CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

3 261 - Cavaleiros no Alto Lucunga, confrontos MPLA/FNLA

Cavaleiros do Norte de Santa Isabel reunidos em 2014. Alguns destes, foram para 
a Fazenda Além Lucunga a 23 de Setembro de 1974. Já lá vão exactamente 41 anos!!!


Fazenda Alto do Lucunga, para onde dois
grupos de combate da 3ª. CCAV. 8423 foram
destacados a 23 de Setembro de 1974

A 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, deslocou dois pelotões para a Fazenda Além Lucunga, a 23 de Setembro de 1974 - para ali «reforçar a área do BC12», porém, como nota o Livro da Unidade, «onde irá actuar, enquanto a sua falta não tiver expressão no interior do Subsector».
Os dois grupos de combate estiveram deslocadas nesta missão até 8 de Novembro desse ano e, segundo testemunho do furriel José Fernando Carvalho, também actuaram em Quipedro - por lá bem perto.
O capitão José Paulo Fernandes achou por bem comandar ele próprio a força e, há dois anos, recordou-nos ter encontrado uma fazenda abandonada, com valas e trincheiras de defesa mas estranhamente sem ninguém. Próximo, apenas um posto da OPVDCA - que por esse tempo se desactivou.
«Esperávamos ataques, mas nada disso aconteceu. Avisaram-nos que iríamos ter problemas, mas felizmente não tivemos», recordou o comandante dos Cavaleiros do Norte, lembrando ainda que o alferes miliciano Carlos Silva foi o oficial que o acompanhou.
O dia foi o último da administração portuguesa na Guiné Bissau, iniciada em 1571. Seria independente à meia noite desse dia (para o seguinte) de há 41 anos!
O Presidente António Spínola assumiu
directamente as negociações
do processo de independência de Angola.
Há precisamente 41 anos!
Relativamente a Angola, o Alto Comissário Rosa Coutinho anunciou em Luanda que o Presidente António Spínola iria «tomar directamente em suas mãos todas as negociações internacionais a efectuar sobre o (seu) futuro».
Rosa Coutinho estivera em Lisboa e reunira com o 1º. Ministro e o Ministro das Finanças, analisando o futuro do Banco de Angola. «Depois da nacionalização, virá para Angola a sede da administração desse banco», disse o Alto Comissário, acrescentando que tinha feito uma exposição ao Conselho de Ministros, sobre «a situação deste país» - Angola. 
Um ano depois, a  FNLA continuava no Caxito e registava-se «intensa movimentação de forças daquele movimento e do MPLA», naquela zona e na Barra do Dande. Prenunciava-se, noticiava o Diário de Lisboa de há 40 anos, «uma nova contra-ofensiva do MPLA, que no dia 6 já tinha expulso a FNLA daquela região, onde se situa importante nó rodoviário, que permite a ligação de Luanda ao porto de Ambriz». E a Carmona, recordemos.
Mercenários e trabalhadores, a FNLA no
Caxito - notícias do Diário de Lisboa de 23
 de Setembro de 1975. Terça-feira de há
precisamente 40 anos! 
O 1º. Ministro Lopo do Nascimento, em Luanda, comentava que «é necessário que, à força dos exércitos mercenários possamos contrapor a força revolucionária das massas trabalhadoras».
O jornal Pravda, em Moscovo, noticiava que «7 mercenários armados com material norte americano e chinês estão alistados na FNLA, ao serviço de imperialistas e neocolonialistas», acrescentando que ao serviço do movimento de Holden Roberto estavam «antigos soldados negros americanos da guerra do Vietname, assim como africanos provenientes de países vizinhos de Angola».
O Pravda denunciava ainda a presença de forças militares sul-africanas concentradas na Namíbia e «preparadas para atacar e apoiar as acções dos dissidentes».  O MPLA, por sua vez, falava de «pressão de forças mercenárias» comandadas por Santos e Castro, ex-oficial do Exército Português, ao serviço da FNLA e «através da via Malanje, Salazar, Catete». Para cercar Luanda. 
A sul, a MPLA continuava a contra-ofensiva, para reconquistar Nova Lisboa (actual Huambo). 
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