Neto, Viegas, Matos e Monteiro no RC4, em Santa Margarida (1974).
Título do Diário de Lisboa de 27 de Abril de 1975 sobre a actualidade angolana
Título do Diário de Lisboa de 27 de Abril de 1975 sobre a actualidade angolana
Aos 28 dias de Março de 1974, fechámos malas para Santa Margarida, dando fim ao gozo dos 10 da Licença das Normas - o período que imediatamente antecedia as partidas para as jornadas africanas. Por nós, futuros Cavaleiros do Norte, tínhamos começado a 18 e, por mim, fiz algumas despedidas, muito breves e nada emocionais. Mal sabia: apresentámo-nos em Santa Margarida no dia seguinte, mas a licença «acabou por ser aumentada, de tal modo que só a 22 de Abril se voltou a reencontrar todo o pessoal do batalhão».
«Para dar efectivação à instrução operacional», leio no Livro da Unidade.
Um ano depois (1975), estávamos nós por Carmona e eu e o Cruz para sairmos de férias, a imprensa noticiava a iminência de guerra civil em Angola. A 26 de Março, soldados da FNLA fuzilaram 50 guerrilheiros do MPLA. Pioneiros deste movimento, foram massacrados e dois deles fuzilados. Os hospitais receberam dezenas de feridos. Imagine-se a tensão que levedava na capital angolana.
«A casa mortuária está pejada de cadáveres, vítimas das acções desencadeadas pela FNLA sobre a população civil», referia um despacho do enviado especial do Diário de Lisboa, que citamos, acrescentando que «a cidade do asfalto parece imune aos acontecimentos, uma vez que as tropas da FNLA poupam os cidadãos brancos».
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