CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

3 645 - Cavaleiros a caminho de Carmona, palavras de Holden e Neto!

Grupo de furriéis milicianos da 3ª. CCAV. 8423, a da fazenda Santa
Isabel: António Fernandes (que amanhã festeja 65 anos em Braga),
 Vitor Guedes (falecido a 16/04/1998, de doença), Rabiço, Querido e
 Belo. Momento lazer e calma, em frente ao bar «A Cubata»
Os furriéis milicianos Fernandes (que amanhã faz
 65 anos) e Viegas, em 1975 e na avenida do Quitexe

O comandante Almeida e Brito deslocou-se a Carmona no dia 18 de Janeiro de 1975, para «estabelecimento de contactos operacionais» no Comando de Sector do Uíge (CSU).
O Livro da Unidade não especifica, mas esta reunião de trabalho teve certamente a ver com a (então próxima) rotação do BCAV. 8423, que cada vez mais se murmurava nos aquartelamentos do Quitexe, de Aldeia Viçosa e Vista Alegre/Ponte do Dange.
A Igreja da Mãe de Deus do Quitexe, em 2011. O
quartel do BCV. 8423 começava onde se vêem os
candeeiros. Foto de Mário Fernando (net)
A expectativa apontava a saída para o Batalhão de Caçadores 12 (BC12), situado à saída da cidade, na estrada para o Songo, aquartelamento que «desde 1961 guarnecera a capital do distrito do Uíge» e que, refere o Livro de Unidade, «iria se extinto».
Ia, não ia..., vi ou não vai, logo se veria e era grande a expectativa que se multiplicava entre os jovens combatentes do BCAV. 8423, naturalmente desejosos de rodar para uma cidade. O que, assim se pensava e acreditava, bem melhor seria que estar uma pequena vila como o Quitexe. Se bem que, e é justo dizê-lo, fosse bem agradável estar por lá. Como estivemos, durante um pouco mais de 9 meses - a CCS, desde 6 Junho de 1974 a 2 de Março de 1975.
 Os Cavaleiros do Norte acabariam por rodar para a Carmona a 2 de Março desse ano de 1975, data da saída da CCS.
Os presidentes Agostinho Neto (do MPLA)
 e Holden Roberto (da FNLA, ex-UPA)

Povo angolano
é que ganhou

O acordo do Alvor foi assinado e, em Kinshasa, o presidente Holden Roberto «teve acolhimento triunfal por parte de militantes e simpatizantes» da FNLA.
«Foi o povo angolano que ganhou. Esta vitória é de todos», disse o líder do movimento, originário na UPA, acrescentando que «os exilados angolanos têm o direito de regressar aos seus lares, a partir da posse do Governo de Transição», pois, acrescentou, «há disposições desde já assentes» e, por outro lado, «vão ser criadas instalações de acolhimento para angolanos sem meios».
Agostinho Neto, do MPLA, por seu lado, encontrou-se com estudantes angolanos no Porto e Coimbra, a quem disse que «a independência de Angola vai mudar profundamente o nosso país e também as estruturas portuguesas».
«Os acordos foram os melhores até hoje realizados, porque eram os mais difíceis. Partimos com divergências profundas e terminámos unidos», disse Agostinho Neto.
O furriel António Fer-
nandes em 1974/75

Furriel Fernandes fez
23 anos no Quitexe

O furriel miliciano Fernandes fez 23 anos a 19 de Janeiro de 1975, andávamos todos nós pelo uíjano Quitexe da nossa jornada africana de Angola.
António da Costa Fernandes era atirador de Cavalaria, especializado na Escola Prática de Santarém, e integrava a 3ª. CCAV. 8423 dos Cavaleiros do Norte, a da Fazenda Santa Isabel.
Natural de Lomar, em Braga, a Lomar e ao Ventoso natal voltou, a 11 de Setembro de 1975, e fez carreira profissional como professor, agora já aposentado, depois de uma sacerdotal vida de serviço público de que orgulha, passada em várias escolas do norte. 
Parabéns para o Fernandes, companheiro amigo de um tempo irrepetível das nossas vidas. Grande abraço! 

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