às medalhas, sugere aos Cavaleiros do Norte que «pela vida fora recordem esta vossa passagem pela vida militar, porquanto ela forçosamente terá deixado marcas positivas na vossa formação de homens de amanhã».
Passados exactamente 44 anos, aqui andamos nós - desde Abril de 2009 - a falar da nossa jornada em chão angolano do Uíge.

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