CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

3 269 - Cavaleiros de Aldeia Viçosa em Salvaterra de Magos (5)

João Machado (alferes), Samuel Oliveira (soldado condutor), Rafael Ramalho e 
António Carlos Letras (furriéis) e, mais atrás, o soldado padeiro Estevão 
Fernandes Neto. Todos no encontro de Salvaterra de Magos!


Alexandre dos Santos Oliveira, o Alex,
soldado clarim de Aldeia Viçosa, à direita
da foto. Com os furriéis milicianos Mário
Matos (de garrafão na mão) e
Amorim Martins

O encontro de Salvaterra de Magos foi regado de emoções, fartas e de deixar cair algumas lágrimas! Também é destas que se fazem os grandes homens!!!
Um momento muito especial, na tarde de 26 de Setembro de 2015, foi o da aclamação de Alexandre Oliveira, o Alex, soldado clarim de Aldeia Viçosa, que na sua terra do Olival, em Vila Nova de Gaia e desde Julho, luta contra um cancro no sangue e «divide» os seus dias entre o hospital e a sua residência.
A tarde de abraços e memórias já ia longa quando, por sugestão do (alferes) Jorge Capela, o José Maria Beato ligou e telefonicamente  falou com o Alex, para ele pedindo uma salva de palmas. Soaram altas e fartas, emotivas!, para significar o abraço de solidariedade ao companheiro que sofre.
«Quisemos mostrar-lhe que toda a Companhia está ao lado dele, neste momento terrível e difícil por que está a passar!...», disse, emocionado, José Maria Beato.
As palmas que o Alex ouviu na sua casa do Olival de Gaia seguramente lhe deram mais força. Iam embrulhadas no forte e solidário desejo de que ultrapasse este momento menos bom.
A 30 de Setembro de 1974, há 41 anos, o IN realizou «acções ofensivas na área do Subsector, ao atacar madeireiros na área do Liberato e ao flagelar uma viatura da JAEA, na Quinta das Arcas». E, como vinha acontecendo pelo mês fora, lê-se no Livro da Unidade, «aumentou os contactos que vinha do antecedente a estabelecer».
Na zona de Vista Alegre , refere o LU, «é quase constante a presença de grupos da FNLA nos povos, sob pleno controlo das autoridades civil e militar». E também na região de Aldeia Viçosa e Quitexe, mas «sem que se dê mostras de vir a realizar, a curto prazo, a sua apresentação».
O Guedes, organizador do encontro, a
fotografar, com o Soares (lado direito) e o
Victor Vicente (de verde). Atrás, vêem-se o capitão
José Manuel Cruz e o alferes João Machado
O dia 30 de Setembro de 1974 foi o do meu regresso ao Quitexe, em voo aéreo (civil) de Luanda para Carmona e, daqui, com boleia do SPM para a vila-sede dos Cavaleiros do Norte. Na bagagem, levava jornais de Lisboa (os dois ou três que tinham chegado) sobre a Maioria Silenciosa, que levou António Spínola a abdicar da Presidência da República. E jornais de Luanda! O Província de Angola, por exemplo, relatava que «nove das dez fazendas de café da área do Songo foram abandonadas pelos seus donos, perante as tentativas da FNLA para consolidar o seu controlo sobre aquela região».
Songo fica(va) a 350 quilómetros de Luanda, a uns 40/50 de Carmona e a 80/90 do Quitexe. Muito perto!
A FNLA, segundo o jornal, teria incendiado uma plantação e aconselhava os trabalhadores rurais africanos a «abandonarem a região, até Angola se tornar independente». O mesmo sublinha o Livro da Unidade, como acima se refere.

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