CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 22 de janeiro de 2017

3 649 - Cavaleiros em apoio às populações e Neto a sair de Lisboa

Cavaleiros do Norte do Pelotão de Sapadores, da CCS, prontos para mais
um patrulhamento ou escolta, a partir do Quitexe e para as redondezas

 uíjanas - a zona de acção dos Cavaleiros do Norte

Os condutores Vicente e Gomes juntaram-se
para conviver e matar o porco, regando-o
com (o bom) vinho de Vila de Rei


Aos 22 dias de Janeiro de 1975, os Cavaleiros do Norte continuavam a sua jornada africana na maior  da serenidades, cumprindo tarefas de serviços nos respectivos aquartelamentos - no Quitexe, em Aldeia Viçosa e em Vista Alegre/Ponte do Dange. Mas muito limitados, em termos de pessoal.
O Livro da Unidade, de resto, enfatiza este facto: «A actividade das NT, muito limitada por falta de meios humanos, foi quase somente conduzida ao longo do alcatrão, em constantes patrulhamentos, apeados e auto, através das quais se garante a nossa presença e liberdade de itinerário».
Diário de Lisboa de 22 de Janeiro de
 1975: «Agostinho Neto deixou Lisboa e
 regressa este mês a Luanda»
As excepções tiveram a
ver com solicitações de fazendeiros e povos das sanzalas, pedidos aos quais os Cavaleiros do Norte «acudiam» muito regularmente - ora para assegurar transporte de mercadorias, ora de pessoas e estas normalmente para consultas médicas ou para mercarem as suas produções agrícolas e adquirirem produtos de uso doméstico.

Agostinho Neto
deixou Lisboa

Expectava-se muito sobre os desenvolvimentos do processo de independência de Angola - após o Acordo do Alvor -, mas a verdade é que as notícias que lá chegavam não eram muito pormenorizadas e suscitavam até algumas (muitas) dúvidas.
Sabia-se que Agostinho Neto, nesse mesmo dia, ia voar de Lisboa para a Argélia e, daí, seguindo para a Tanzânia e a Zâmbia, antes de chegar a Luanda - até ao final do mês. À saída de Lisboa e já no aeroporto, afirmou ter verificado que «o Governo, as forças portuguesas e o povo português, em geral, desejam, sinceramente, o estabelecimento de uma efectiva cooperação e amizade entre Portugal e Angola».
O presidente do MPLA disse também que «o entendimento entre os movimentos de libertação era indispensável para a formação de um Governo de Transição», entendimento que, sublinhou, «o MPLA defenderá sempre».
Vicente e Gomes em Vila de Rei: matou-se o
porco, comeu-se e bebeu-se em honra da
 «melhor companhia do ultramar»

Cavaleiros e condutores
a «matar o porco»

Ontem, foi dia de dois condutores da CCS dos Cavaleiros do Norte conviverem na tradicional matança do porco: o Vicente e o Gomes.
Vicente José Alves era dos Cucados, de Vila de Rei, e lá voltou em 1975. mas a Estevais. Empresariou na área da construção civil pelas bandas de Além-Tejo e voltou à terra natal - quando a vida o aproximou da reforma e por lá se dedicando a tarefas agrícolas. Foi lá que ontem recebeu José António de Sousa Gomes, que lá foi ter desde Geufães, da Maia, para conviveram e reforçarem a amizade tão afectuosamente construída durante a jornada africana do Uíge angolano.
Matou-se o porco, e comeu-se bem e bebeu-se melhor, com os bem dispostos Vicente Alvres e José Gomes a «brindarem pela melhor companhia do ultramar». Justamente, a CCS do BCAV. 8423 - os Cavaleiros do Norte do Quitexe!

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