CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 23 de julho de 2021

5 501 - Ameaças e imposições da FNLA, há 46 anos, exigindo armas guardadas do BC 12 !

Cavaleiros do Norte da CCS no Topete: João Monteiro
(Gasolinas), NN, José Coelho e Calçada (sapadores) e
NN. Quem são os NN? Alguém se lembra dos nomes?


O Comando Militar de Carmona teve, a 23 de Julho de 1975, há 46 anos, uma difícil e delicada reunião com os dirigentes políticos e militares da FNLA, que persistiam com ameaças e imposições - particularlarmente  pedindo (ou 
exigindo, para sermos mais rigorosos) a «entrega de armas retidas» no BC12 e provavelmente na ZMN.

Furriéis milicianos Querido, Guedes e Fernandes,
da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel
Armas que, recordemos, tinham sido da PIDE/DGS (e dos Flechas), dos Grupos Especiais (GE´s) e da OPVDCA - a Organização Provincial de Voluntários de Defesa Civil de Angola.
O dia foi também tempo para mais «uma reunião de trabalho» do Comando do BCAV. 8423 com «elementos do Quartel General da Região Militar de Angola», para preparar a operação de retirada dos Cavaleiros do Norte e toda a restante guarnição do Uíge- de Carmona para Luanda -, que estava prevista para começar a 3 de Agosto seguinte.
O objectivo era «obter os meios necessários à execução de tal operação» que, segundo o livro «História da Unidade», «começou a materializar-se em 31 de Julho, com a chegada de viaturas e tropas de reforço».

Cessar-fogo entre MPLA e FNLA
e ataque à bomba a um jornal

Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas
Savimbi, respectivamente presidentes
do MPLA, FNLA e UNITA


O dia 23 de Julho de há 46 anos foi assinalado pela assinatura de (mais um) um acordo de cessar-fogo entre o MPLA, do presidente Agostinho Neto, e a FNLA, de Holden Roberto, depois de uma reunião com a Comissão Nacional de Defesa, presidida pelo general Silva Cardoso, o Alto-Comissário. Ambos os movimentos aceitaram manter as suas tropas nas suas posições, até pelo menos a reunião entre os três Chefes dos Estados Maiores. Desconhecemos as razões por que a UNITA de Jonas Savimbi não fez parte deste acordo.
A noite de véspera registou um ataque à bomba ao «Jornal de Angola» (o anterior «A Província de Angola»), que era tido por os seus trabalhadores terem «posições próximas da FNLA».
Os prejuízos foram «muito elevados», tendo as portas e janelas ficado «destruídas pela explosão», assim como as duas rotativas. Estava pouco pessoal nas instalações, mas, ainda assim, «ficaram feridos um polícia militar e um tipógrafo».

A morte, por suicídio, do 
José A. Nunes Louro,
1º. cabo sapador
1º. cabo sapador Louro !

O 1º. cabo sapador José Adriano Nunes Louro, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, faleceu há 13 anos, a 23 de Julho de 2008, vítima de suicídio.
Natural de Casal do Pinheiro, freguesia de Casais, no concelho de Tomar, lá voltou a 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) jornada africana do Uíge angolano - que nos levou ao Quitexe e a Carmona.
Há 13 anos, ficou viúvo, pela morte da esposa (de doença cancerosa). Enlutado e de alma a sofrer, foi-lhe despistada doença do mesmo foro - muito pouco tempo depois. Foi isso que o levou ao suicídio, para, como corajosamente deixou escrito, «não fazer sofrer a família» - como ele próprio tinha sofrido com a dolorosa doença da esposa. Assim nos contou o filho, que é 1º. sargento do Exército.
Hoje o recordamos com saudade!

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