CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 20 de setembro de 2015

3 258 - Aliciamento a trabalhadores do café e domínio do MPLA

Furriéis Viegas e Pires (do Montijo) na sanzala do Talambanza, à saída (direita) do 
Quitexe, na Estrada do Café, que liga as cidades de Luanda e 
Carmona. Há 41 anos!

Notícia do Diário de Lisboa sobre reunião,
em Campala, dos três movimentos de libertação de
Angola - MPLA, FNLA e UNITA: E da apreensão, pela
UNITA. de um avião da Força Aérea Portuguesa

Setembro de 1974 decorria tranquilo, pelas bandas do Quitexe e Zona de Acção dos Cavaleiros do Norte: Zalala, Aldeia Viçosa e Santa Isabel, onde, respectivamente, se aquartelavam a 1ª. CCAV. 8423, a 2. CCAV. 8423 e a 3ª. CCAV. 8423. A que se juntavam a CCAÇ. 209/RI 20 (a do Liberato) e a CCAÇ. 4145 (a de Vista Alegre).
Problema era o incremento «pelo IN e/ou por agitadores, propaganda aliciante dos trabalhadores das fazendas para fugirem ao contrato», como historia o Livro da Unidade, acrescentando que tal «forçosamente trará reflexos no panorama económico do concelho». A questão, que Almeida e Brito, no LU, considerava «meramente administrativo», não tinha «ainda o significado (nem paralelismo) do existente em concelhos limítrofes, no entanto começa a tomar volume que se pode considerar elevado e que trará forçosamente reflexos negativos no bom andamento do processo regressivo da presença das tropas e da descolonização». Bem avisado deveria andar o comandante dos Cavaleiros do Norte.
Um ano depois, o MPLA, a meia centena de dias da independência (11 de Novembro de 1975) anunciava «a consolidação das posições obtidas anteriormente, assim como uma tentativa de reorganização das forças invasoras, em consequência dos desaires sofridos ultimamente». O comunicado do MPLA dava conta de «uma estabilização das linhas ocupadas, tanto pelas FAPLA´s como pelo exército invasor, sendo que a terra de ninguém se situava mais ou menos na zona do Tabi, entre os Libongos e Ambriz».
O MPLA dizia controlar Cabinda (onde «a situação é de calma absoluta»), a frente leste (com Malanje, Lunda e Moxico, «na sua quase totalidade sob controlo das FAPLA´s») e a frente Sul (províncias da Huíla, Cunene e Moçâmedes, que era «a que se tem mostrado mais calma, do ponto  e vista militar»). No entanto, notava o documento do movimento de Agostinho Neto, havia «linhas de disputa em Malanje», com algumas acções militares a norte da zona de Marimba; Caconda (a norte) e Matala (a leste) eram «linhas de separação entre as FAPLA e as forças mistas do imperialismo». Mais a sul. não havia incidentes «embora continue a verificar-se a presença de forças sul-africanas na área da barragem de Ruacaná».
Presidente Idi Amin Dada, 
doUganda e da OUA

O dia 20 de Setembro de 1975 foi tempo, igualmente, para a notícia da apreensão, pela UNITA e em Nova Lisboa, de um avião da Força Aérea Portuguesa (que ali se deslocara para evacuar pessoa civil da Companhia Mineira do Lobito) e do convite de Idi Amin Dada (presidente do Uganda e da OUA) para uma reunião entre os três movimentos de libertação - «face à situação de guerra civil que se vive em Angola».

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