CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

1 414 - O abraço à madrinha que era retornada de Angola


Nova Lisboa, férias militares em Abril de 1975. 
Um Cavaleiro do Norte (do Quitexe) com a madrinha Isolina

A minha chegada de Angola, muito desejada meses e meses seguidos, a fio..., veio ensombrada pelo não achamento de alguns familiares e amigos - que intensamente procurei no aeroporto e em Luanda, nos meus últimos dias de África. Vinha naquele luto, semeado na alma. Era o constrangimento e a decepção de nada poder dizer a quem por eles me perguntasse. E tanta gente seria. E foi!!!
Familiares e conterrâneos em Angola, eram mais de uma centena - muitos dos quais eu tinha visitado, ora nos desenfianços a Luanda, ora nos dois meses de férias que por lá vivi. Uma pessoa muito especial: minha madrinha Isolina, viúva de Arménio - o meu padrinho de baptismo, que em Angola morrera de acidente e estava enterrado no cemitério da Gabela. Aqui a reencontrei em Setembro de 1974, revendo-a em Abril de 1975, já em Nova Lisboa.
O que seria feito dela? E da filha Cecília e do genro Rafael, com quem vivia. E os 4 netos? E o Mário, o outro filho, e a Clarisse (a nora), que pela Gabela faziam vida em fazenda, com os 4 filhos?!
Ainda em Luanda, por todo o mês de Agosto e até 6 ou 7 de Setembro de 1975, procurei-os a todo o custo, pelo aeroporto e com o Albano Resende, entre os milhares de retornados que esperavam boleia aérea para Lisboa. Cheguei a ir à Emissora Oficial de Angola, que tinha um programa especial para localizar pessoas, cujo paradeiro se desconhecia, nesses amargos tempos de guerra. Mas sem conseguir. Nem as dezenas de telefonemas para o Hotel Bimbe, que a Cecília geria em Nova Lisboa. Tudo esbarrou no silêncio.
Imaginam a alegria quando, já na casa da aldeia e logo após a chegada, soube que chegara uns dias antes e estava com os netos numa casa de família. Lá fui rever e abraçar a minha madrinha, que deu notícias dos filhos, família e outros conterrâneos que faziam vida por Nova Lisboa e Gabela. Chegaram algumas semanas depois, na ponte aérea que os levou pelo Gabão, até Lisboa.
Também eles foram actores desse tempo da história.

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