CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 22 de julho de 2019

4 758 - Chipenda e Holden em Carmona, combates em Luanda!

Daniel Chipenda (secretário geral, que há 44 anos estava na cidade de Carmona),
Holden Roberto (presidente) e Vaal-Neto, altos dirigentes da FNLA



O secretário geral da FNLA, Daniel Chipenda, estava há 44 anos na cida-
de de Carmona e de lá, e através da Emissora Oficial de Angola, falou ao país, anunciando que o presidente Holden Roberto «se encontrava já em território nacional».
E para quê? Para, disse Daniel Chi-
penda, «conduzir as operações mili-
tares do ELNA»,
O restaurante «Escape», em Carmona, onde
alegadamente esteve Holden Roberto,  pre-
sidente da FNLA, há 44 anos!
numa altura em que, precisou, «nós, FNLA, so-
mos obrigados a pegar em armas para uma vez mais dizer não os que desejam oprimir o povo».«Voltamos às armas pela mesma razão de 1961. Queremos a liberdade, queremos liberdade e terra para os angolanos», procla-
mou Daniel Chipenda, ao tempo dissidente do MPLA e recém-líder da Revolta do Leste.
Ao tempo, na verdade, murmurava-se na cidade que Holden Roberto lá estaria, certamente com pretoriana guarda a sua volta. E algumas juras ouvimos, «garantindo» que teria sido visto no «Escape», restaurante na moda da capital uí-
jana, na Rua do Comércio. 
Daniel Chipenda estava há alguns dias no Uíge, onde, em data que não pode-
mos precisar e no campo de futebol do Recreativo do Uíge, presidiu a um co-
mício da FNLA, que teve segurança garantida pelas NT e na qual se integrava o PELREC. Alguns anos mais tarde (por volta de 1985/90), em Águeda e num jantar de leitão à Bairrada, tivemos oportunidade de recordar esse momento - de que Daniel Chipenda, de resto, bem, se lembrava.
Notícia do Diário de Lisboa de
22/97/1975 sobre a presença de
Daniel Chipenda em Carmona

Luanda com combates
e sem combustíveis !

A capital Luanda continuava tensa, com «combates entre o MPLA e a FNLA» e os militares desta acanto-
nados no Forte de S. Pedro da Barra, num «cerco que dura(va) há 6 dias».
As reservas de gasolina dariam para 4 dias, justamente por causa do cerco - que limitava a produção da Petran-
gol. E afectava a ponte aérea de Luanda para Lisboa.
O MPLA, em comunicado, admitia «uma última escalada contra este último reduto da FNLA em Luanda», cidade onde, de acordo com o Diário de Lisboa de 22 de Julho de 1975, que o repor-
tava, «continuam a ser divulgados em cartazes e jornais de parede alguns aspectos das atrocidades cometidas contra patriotas angolanos nas sedes da FNLA, agora destruídas pelo MPLA».
«O ambiente é de guerra latente, apesar de terem diminuído os combates entre os dois movimentos», acrescentava o jornal vespertino de Lisboa.
José Adriano N. Louro,
1º. cabo sapador da CCS
A esposa e filho de
José Louro (1974)

Louro, 1º. cabo da CCS,
faleceu há 11 anos !

O 1º. cabo Louro, sapador da CCS do BCAV. 8423, faleceu, de suicídio, a 23 de Julho de 2008. Há 11 anos!
José Adriano Nunes Louro era natural de Casal do Pinheiro, da freguesia de Casais, em Tomar. E lá regressou a 8 de Setembro de 1975, por lá fez a sua vida profissional e familiar, já casado e pai de um filho, o Sérgio - já nascido aquando da sua jornada africana de Angola e agora sargento-ajudante do Exército.
A morte da esposa, vítima de doença cancerosa, precipitou a sua decisão de suicídio, quando, meses depois, lhe foi diagnosticado igual doença. Deixou explicação escrita, que nos foi narrada pelo filho: «Não quero sofrer e fazer sofrer»Hoje recordamos, com saudade, um com companheiro do tempo da comissão militar nas terras uíjanas do norte de Angola !

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