Angolanos que se preparavam para formar o exército nacional, eram treinados por militares portugueses e integraram os patrulhamentos mistos, em Carmona (BC12, em 1975). Notícia de incidentes em Luanda (em baixo)
A noite de 26 para 27 de Março de 1975 foi tempo para as forças que se preparavam para formar o futuro exército de Angola fazerem um patrulhamento misto na cidade de Carmona. Ensaiavam-se, refere o Livro da Unidades, «os primeiros passos de actividade operacional em Exército integrado, com os movimentos emancipalistas, a seu pedido e porque se verificou um deteriorar da situação, nomeadamente nos distritos de Salazar e Luanda».
Luanda, onde duas granadas rebentaram nos jardins do Palácio do Governo - sem provocar feridos. «A situação voltou a deteriorar-se na noite de ontem», noticiava a imprensa de 26 de Março de 1975, dando conta de militares da FNLA «a ocuparem posições em cima de prédios» e, nos bairros suburbanos, «a fazerem autenticas rusgas, contra a vontade dos populares».
O dia era o do funeral dos militares da FNLA, para o qual o movimento convidava a população. O alto-comissário Silva Cardoso esteve na delegação da Avenida do Brasil do movimento de Holden Roberto, que na véspera fôra «duramente fustigada pelo tiroteio» e foi recebido pelos ministros Johnny Eduardo e Ngola Kabangu.
O comissário, entretanto e em comunicado, pedia aos movimentos para fazerem recolher as suas forças (aos quartéis) e avisava que «as forças portuguesas, e as forças mistas, actuarão severamente contra os portadores de armas de guerra, cuja presença vem sendo constantemente notada nos últimos incidentes».
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