CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 2 de novembro de 2021

5 601 - Memória lutuosa do alferes António Garcia e do furriel Jorge Barreto !

O alferes Garcia, aqui em baixo, o segundo a contar da direita, e homens do PELREC.
 Faleceu há precisamente 42 anos, vítima de acidente de viação, entre Viseu e
Mangualde, quando, como agente da PJ, investigava o caso Ferreira Torres

O alferes miliciano Garcia, em 1975 e
à porta d´armas do BC12, em Carmona
O furriel miliciano Barreto na picada de Zalala,
 em 1974 e ladeado pelo soldado Santos (à esquerda)
 e pelo furriel furriel miliciano José Nascimento


O dia de hoje, dia 2 de Novembro de 2021, é de memória dos saudoso alferes miliciano António Manuel Garcia, especialistas de Operações Especiais (os Rangers), comandante do Pelotão de Reconhecimento e Serviços (PELREC) da CCS e falecido neste dia de 1979, há 42 anos e vítima de um trágico acidente de viação - quando era agente da Polícia Judiciária, na Delegação do Porto, e investigava o caso «Ferreira Torres».
Viajava na estrada entre Viseu e Mangualde quando a viatura em que seguia foi frontalmente embatida pela de um emigrante português na Alemanha. Teve morte imediata.
E do furriel miliciano Jorge Barreto, também Cavaleiro do Norte do BCAV. 8423 e enfermeiro de especialidade militar, quadro da 1ª. CCAV. 8423, que jornadeou pelas uíjanas terras de Zalala, Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona. Que faleceu, de doença súbita, há precisamente um ano.

O alferes Garcia e o furriel Viegas, ambos
milicianos do PELREC e em momento de
 saída do Quitexe para mais uma operação
militar nas matas do Uíge
Exemplo permanente e
coragem e determinação

O alferes Garcia não era homem de olhar para trás, se perigo se previsse, ou sentisse, na hora dos medos. 
Transmontano, natura de Pombal de Ansiães (Carrazeda de Ansiães), onde foi sepultado, era exemplo permanente de coragem e determinação. 
Militar bem preparado, também ele viveu e sentiu as exigências do segundo turno de Operações Especiais (Ranger´s), no CIOE de Lamego - como eu, o Neto e o Monteiro. Era o nosso comandante de pelotão.
Com ele, vivemos as primeiras diferenças entre a paz e serenidade do aquartelamento e os

temores que se nos levedavam no peito, sempre que galgávamos os trilhos e picadas semeadas de ameaças - de arma em riste, imaginando e temendo que, no horizonte misterioso e a perder de vista, um qualquer perigo nos amortalhasse.
O alferes Garcia era generoso e valente, nunca um passo se lhe recuou, para fugir de qualquer perigo. Por exemplo, na primeira semana de Junho de 1975, por exemplo e quando a cidade de Carmona era um inferno de fogo. A FNLA e o MPLA lutavam quase corpo a corpo, ensaguentando e 
enlutando a cidade, com obuses, morteiros e granadas rebentar a todo o instante. As rajadas faziam estranhos coros nos céus e as Forças Armadas Portuguesas tinham a missão de proteger os civis. Missão nada fácil, numa cidade que não tinha a tropa em grande cuidado e respeito.
Hoje o recordamos com imensa saudade! RIP!!!
O furriel Barreto e
o seu incontornável
cachimbo (2020)

A morte súbita do
furriel Barreto !

O furriel miliciano Barreto, enfermeiro da 1ª. CCAV. 8423, faleceu esta madrugada em Baguim do Monte. Tinha 69 aos, celebrados a 21 de Outubro de 2020. 
Jorge Manuel Mesquita Barreto era natural de Mira e lá regressou a 9 de Setembro de 1975, seguindo carreira profissional na área da enfermagem civil, no Porto e como técnico e professor. Fixou residência naquela localidade do município de Gondomar, mesmo junto ao Porto.
Cavaleiro do Norte da mítica Fazenda Maria João, a de Zalala, e depois de Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, tinha-se apresentado no BCAV: 8423, mobilizado para a 1ª . CCAV 8423, a 28 de Fevereiro de 1974, em Santa Margarida e rodando do Regimento do Serviço de Saúde (RSS), em Coimbra.
O Barreto foi um grande e bom companheiro da nossa jornada africana e era viúvo desde pouco depois da chegada a Portugal. Viúvo de Teresa, seu amor de sempre e que, vítima de cancro, faleceu à volta de 40 anos, com o filho Ricardo ainda bebé. Que o Barreto criou, por uma vida inteira.
Há um ano, nesse trágico dia 2 de Novembro de 2020, por volta da 18,30 horas, sentiu-se mal e faleceu subitamente, na sua casa de Baguim do Monte, onde morava com o filho.
Hoje o recordamos com saudade, lembrando o companheiro d´África e dos muitos encontros de memória da jornada que nos levou ao uíjano norte de Angola. RIP!!!

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