Os alferes milicianos António Garcia e Jaime Ribeiro, o capitão miliciano médico Manuel Leal e o tenente (agora capitão) Acácio Luz |
O comandante Carlos Almeida e Brito deslocou-se à Fazenda Santa Isabel no dia 15 de Julho de 1974, em mais uma visita de natureza castrense, natural-
mente, para troca de impressões e ins-
truções quanto à natureza operacional do BCAV. 8423 na sua Zona da Acção (ZA).
O Pelotão de Reconhecimento, Serviço e Informação (PELREC) foi o grupo de es-
colta e terá sido esta, mesmo, a primeira vez que se deslocou ao aquartela-
mento dos comandados do capitão miliciano José Paulo Fernandes.
O dia foi marcado pela morte de Bernardo Oliveira, militar da mesma 3ª. CCAV. 8423 mas membro do 3º. Grupo de Mesclagem, oriundo do Regimento de Infantaria 20 (RI2), em Luanda - formada por militares do contingente local. Foi vítima de um acidente de viação. Natural de Caiango, no Alto Cauale, era da incorporação de 1969 - devendo, pois, ter 26 anos na altura. Mais não sabemos dele, apenas que o seu corpo foi enterrado no cemitério da sua aldeia.
O dia foi marcado, em Luanda e segundo a imprensa do tempo, por incidentes entre movimentos de libertação, que resultaram em 12 mortos e 60 feridos.
O BC 12 à saída de Carmona |
Pedido de armas
retidas no BC 12
O dia 15 de Julho de 1975, há precisamente 44 anos, foi tempo de a FNLA pedir ao comandante Carlos Almeida e Brito a entrega de armas que estavam à guarda do BC12 - a unidade onde estava aquartelado o BCACV. 8312.
Pedir é uma forma semântica de dizer o que pretendia da FNLA militar e polí-
tica do presidente Holden Roberto. A FNLA exigia a entrega das armas, milha-
res de armas que estavam em depósito militar do BC12 - o que não lhe foi concedido. Armas, por exemplo, que tinham sido da DGS angolana e dos Flechas. O comandante Bundula seria um dos porta-vozes dessa exigência. Não acedida!
Alferes milicianos na entrada da Messe de Ofi- ciais do Quitexe: Pedrosa de Oliveira, Jaime Ribeiro, António Albano Cruz, António Manuel e José Leonel Hermida |
Ribeiro, alferes da CCS,
69 anos em Constância !
O alferes miliciano Ribeiro, oficial sapador da CCS do BCAV. 8423, os Cavaleiros do Norte do Quitexe, festeja 69 anos a 15 de Julho de 2019.
Jaime Rodrigues Picão Ribeiro foi louvado por-que demonstrou «ser um bom condutor de ho-mens, o que o acredita merecedor da conside-
ração dos seus superiores, da admiração dos
Os alferes milicianos António Albano Cruz e Jaime Ribeiro |
truções que se fizeram, a maioria delas para melhoria do bem-estar dos soldados».
O louvor foi publicado na OS 174 e sublinha que «foi sem-
pre precioso colaborador do comandante da Companhia, facto recentemente notório na resolução dos muitos pro-
blemas surgidos com o elevado número de pessoal civil que pediu a protecção das NT durante os incidentes de Carmona». «Por todos estes factos, pelo espírito de justiça e disciplina aos quais alia excelentes do-
tes de carácter, considero o alferes Ribeiro merecedor do presente louvor, que muito o honra e dignifica como oficial», sublinha o louvor.
Jaime Ribeiro regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, a Constân-
cia, a sua terra natal - onde em 1976 foi eleito vice-presidente da Câmara Muni-
cipal, numa lista do PS que ganhou 4 dos 5 mandatos em disputa, sem ele, todavia, abandonar a sua actividade profissional na Fábrica do Tramagal.
Abandonou a política no final desse mandato, por, ele nos disse, «não ter vida para aquilo, por ter de dizer e desdizer o que dizia».
«Não é esse o meu estilo...», disse-nos hoje mesmo, quando o parabenizámos pelos 69 anos e ele fazendo memória da sua experiência política, acrescentan-
do, sem quaisquer dúvidas, que «isso não é para mim».
Aposentado, mantém-se activo na área da formação profissional e para ele vai o nosso abraço de felicitações pela bonita idade que hoje festeja.
«Parabéns, meu tenente!...».
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