CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

7 358 - Cavaleiros do Norte a matar saudades ! Incidentes em Luanda com 20 mortos!

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala mas aqui já em Vista Alegre e em momento de descontração musical.
Quem será o da «barbas» da esquerda? De costas, o alferes Sousa (falecido a  20/01/2022, de doença e no Porto; aqui a
 tocar viola e a taparo 1º. cabo Ferreira, Fião (?), 1ºs. cabos Ângelo Lourenço e Victor Cunha 
 (enfermeiro, a dar
biberon ao bebé do casal Sousa), Celestino Eira e a esposa do alferes Mário Jorge Sousa

Alferes José Alberto Almeida,
oficial de reabastecimentos,
numa fazenda dos arredores
do Quitexe

Capa do livro
«História da
Unidade»

Os dias de Fevereiro de 1975 iam sendo riscados no calendário da jornada africana do Uíge angolano dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 e sem alterações muito substantivas nas suas rotinas: serviços internos, curtos patrulhamentos e escoltas, até acorrer a uma e outras escaramuças entre militates da FNLA de Holden Roberto (a força dominante da região) e do MPLA de Agostinho Neto (que, naturalmente, queria «ganhar» território político). Da UNITA de Jonas Savimbi mal se ouvia falar.
A «folga» operacional não desobrigada tais serviço, mas proporcionava vários convívios inter-militares, para ajudar a matar as muitas saudades que levedavam e os chãos natais dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
«A actividade operacional manteve as características anteriores, com muitas visitas a fazendas e povos, o que levava a percorrer a rede estradal à nossa responsabilidade com elevada frequência», regista o livro «História da Unidade», de que nos socorremos para fazer memória desses dias de jornada africana pelo uíjano norte de Angola.
Actividade operacional que, recordemos, desde o dia 13 estava dependente da Zona Militar Norte (ZMN), por extinção do Comando do Sector do Uíge (CSU), instituições militares instaladas em Carmona - a capital do Uíge e assim chamada depois da independência, adoptando o seu nome gentio.
Daniel Chipenda (Revolta do Leste), o
jornalista argelino Boubakar Adjali
Kapiaça e Agostinho Neto (MPLA)


Incidentes em Luanda
com 20... mortos !

As principais atenções dos Cavaleiros do Norte estavam viradas para os acontecimentos de Luanda, onde forças da Revolta do Leste (a Facção Chipenda) e do MPLA se envolveram em tiroteio - quando estas se aproximaram da delegação «chipenda». 
Morreram pelo menos 20 pessoas e ainda maior número de feridos.
«Forças militares mistas, constituídas pelo Exército Português e forças do MPLA, da FNLA e da UNITA, continuam a ocupar as instalações o Grupo Chipenda», relatava o Diário de Lisboa de 15 de Fevereiro de 1975, um sábado, enquanto «forças da FNLA e da UNITA guardam o Hospital de S. Paulo, onde se encontra os feridos, entre os quais sete partidários de Chipenda»
Quanto a Daniel Chipenda, desconhecia-se o paradeiro, admitindo-se, porém, que «teria já abandonado Angola».
O líder da Revolta do Leste tinha entrado dois meses antes pela fronteira leste, com cerca de 3000 homens armados, e os seus partidários ocupavam várias instalações em Luanda. Um informador militar português, entretanto e segundo o Diário de Lisboa, «desmentiu notícias postas a circular em Luanda, de que as forças de Chipenda teriam atacado um hospital do MPLA no Luso».
Assim ia a Angola de há 46 anos, fazendo caminho para a independência.
Fazenda de Zalala

Martinho, cozinheiro 
de Zalala, faz 72 anos
em Andorra !


O soldado cozinheiro Júlio Manuel Tavares Martinho, da 1ª. CCAV. 8423, festeja 72 anos a 15 de Fevereiro de 2024. Exactamente hoje.
Cavaleiro do Norte e cozinhriro da mítica Fazenda Maria João, a de Zalala, e depois de Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, terras do nortede Angola, regressou a Portugal e a Felgueira Velha no dia 9 de Setemnro de 1975, à povoação da freguesia de Seixo de Beira, em Oliveira do Hospital.
Pouco mais sabemos dele, a não ser que, há muito anos, emigrou para o Principado de Andorra. É para lá, ou para Oliveira do Hospital, seguramente para ele, que vai o nosso abraço de parabéns!

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