CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

3 287 - Comício em Aldeia Viçosa «desentendeu» FNLA e MPLA

Comício de MPLA e FNLA em Aldeia Viçosa, a 26 de Janeiro de 1975. Há 41 anos! 
Os movimentos não se entenderam, o que obrigou à intervenção da 
tropa portuguesa «em situação apaziguadora, que se conseguiu»


O 1º. sargento Fialho Panasco, da 1ª. CCAV. 8423, a
de Zalala. Com a esposa, a 9 de Setembro de
1995, no Encontro de Águeda, o primeiro dos
Cavaleiros do Norte

A 26 de Janeiro de 1975, chegaram ao Quitexe notícias menos agradáveis: o presidente do MPLA, em Dar-es-Salan, admitiu a hipótese de pedir a intervenção da Organização de Unidade Africana (OUA) para, afirmou, «resolver os problemas que Angola terá de enfrentar antes da independência». E o principal problema era o Enclave de Cabinda, onde a FLEC exigia a independência e, na versão de Agostinho Neto, «os governos vizinhos e grupos rebeldes espalham a confusão».
Outro problema era a Revolta do Leste, facção dissidente do MPLA liderada por Daniel Chipenda - que nesse dia, no Luso, deu uma conferência de imprensa, nela afirmando que «fui atacado por um autêntico agente do imperialismo e as Forças Armadas Portuguesas tentaram bloquear a minha entrada no país». Na verdade, as FAP tinham impedido uma outra conferência de imprensa e tentado evitar a entrada dos seus militares (de Chipenda) na cidade. Só desarmados. Mas «acabaram por entrar, após negociações com oficiais portugueses». 
Notícia do Diário de Lisboa, sobre a (possível)
intervenção de tropas da OUA em Angola
«Paralelamente, os meus detractores tentaram impedir que eu contactasse o nosso povo, afim de lhe explicar a situação. A nossa Delegação está pronta a entrar em diálogo imediato com o Governo Português, com a UNITA e com a FNLA», disse Daniel Chipenda, que citamos do Diário de Lisboa, ameaçando que iria visitar outros centros urbanos angolanos «com ou sem autorização».
Estas situações passavam-se longe do Quitexe (e de Carmona), mas não deixavam de preocupar os Cavaleiros do Norte. Até porque, na nossa ZA - predominantemente da FNLA - «registavam-se situações de atrito» entre este movimento e o MPLA. O Livro da Unidade regista que «a mais grave terá sido a 26 de Janeiro, aquando da abertura da Delegação da FNLA em Aldeia Viçosa».
Os movimentos pretenderam fazer um comício conjunto, mas no qual não conseguiram entendimento, o que deu origem à intervenção das NT, em situação apaziguadora, que se conseguiu», relata o Livro da Unidade. 
A paz do Alvor, como se vê, não era bem assim. No terreno, as coisas» complicavam-se.

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