CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 16 de dezembro de 2012

1 501 - Salazar, 5 de Agosto de 1975...

A epopeica evacuação dos Cavaleiros do Note, de Carmona (Uíge) para Luanda, já aqui foi narrada, a várias mãos. Envolveu, recordemos, uma viagem de 570 quilómetros cheios de problemas, feita em 58,45 horas, entre 4 e 6 de Agosto de 1975, com apoio de uma Companhia de Comandos e outra de Pára-Quedistas, aviões Fiat (caças) e hélicópteros, começando com 210 viaturas e chegando a ter cerca de 700 - tantos foram os civis que se juntaram à coluna.
O documento fotográfico (via Manuel Pinto, furriel miliciano Ranger da 1ª. CCAV. 8423) regista uma paragem em Salazar (actual Ndatalando), com militares e civis a recomporem-se da «violenta» viagem e a prepararem mais um caixote - onde os civis juntavam os haveres que podiam, fugindo para chão seguro.
Quantos civis terão escapado à morte nesses dias de odisseia, nunca se saberá.
«Sentindo-se abandonados e entregues à sorte do querer da FNLA e convencidos de que as NT os abandonariam» (cito o Livro da Unidade) os civis desesperavam. Mas, e de novo cito o LU, «assim não aconteceu e procurou-se uma solução» que viria a ser encontrada depois de uma reunião com Daniel Chipenda, no Negage, às 16 horas de 4 de Agosto. Mas os incidentes repetiram-se, com gravidades diferentes, em Camabatela, Samba Cajú, Vila Flor, Lucala, Salazar (aqui com o MPLA e cidade que demorou 4 horas a ser atravessada) e Dondo, antes de Catete e depois Grafanil, às portas de Luanda. 
A imagem fica para a história: Cavaleiros do Norte a ajudarem civis, em Salazar, a 5 de Agosto de 1975. A história, sendo mais  ou menos epopeica, tem sempre os seus heróis desconhecidos, como estes dois Cavaleiros do Norte, dados de coração e mãos na ajuda ao povo que sofria na histórica evacuação de Carmona para Luanda.

2 comentários:

  1. Recordo que, antes da coluna entrar na cidade de Salazar,hoje Ndalatando, os militares da Companhia de Comandos apearam e fizeram, durante algum tempo, o acompanhamento a pé, flanqueando a coluna. Constava que, durante a longa paragem nesta cidade, alguns civis teriam sido assaltados por militares do MPLA, que vagueavam ao longo da coluna.

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  2. Eu; Alfredo Coelho ( Buraquinho ) Vim precisamente na culuna militar Em que saimos de Carmona Para Luanda,no dia 03-08-1975 pelas 23horas aproximadamente. Enquanto o pessoal civil se preparava para acompanhar a coluna militar,houve muitas desavensas entre a F.N.L.A. e os civis.Ao chegarmos ao Negage,a coluna ficou parada,porque a F.N.L.A. Não deichava os civis sairem de Carmona com as viaturas cheias de material,comestivel e não só.O comandante da F.N.L.A. Que era o Tenente HIETO,um preto de kinchaça Congo Zaire, tropa de Mobutu,esse é que criou os problemas com a nossa coluna militar.Ele mesmo disse que tinha 8000 Guerrilheiros. Foi quando o nosso comandante tomou uma posição,em que disse: Para cada militar dos meus, é preciso 10 dos vossos,e para cada cabo dos meus é preciso 20 dos vossos,e para cada Sargento,é precisob 30,e para cada oficial é preciso 40. E então o Tenente da F.N.L.A. que era o Hieto,disse ao nosso comandante,tenente coronel Almeida e Brito,que dessa maneira não tinha homens soficientes para nos enfrentar.Eu; ainda hoje parece que o estou houvir,quando respondeu o nosso comandante,pode morrer muitos dos meus homens,mas os vossos ficam todos derretidos.Eu que estava ao lado do nosso comandante,e ouvi ele a dizer;Rapazes tentai camafular,no meio dessas sanzalas,e defendeivos da melhor maneira. Eu Alfredo Coelho ( Buraquinho ) Tremia por todos os lados. Entretanto chegou o CHIPENDA,e o problema resolveu-se.Porque o nosso comandante teve uma converssa com o Chipenda,e como um homem mais compreensivel,tudo se resolveu.Se não, era um banho de Sangue.Graças Adeus, seguimos a Coluna pela volta das 11 horas da manhã do dia 04-08-1975.Tivemos vários incidentes pelo caminho.Mas o que mais me marcou,tirando o de Negage,foi ao travessar a serra de Lucala,onde houve tiroteio,e que as nossas forças aéreas atuaram,como os fiates bombardeiros e os hélios canhões.Ao chegarmos a Luanda,estava a televisão da B.B.C.e que fez uns comentários com o Capitão Paulo Fernandes,em que eu estava tambem ao lado do capitão. Mas eu estava tão nervoso que nem compreendi uma única PALAVRA INGLESA.Graças Adeus tudo correu bem,Temos que agradecer ao nosso comandante Almeida e Brito,porque ele alem de ser um pai para todo o BATALHÃO,foi um homem corajoso por aquilo que vi,que nem todos tiveram essa oportunidade.E,Alem disso, foi um grande amigo meu.Quando eu lhe pedi,para deixar a minha mulher ir de avião para Luanda no dia 03-08-1975,juntamente com a C.C.S.Ele Atendeu-
    me.

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