Casal da Fonseca, da CCS do BCAç. 3879, no jardim do Quitexe
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A. CASAL FONSECA
Texto
A foto acima foi tirada no
jardim do Quitexe, dois dias antes de me despedir da vila. Despedida com forte
nostalgia, mas também confiante de que ainda lá voltaria, quanto mais não fosse
para rever bons amigos. Assim ficou conversado, mas por
razões várias nunca consegui dar esse passo. Só o poderia fazer desenfiado, mas
a lembrança de uma má experiência que me fez voar até Luanda, por três dias,
desencorajou-me.
Fiquei-me pela
correspondência, que me iam dando noticias da vila e do que mais importante se
passava por lá.
Então, e não é que com esta
coisa de andar aqui a escrever umas linhas no blogue, já acabei por “ir” ao
Quitexe para aí meia dúzia de vezes?! A sonhar, claro está, e sempre como civil,
porque os tempos em que era mobilizado quase todas as semanas, já lá
vão!
Agora é diferente! Entre
outros negócios, já comprei a vivenda das transmissões, onde me instalei, e,
muito recentemente, comprei um café/restaurante na rua de cima, que era
propriedade do meu amigo Evaristo, que hoje faz pela vida no Brasil! Ah…, e
comprei também o restaurante do Rocha, que iria abrir com um
amigo!
Está aqui uma coisa
esperta…, logo eu que não sou nada de sociedades e muito menos de exploração de
restaurantes!...
O que é mais espantoso, é
que comprei tudo sem dinheiro! Cheguei ali e já está, assim sem mais nem menos e
com pouca conversa!
Se não acordasse do sono
dos justos, ficava com a vila toda!
Vem isto a propósito da
nostalgia com que saí e recordo a vila e onde até bem há relativamente pouco
tempo tive intenção de voltar, em visita!
Agora, adeus ó vindima!
Ficas-te pelos sonhos, o que já não é mau, se comparado com os 16 anos em
que, igualmente a sonhar, fui inúmeras vezes mobilizado e descarregado no
Quitexe com mochila às costas! E sempre com os mesmos: o Aguiar e o
Alvarito!
«Porra…, outras vez mobilizados para a guerra, quando há
gajos que nunca cá puseram os pés!....«, resmungava eu, sempre ali na rua de cima ao saltar da viatura!
Por coincidência, ou talvez
não, deixei de ser mobilizado a partir do dia em que, em 1990, arregacei as
mangas e organizei o 1º. encontro da malta!
Afinal, digo eu, tinha era
saudades do pessoal, e não sabia! Melhor, saber…, sabia, mas o que eu não sabia
era dos paradeiros!
E foi um grande desperdício
o desencontro de grandes amigos, dos melhores amigos até aos dias de hoje,
durante 16 anos! Daqueles que regularmente nos ligam para saber se tudo
está a correr bem!
Amigos “nascidos” nos
tempos difíceis da guerra!!
Amigos especiais, que só
quem por lá andou, entende!
ANTÓNIO CASAL DA FONSECA
CCS do BCCAÇ. 3879
Amigo:
ResponderEliminarEu pertenci á CªCavª 1705 estacionada na fazenda Santa Isabel, ou seja o BCav 1917, e estou de acordo com as suas palavras.
José Maria Pinho