CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 24 de janeiro de 2016

3 285 - Cavaleiros do Norte à espera do Governo de Transição


Os furriéis milicianos Luís Mosteias (falecido a 5 de Fevereiro de 2013, de 
doença) e António José Cruz e o 1º. cabo Alfredo Coelho (Buraquinho), 
no encontro de Águeda, a 9 de Setembro de 1995


Os furriéis milicianos António Rebelo,
Amorim Martins, Abel Mourato (que
hoje faz 64 anos) e Mário Matos, todos da
2ª. CCAV. 8433, a de Aldeia Viçosa


Sexta-feira, 24 de Janeiro de 1975!!! Os Cavaleiros do Norte, pelo Quitexe, por Aldeia Viçosa e Vista Alegre/Ponte do Dange, continuam a sua jornada angolana da África uíjana. A Cimeira do Alvor, para nós e ao tempo, continuavam por esclarecer e perceber e os dias passavam, sem que conhecêssemos a sua evolução prática. Expectável era a constituição e posse do Governo de Transição, previsto para o dia 31 - uma semana depois.
Vista Alegre em 2010, numa foto de By Bembe,
retirada da net. Ha 41 anos, lá estava
aquartelada a 1ª. CCAV. 842334, a de Zalala
Os três movimentos nada confirmavam, quanto a nomes para o executivo, e a imprensa luandina, a única que regularmente chegava ao Quitexe (nomeadamente o jornal diário A Província de Angola) dava conta de «preocupações com outros aspecto da vida politicas do país». Por exemplo, a lei de imprensa, o direito à greve e as negociações do café - um dos principais produtos da exportação angolana.
«Estas questões são levantadas num momento em que ganha acuidade o possível domínio «partidário» sobre os órgãos de comunicação social. Acusações veladas que vão no sentido de demonstrar que o MPLA manipularia alguns desses órgãos», lia-se no Diário de Lisboa desse mesmo dia. Curiosamente, ou talvez não, notava o DL que «pelo menos três dos órgãos de informação fazem estas acusações, o que demonstra a sua oposição ao MPLA».
Faltavam cerveja e refrigerantes na capital Luanda, era contínuo o aumento de produtos e «o êxodo dos colonos continua(va)», muito embora «a um ritmo menos acelerado». 
 Um ano depois, em plena guerra civil, o MPLA estava às portas do Huambo, a antiga Nova Lisboa: «Tendo libertado cerca de 6000 quilómetros quadrados na Frente Sul, as forças das FAPLA registam em toda a zona ocidental e centro grandes vitórias, que recordam, a Norte, as que procederam a queda de Negage e Carmona». relatava o Diário de Lisboa de 24 de Janeiro de 1976, que então li aqui em casa, trazido de Águeda. 
Notícia do Diário de Lisboa de 24 de
Janeiro de 1975, sobre a situação política em Angola
As tropas das FAPLA estavam a menos de 60 quilómetros de Nova Lisboa «lançando uma ofensiva contra o Alto Hama, importante nó rodoviário que conduz ao Lobito, Huambo e Silva Porto». A ocupação de Novo Redondo tinha aberto «caminho para o Lobito e a de Calucinga para Silva Porto, onde se situa(va) outra grande base logística sul-africana». A norte, «as forças doMPLA, com colunas cubanas à frente, estão a esmagar a FNLA, avançando sobre Santo António do Zaire e Maquela do Zombo», perto da fronteira com o Zaire.

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