CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

1 359 - Carmona, Luanda e o adeus do alto-comissário

Junta Governativa de Angola. Da esquerda para a direita: capitão de mar e guerra Leonel Cardoso, brigadeiro Altino de Magalhães, almirante Rosa Coutinho, coronel piloto aviador Silva Cardoso (Alto Comissário de 2 de Janeiro a 2 de Agosto de 1975) e Major Emílio Silva (foto «A Vertingem da Descolonização», do general Gonçalves Ribeiro)


A 25 de Julho de 1975, «conseguiu realizar-se a desejada coluna a Salazar, em terceira tentativa», descreve o Livro da Unidade, dando conta que se fez «o seu regresso e do pessoal que tínhamos em Luanda», no dia seguinte.
Luanda - a Luanda para onde partiríamos a 3 de Agosto seguinte - fervilhava de incidentes e, a 15 de Julho, ficou controlada por forças do MPLA, depois de várias semanas de combates. Recuaram a FNLA e a UNITA.
A rádio, em onda média e ouvida em pequenos transistores a pilhas, leva-nos notícias de Lisboa: após cerca de dez horas de reunião, o Plenário da Assembleia do MFA cria o Directório composto pelo general Costa Gomes (Presidente da República), general Vasco Gonçalves (Primeiro-Ministro) e general Otelo Saraiva de Carvalho - este, comandante do COPCON, órgão que concentrava o poder político-militar. Esquentava o verão desse ano.
A luta não parava em Luanda. O então alto-comissário Silva Cardoso não se entendeu e preparou o seu adeus - que viria a acontecer a 2 de Agosto.
«Havia uma situação concreta, no terreno, bastante grave. A FNLA estava à entrada de Luanda e punha-se o problema de nós irmos ou não, ajudar o MPLA a travar a FNLA, ou deixar que ambos resolvessem a questão. No Palácio, reuni todos os comandos dos três Ramos, os elementos da Coordenadora, o Secretário Geral, etc., num total de 42 pessoas», descreveu ele, em entrevista.
Todos menos um (o major Abreu) aprovaram a neutralidade, mas,de Lisboa, foram ordens contrárias. Demitiu-se Silva Cardoso.
«Recebi uma mensagem do Presidente da República (...) dizendo para se actuar segundo a posição que o Major Abreu defendera. Isto é, o contrário do que tinha sido decidido, com a opinião unânime de todos os outros camaradas - devia apoiar o MPLA, no confronto com a FNLA!», disse Silva Cardoso, ma mesma entrevista.
Era para essa Luanda que íamos.

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