CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

7 272 - Os «caçadores» chegaram a Vista Alegre e logo foram... embora !

Caçadores da 4145/72, a subunidade de Vista Alegre: António Dias, furriéis Freitas e Cerqueira,
capitão Raúl Corte Real (comandante), 1º. sargento Sobreiro e furriel Ramos

A entrada de Vista Alegre, do lado de Luanda, a 24 de
Setembro de 2019, quando lá passou o furriel Viegas

A CCAÇ: 4145/72, a do capitão Raúl Corte Real - e de ainda ontem falámos... - , tinha chegado a Vista Alegre no dia 1 de Abril de 1973 (não, não foi engano, mentira muito menos...), depois de uns dias de «estágio» no Campo Militar do Grafanil, assim que foi a sua chegada a Luanda - nos últimos dias de Março de 1973.
A 20 de Novembro de 1974, há 49 anos...., lá chegaram os «caçadores» da 4145/74, que, afinal, nem o lugar aqueceram em Vista Alegre (e muito menos no Destacamento da Ponte do Dange), tendo logo voltado a Luanda - onde, provavelmente, terão integrado as Forças Militares Mistas. Nada sobre isso sabemos.
A 4145/74 era, recordemos, comandada pelo capitão Gabriel Gomes, oficial que tinha estado «implicado» no Golpe das Caldas (da Raínha), em 16 de Março de 1974.
A CCAÇ. 4145/72, a única da intervenção da zona, já agora e recordando, era comandada pelo capitão Raul Alberto Sousa Corte Real e tinha sido formada no Regimento de Infantaria nº. 1 (RI1), na cidade da Amadora. 
Regressou a Portugal em Dezembro de 1974.
Requisição à CP de um bilhete de Águeda para
Lamego Central, em 2ª. classe e, como se pode
 ler, «devendo a importância do transporte
 ser paga pelo Ministério do Exército»

O Exército pagava o
transporte dos militares!


Há algum tempo, encontrámos na net uma singular discussão sobre os custos das viagens da tropa colonial, nomeadamente no período de recruta e especialização, depois no de mobilização e embarque para os teatros operacionais - fosse para Angola, Moçambique e Guiné, ou Cabo Verde, Madeira, Açores, S. Tomé Príncipe, Macau e Timor.
As viagens de avião e/ou barco, eram naturalmente custeadas pelo Estado Português. Não havia dúvidas. Dúvidas havia (e em nós ficaram multiplicadas...) sobre quem pagava as deslocações internas, dentro do Portugal Metropolitano e de nossas casas para (e das) as unidades militares.
A argumentação era tão farta, de um lado e de outro - os que diziam que pagava o Estado (total ou parcialmente), ou pagava o militar. Tão farta e expressiva, que medraram as dúvidas e nenhuma certeza ganhámos quando, pelo telefone, perguntámos a meia dúzia de companheiros: pagávamos, ou não pagávamos os bilhetes da tropa? Ninguém se lembra bem!
Quis o destino que achasse, aqui por casa, um exemplar de uma requisição de transporte, em 2ª. classe, no caso à CP e da Estação de Águeda para a de Lamego Central, quando, já concluído o curso de Operações Especiais, lá fiquei colocado. Se repararam bem, verificarão que a requisição era do Ministério do Exército, via DL 2023, de 4 de Fevereiro de 1922, expressamente referindo, e citamos, «devendo a importância do mesmo transporte ser paga pelo Ministério do Exército».
Está todo esclarecido: pagava o Estado. 
Furriel C. Viegas

Viegas, furriel do Quitexe,
71 anos em Águeda !


O furriel miliciano Viegas, do PELREC da CCS do BCAV. 8423, festeja 71 anos a 21 de Novembro de 2023. Amanhã.
Cavaleiro do Norte do Quitexe, e especialista de Operações Especiais (Rangers), concluiu o curso no Centro de Instrução de Operacionais (CIOE), em Lamego, e lá ficou como instrutor - tal qual o Monteiro e o Neto.
Mobilizado para Angola, o trio apresentou-se no RC4, em Santa Margarida e a 24 de Dezembro de 1973, véspera da Natal, de lá «arrancando» ao fim da tarde para os seus natais de família.
Jornadeou o trio pelo Quitexe e por Carmona e regressaram a Portugal a 8 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana por terras do Uíge angolano. O Viegas fixou-se em Óis da Ribeira, a sua terra natal do concelho de Águeda, e trabalhou nas áreas administrativa, jornalística e bancária. Já aposentado, mora na mesma localidade e amanhã ficará ele com os parabéns em casa. É (sou) o editor deste blogue!

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