CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

4 020 - Uma visita ao BC12, os inimigos da independência!

A avenida do Quitexe, ou rua de Baixo, com a porta d´armas do BCAV. 8423, à
direita. Vê-se, hasteada, a bandeira de Portugal. Os três militares estão na
entrada da rua para a Igreja de Santa Maria de Deus
Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, todos furriéis mi-
licianos: José Querido, Victor Guedes (falecido a 16/04/1998,
de doença e em Lisboa), António Fernandes e âmgelo Rabiço.
 Mais à frente, o Agostinho Belo (de óculos e bigode)



O processo de descolonização de Angola estava em marcha a posse do Governo de Transição estava marcada para 31 de Janeiro de 1975 e, pelas bandas do Uíge, os Cavaleiros do Norte continuavam expectantes sobre a murmurada rotação para o BC12, aquartelado em Carmona.
Como eram regulares as idas a esta ci-
dade, medrou a curiosidade para conhe-
Parada do BC12 no tempo dos Cavaleiros do Norte (1975)
cermos o quartel, que fica(va) à saída da cidade, na estrada para o Songo. Lá fo-
mos, muito curiosos, e lá achámos, por acaso, o capitão Oliveira - não o coman-
dante da CCS, mas um outro Oliveira, que era natural do nosso concelho (Águeda). E que acabou por, embora muito rapida-
mente, mostrar as instalações. Que eram muito boas, por sinal - se as comparás-
semos com as da guarnição do Quitexe, que nem eram más de todo.
«Vocês sempre vem para cá?», perguntou-me ele, que também no BC12 ouvia os murrios da rotação dos Cavaleiros do Norte. E sem que lhe pudesse eu adiantar o que quer que fosse.
O Batalhão de Caçadores 12 desde 1961 que, de acordo com a livro «História da Unidade», «guarnecera a capital do distrito do Uíge», e que, ao tempo, «ia ser extinto». Nele esteve o BCAV. 8423, até 4 de Agosto de 1975 - quando ro-
dou para o Campo Militar do Grafanil e cessou a presença militar portuguesa em terras do Uíge.
Notícia do Diário de Lisboa de 29/01/1975, 
sobre a situação política angolana

Inimigos da
independência

O dia 29 de Janeiro de 1975, uma quarta-feira e a apenas dois dias da tomada de posse do Go-
verno de Transição, Luanda acordou com «agi-
tadores, a soldo não se sabe de quem», que, noticiava o Diário de Lisboa dessa tarde, «an-
dam pelos subúrbios a incitar a população a provocar distúrbios no dia 31 de Janeiro, data da tomada de posse do Governo de Transição que há-de levar Angola à independência total».
O MPLA, sobre isso, emitiu um comunicado a alertar os seus «militantes e sim-
patizantes no sentido de denunciarem os agitadores que consigam identifi-
car», ao mesmo tempo que os aconselhava «a não se deixarem arrastar por manobras que poderão desprestigiar o movimento».
Jonas Savimbi, presidente da UNITA e na sua triunfal chegada a Nova Lisboa, também abordou a questão, associando-a a «um possível golpe de Estado em Portugal», frisando que «há forças que se prepararam, ainda, em Portugal, pa-
ra prepararem um contra-golpe e quiçá denunciarem os acordos concluídos entre os movimentos de libertação e Portugal sobre Angola».
«Há ainda inimigos da nossa independência, que trabalham dia e noite», sublinhou Jonas Savimbi.

Sem comentários:

Enviar um comentário