CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 15 de novembro de 2014

2 938 - Dias calmos no Quitexe, incidentes em Luanda

 Rua de ligação da Estrada do Café (Rua de Cima) à avenida (Rua de Baixo), onde se localizavam as principais instalações militares do Quitexe. Ao fundo (seta cor de laranja) era a casa do comandante Almeida e Brito. A enfermaria que se vê na foto de baixo era a casa apontada a amarelo

Os tranquilos dias quitexanos de há 40 anos eram a antítese das situações de conflito que se viviam e multiplicavam na capital Luanda, onde já tinham chegado os três movimentos de libertação: MPLA, FNLA e UNITA. Cada qual com a(s) sua(s) força(s) e ambições.
Os Cavaleiros do Norte prosseguiam as tarefas de prepararação da sua própria rotação e apoiavam a JAEA na recuperação do troço de estrada entre o Quitexe e Camabatela, depois do de Aldeia Viçosa a Ponte do Dange - a estrada do café.
O Diário de Luanda de 15 de Novembro de 1974, há 40 anos, dava conta de um comunicado da FNLA, que apelava à «assumpção de posições actuantes e racionais, para podermos contribuir, sem ambiguidades, para uma total e definitiva separação das forças construtivas das descontrutivas» e sublinhava que «a neutralidade, neste momento, não serve a ninguém, nem à própria Angola».
O documento era «um velado ataque à Junta Governativa e ao MPLA, explorando alegadas divisões neste movimento». De que era exemplo a Facção Chipenda. O matutino «O Comércio», também de Luanda e da terça-feira anterior, atacava um eventual governo de coligação e sugeria que «somente sob a autoridade de um governo de partido único - a FNLA - se poderá resolver o probema angolano».
O MPLA, por sua vez, afirmava acreditar nas intenções de Rosa Coutinho, o Alto Comissário, e do Governo Português, prontificando-se «a colaborar na segurança dos musseques» - zonas onde se repetiam problemas e sucediam problemas e mortes.

A UNITA, de Jonas Savimbi, essa, citando o Diário de Lisboa, «tem-se remetido a um prudente silêncio, evitando ataques e críticas ao MPLA e à Junta Governativa».
Lúcio Lara, do MPLA, denunciava «provocações de pessoas que, em Luanda, vivem na zona no asfalto» - a população branca. E criticou «um ataque contra pessoas instaladas na tribna do estádio do Futebol Clube de Luanda, durante um comício do MPLA». Pediu a dissolução de forças para-militares, dando o exemplo da OPVCCA.
- JAEA. Junta Autónoma de Estradas de Angola.
- OPVDCA. Organização Provincial de 
Voluntários da Defesa Civil de Angola.

Sem comentários:

Enviar um comentário