A cerimónia religiosa da Igreja Paroquial de Rans foi muito emotiva, fazendo memórias de um tempo, o de há 44/45 anos, em que os jovens Cavaleiros do Norte da CCS jornadearam por Angola e no Uíge do norte cumpriram uma missão delicada, ate fragilizada, mas de que todos nos orgulhamos.
Seguiu-se o almoço de confraternização, que o «juiz» Joaquim de Sousa Moreira, o organizador encontro e que por lá foi maqueiro dos Serviços de Saúde, pre-
parou com mil e afectuosos cuidados. Sinal mais, caríssimo Moreira, o «nos-
Olhem que 4 cavaleiros do Norte, todos 1ºs. cabos: Vasco Vieira (Vasquinho, escriturário), Domingos Teixeira (estofador), Miguel Teixeira (escriturário) e Porfírio Malheiro (manutenção de material) |
mento de agradecimento a todos, por convosco ter partilhado os últimos dias de Angola».
«Muito me satisfaz, muito me alegra, estar con-
vosco, em mais um encontro anual do BCAV. 8423, envolvido neste espírito de proximidade que aqui me traz, espírito de união em circunstâncias anómalas, cada um de nós com o seu desígnio», disse o sargento Manuel Eira, citando «uma frase do furriel Viegas, em encontros anteriores»: «Enquanto formos dois, há compa-
nheiros para reunir, e por isso aqui estou e estarei, sempre, enquanto puder».
O sargento Eira foi enfermeiro do BC12 e em Março de 1974 colocado na 2ª. CCAV. 8423: «Fui adoptado e vejo-me aqui como um soldado desconhecido, que nos atribulados dias de Carmona mais de perto conheceu a generosidade e bravura dos Cavaleiros do Norte».
«Desejava ter sempre o espírito de Cavaleiro do Norte, de farta camaradagem, camaradagem que nunca senti em 8 anteriores anos de guerra de mato», disse o sargento Eira, muito aplaudido e frisando que «com o 8423, está a minha família», acabando com um repto: «Mantenham sempre estes encontros!».
O 1º. cabo Alfredo Coelho (Buraquinho), à esquerda, e o maqueiro Joaquim Moreira, organizador do encontro, ladeando Tino de Rans, no encontro de CCS em Penafiel |
Tino de Rans
na festa da CCS!
Tino de Rans, candidato a Presidente da República nas últimas eleições, parti-
cipou no encontro da CCS dos Cava-
leiros do Norte, muito afável e popular e «feliz por estar entre homens que, mais que cidadãos do mundo, são homens de coragem».
Conterrâneo de Joaquim Moreira, o or-
ganizador do encontro, afirmou, na sua intervenção, que «vim aqui para dizer obrigado pelo que fizeram por Portu-
gal», os Cavaleiros do Norte são militares do 25 de Abril, e destacou «a cora-
gem que tiveram e a humildade que assumiram, sem nada pedir, para irem a África participar no processo de descolonização e independência de Angola».
«O que então fizeram vale muito mais que qualquer palavra de político de agora, que todos os votos que os políticos possam pedir aos cidadãos», disse Tino de Rans.
O 1º. cabo Alfredo Buraquinho foi outro orador da tarde festiva da CCS, enfatizando «a organização do Penafiel», o Joaquim de Sousa Moreira, «filho do antigo regedor de Rans» e seu companheiro da enfermaria da CCS.
«Tudo a correr no ponto, até com o Tino de Rans», disse o Buraquinho. (continua)
O capitão José Paulo Fernandes, ao centro e de camisa aos quadrados, preparando-se para o corte do bolo do encontro da 3ª. CCAV. 8423 |
Cavaleiros de Santa
Isabel no Fundão !
Os Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423 estiveram o Fundão a fazer me-
mórias da sua (e
Os furriéis Armindo Reino e Delmiro Ribeiro e... NN |
O alferes Carlos Silva e esposa e um CN da 3ª. CCAV. 8423 |
africana de Angola, num ambiente muito festivo, de resto muito e bem animado pelo Armando Mendes da Silva, o caçula do BCAV. 8423, soldado clarim de Santa Isabel e exímio tocador de acordeon.
O capitão José Paulo Fernandes, que comandou a 3ª. CCAV. 8423 por terras do norte de Angola e não falta a um encontro, enfatizou «a alegria de mais um encontro desta enorme família». A família, dizemos nós, que não é de sangue mas é de paixão e de eterno afecto.
O furriel José Lino, o organizador do encontro, sintetizou mais esta romaria e festa do Fundão: «É para nunca acabar, esta alegrai de todos é para sempre». E agradeceu «esta alegria de estarmos juntos na minha terra», o Fundão. (continua)
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