Almeida e Brito no encontro do BCAV. 8423 em Águeda, no ano de 1997 e com os capitães José Manuel Cruz, da 2ª. CCAV. e esquerda, e José Paulo Falcão, à direita |
O general Carlos Almeida e Brito |
O general Carlos Al-
meida e Brito faleceu há 16 anos, a 20 de Junho de 2003, no decorrer de um passeio turístico a Espanha. Tinha 76 anos e foi comandante do BCAV. 8423, a unidade dos Cavaleiros do Norte!
Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito nasceu a 25 de Novembro de 1927, em Lisboa, e era tenente-coronel de Cavalaria ao tempo que comandou o Batalhão de Cavalaria 8423, entre Dezembro de 1973 e Setembro de 1975. No Quitexe, tinha sido oficial adjunto e de operações antes da nossa chegada, no Batalhão de Cavalaria 1917, em 1968. Como comandante do BCAV. 8423, con-
firmou as suas elevadas qualidades militares e dele, para além a imagem de rigor e disciplina, de que não abdicava, sublinha-se a autoridade humanizada e atenta com que, sem tibiezas, defendeu os seus Cavaleiros do Norte.
Imediatamente após a jornada uíjana, comandou o Regimento de Lanceiros 2 (PM), em Lisboa, e, depois, foi 2º. comandante do Região Militar Centro, em Coimbra. Seguidamente, comandou a Região Militar Sul, em Évora, e foi 2º. comandante geral da GNR. Outros cargos terá assumido, que desconhecemos.
O general Pires Tavares dele tinha opinião altíssimamente positiva: «Foi um grande militar. Foi eu quem o escolheu para 2º. comandante da Região Militar Centro, quando lá estive. Sempre o quis comigo».
Almeida e Brito no encontro da CCS do BCAV. 8423 em 1997 e em Penafiel |
Militar de coragem,
audaz e decidido !
Almeida e Brito não era oficial de meias pala-
vras, ou indecisões. Por vezes, até era exces-
sivamente imperativo no agir, seja isso virtude ou defeito. Dúvidas, não há: era respeitado e admirado. E era justo! Dele se contavam lendas da anterior passagem pelo chão quitexano! E dele nos falavam civis locais e combatentes da FNLA, citando-o com o militar de coragem, sem tibiezas, decidido, audaz e descomprometido.
Partilhei muitos momentos com ele, depois de 1975 - quando foi 2º. comandan-
te da Região Militar Centro, em Coimbra, onde foi adjunto do general Pires Ta-
vares, que é de Águeda; quando comandou a Região Militar Sul, em Évora; quan-
do foi 2º. comandante da GNR e a ele recorremos por hora menos boa de com-
panheiro que seguiu carreira nas Brigadas de Trânsito.
Participou nos encontros da CCS e do BCAV. 8423, quando melhor conhecemos a face mais humana do militar que não teve hesitações nos duros dias finais da jornada africana de Angola. Quantos de nós deveremos a vida à sua competên-
cia e capacidade de decisão?! Nunca saberemos! Mas é seguro que, nos momen-
tos mais dramáticos e trágicos, tivemos à altura quem nos comandasse.
Hoje aqui o evocamos, com saudade, fazendo memória de um grande coman-dante dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. RIP!
O casal Morais do Quitexe |
Reunião no Quitexe
com a Contra-subversão
O comandante do BCAV. 8423 reuniu-se a 19 de Junho de 1974, há precisamente 45 anos, com os agentes da Comissão Local de Contra-Subsversão (CLCS) do Quitexe.
O objectivo era, como aconteceu noutras datas e também com outras instituições locais, «preparar e mentalizar as populações para o programa do MFA». Tais reuniões aconteceram, por exemplo e em altu-
ras diferentes, com as autoridades locais e comerciantes do Quitexe. Entre es-
tes, um conterrâneo do editor deste blogue: José Morais. Além de comerciante e fornecedor de empresas e fazendas da região, também era industrial de ca-mionagem e agente local de várias marcas internacionais. Faleceu em Portugal aos 54 anos, depois de uma delicada operação operação, de que ficou em coma, a 18 de Agosto de 1985. A esposa, Maria Esmeralda Corga Vidal, faleceu a 5 de Fevereiro de 2019, em Águeda. RIP!!!
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