CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

1 378 - O «sô» Cabrita...

O «sô» Cabrita foi aquela figura inimitável da CCS dos Cavaleiros do Norte de quem nunca nos esquecemos: é inesquecível. E encontrá-lo e falar-lhe, tornou-se um «vício». Como agora voltou a acontecer, na sexta-feira, dia 11 de Agosto de 2012.
O Cabrita faz vida de pescador, com arrais em Cascais, onde é mestre de um barco e dono de um outro. Ali nos vêem (na foto), diante para a baía e porto de pesca da vila cascaense. «Vou morrer nisto...», disse-me ele, nem sequer querendo ouvir falar em reforma. É dali que parte para a faina todos os princípios de noite, menos ao sábado e domingo, para o largo da costa, embora  sabendo que «há cada vez menos peixe». 
Foi peixe que almoçámos (logo se via...) e a conversa andou por largos quilómetros, a muitas e muitas milhas de Cascais: pelo Quitexe e Carmona, por Luanda, pela Angola da nossa saudade. 
Um a um, o «sô» Cabrita lembrou-se daquela malta (quase) toda da tropa e das manhãs de domingo, quando nos levava (a mim e ao Neto) saborosos e bem piripizados  pregos no pão e sumos ao quarto do Quitexe. Mas que luxo! 
Ao desfiar a conversa, vieram à baila nomes de amigos que já partiram, o Carpinteiro foi o último... «O Carpinteiro morreu? Eeeeehhhh..., era um gajo porreiro...», reagiu o Cabrita, depois de me ouvir a narrar o pormenor do passamento, a 1 de Novembro de 2011. 
O Cabrita não foi aos dois últimos encontros da CCS, por razões de saúde da mulher. «Tenho de ir pró ano, para ver aquela malta», disse-me ele, entuasiasmado e de sorriso rasgado de felicidade. 
Vai, por certo! O Cabrita não é homem de falhar.
- CABRITA. António Santana Cabrita, soldado da 
CCS do BCAV. 8423. Pescador, residente em Cascais.

2 comentários:

  1. Falar do "sô" Cabrita é tão fácil como "simples" é a sua vida. Este sim, pode-se dizer que foi bom, para ele, fazer a tropa. De trato fácil e simples chamavam-lhe o básico, por não ter a 4ªclasse. Foi graças ás aulas regimentais que alguns jovens, nossos colegas, tiveram acesso aos estudos indispensáveis para uma vida diferente. Uma das "vantagens" era não fazer serviços de armas, estava proibido. A desvantagem pior era que fazia todos os outros serviços de fachinas e limpezas, o que era lamentável mas diziam "eles" (É A TROPA). Grande abraço para o "sô" Cabrita.

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  2. Está mais que visto que o amigo Viegas se tornou cliente das festas do mar, em Cascais.É maravilhoso ver que as amizades que se construiram em ambientes difíceis,perduram ao longo de quase 40 anos, indiferentes à crise que grassa.

    Guedes (Ex-FurMil da 2ª CCAV)

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