CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 8 de março de 2014

1 961 - Notícias de Angola, há 40 anos!!!

Campo Militar de Santa Margarida. A extensa avenida, a capela (aqui em baixo, no rectângulo amarelo), o Regimento de Cavalaria 4 (na oval verde, primeiro bloco à direita, até à mancha de árvores) e o cinema (quadrado a branco, primeiro edifício à esquerda). Em baixo, o general Luz Cunha


Março de 1974, há 40 anos! O Batalhão de Cavalaria 8423 continua a formar-se em Santa Margarida, onde vão chegando especialistas de várias áreas. Estamos mobilizados para Angola e interessa-nos o que por lá se passa.  
Os jornais que chegam ao bar/messe dos mobilizados do RC4 trazem-nos notícias interessantes, de uma conferência de imprensa do general Luz Cunha, comandante-chefe das Forças Armadas Portuguesas, em Luanda, a 8 de Março de 1974:
1 - Mais de 45% dos efectivos são naturais de Angola.
2 - «O grupo terrorista que mais se tem revelado nos últimos meses» tem sido a UPA (União dos Povos Angolanos (que era a FNLA), movimento que, cito, «sob a designação de Governo Revolucionário de Angola no Exílio (GRAE) tem sede em Kinshasa, cujas guerrilhas, contudo, se tem limitado a reagir à intervenção das Forças Armadas».
3 - O MPLA, com sede em Brazaville, «tem vindo, por vezes com verta intensidade,   nas faixas fronteiriças com a Zâmbia e em Cabinda» - neste caso, a norte e com colocação de explosivos.
4 - A UNITA, segundo Luz Cunha, «apenas se revelou com acções violentas, de pouco significado, desde o início do ano».
5 - As nossas forças tiveram 27 mortos, nos «últimos seis meses». As baixas do IN chegaram às 322.
6 - O orçamento das Forças Armadas em Angola, nesse ano de 1974, era de «cerca de de 3 biliões de escudos».
7 - Outra revelação do general comandante-chefe das Forças Armadas tinha a ver com Cabinda, onde «surgiu mais um movimento anti-português». Era a Frente de Libertação de Cabinda
Era para esta Angola (oficial) que nos preparávamos, há precisamente 40 anos.
A Lisboa, mas nesta data de 1975, um ano depois, chegaram  João Fernandes e Penteado dos Reis, dois dos 12 jornalistas expulsos de Angola - então se desconhecendo a localização dos outros 10. Em Luanda, a Associação de Jornalistas Angolanos (sindicato) manifestou-se contra as expulsões e suspensão da revista Notícia (ver post de ontem). Contrariamente, 47 jornalistas reunidos em Luanda apoiaram a decisão, considerando que a posição sindical era reaccionária. O mesmo proclamaram jornalistas do jornal ABC.

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