CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 7 de novembro de 2021

5 606 - Greves sucessivas e graves incidentes em Luanda. Calma no Uíge!

Furriéis milicianos da 3ª. CCAV. 8423, na Fazenda de Santa Isabel: António Fernandes,
Victor Guedes (falecido a 16 de Abril de 1998, de doença e em Lisboa), Ângelo
Rabiço, José Querido e Agostinho Belo, à porta do bar A Cubata

Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423: os condutores 
Victor Vicente (que hoje faria 71 aos mas faleceu a 4
 4Fevereiro de 2021, e Eduardo Tomé, da 2ª. CCAV.,
e os 1ºs. cabos Victor Florindo e Alfredo Coelho
(o Buraquinho), da CCS

O dia 7 de Novembro de 1974, há 47 anos, foi tempo de se saber, lá pelas terras uíjanas do norte de Angola, dos incidentes da véspera (desde a tarde) e prolongados pela madrugada dessa 5ª.-feira, em Luanda, de que resultaram 2 mortos (um branco e um negro) e 25 feridos.
A cidade capital de Angola, de acordo com o Diário de Lisboa de 7 de Dezembro de 1974 e que agora citamos, «de há 3 dias a estar parte que se viu assaltada por um certo clima de violência, após um longo período de calma» mas depois de «greves sucessivas», num ambiente de «elevado carácter reivindicativo, nomeadamente no respeitante a salários».
Outras questões a «justificar» esses incidentes e o «ressurgimento de reacções descontroladas» na capital angolana tinham a ver com a (então ainda muito recente) instalação das delegações do Movimento Popular de Libertação de Angola (o MPLA do presidente Agostinho Neto) e da Frente Nacional de Libertação de Angola (a FNLA de Holden Roberto) e também «a exigência de saneamentos na administração colonial».
Os incidentes decorreram principalmente no Bairro Rangel e na Avenida do Brasil, motivando a necessária intervenção das Forças Armadas Portuguesas que, reportava o DL de há precisamente 47 anos, «neste momento controlam a situação». Foi isto há exactamente 47 anos.
O restabelecimento da ordem, de resto, e ainda segundo o vespertino de Lisboa, «pertenceu exclusivamente às autoridades portuguesas, não se tendo verificado qualquer intervenção do MPLA ou da FNLA».
A Fazenda Santa Isabel, quartel da 3ª. CCAV. 8423


Cavaleiros de Santa Isabel 
no quase... adeus!

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, por essa altura, viviam um período tranquilo, mantendo, segundo o livro «História da Unidade», «a actividade desenvolvida do antecedente».
A excepção era a 3ª. CAV: 8423, a da Fazenda Santa Isabel, fazenda onde, de acordo com o mesmo «História da Unidade», se «iniciaram os preparativos para o seu movimento para o Quitexe, a realizar no início de Dezembro». Tal como viria a acontecer.
A 3ª. CCAV. 8423, recordemos, foi comandada pelo capitão miliciano José Paulo de Oliveira Fernandes, com o adjunto alferes miliciano Augusto Rodrigues, das Operações Especiais (Rangers). Outros oficiais eram os também alferes milicianos Carlos Silva, Pedrosa da Oliveira e Mário Simões - todos atiradores de Cavalaria.
O 1º. sargento era Francisco António Gouveia Marchã, com os furriéis milicianos Armindo Reino (Rangers), os atiradores de Cavalaria Delmiro Ribeiro, António Flora, António Fernandes, Alcides Ricardo, José Fernando Carvalho e Graciano Silva, António Luís Gordo, Grenha Lopes, José Querido e Luís Capitão (falecido a 05/01/2010, de doença e em Ourém) e José Lino (mecânico), Victor Guedes (de armamento pesado, falecido a 16/04/1998, de doença e em Lisboa), João Cardoso (TRMS), Agostinho Belo (vagomestre) e Ângelo  Rabiço (enfermeiro).
Todos eles, gente do alto!
Victor Vicente


Vicente, da 2ª. CCAV., faria 71 anos!
Faleceu a 4 deFevereiro de 2021!

O 1º. cabo Victor Manuel Nunes Vicente, Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, faria hoje 71 anos. Faleceu ao fim da tarde de 4 de Fevereiro de 2021, vítima da COVID 19 e quando estava internado nos cuidados paliativos da Clínica João de Deus, em Lisboa.
Apontador de morteiros de especialidade militar, também passou por Carmona e era natural de Xabregas, na capital portuguesa, e mais recentemente morava na Rua Gil Vicente. 
Sofria de Parkinson, distúrbio neurológico do movimento que é crescente e degenerativo e doença que, já nos seus últimos tempos de vida, foi infelizmente agravada com uma paralisia Locrion progressiva, com paralização gradual do sistema muscular.
Perdeu 40 quilos de peso e faleceu por volta sensivelmente das 18 horas de 4 de Fevereiro de 2021, não pelas doenças de que há muito padecia mas com o COVID-19, com que foi contagiado na clínica onde estava internado.
A trágica notícia familiar foi agravada pela trágica coincidência de, no mesmo dia mas ao princípio da manhã, ter falecido o seu irmão mais velho, de nome Aladim Alves, aos 85 anos e vítima de cancro na próstata.
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!

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