A baía de Luanda, no tempo dos Cavaleiros do Norte.
Notícia do Diário de Lisboa sobre os «mais de 100 mortos em Luanda»
A 1 de Maio de 1975, já em Carmona e depois das férias angolanas que nos levaram pelos cenários paisagísticos da imensa e apetecível Angola, eu e o Cruz «redescobrimos» a cidade e os seus problemas. Pequenos problemas, comparando-os com os de Luanda. De onde íamos.
Lá por Luanda, na verdade e «após dois dias de lutas entre movimentos de libertação rivais», o número de mortos já eram segundo se julgava, «mais de uma centena», incluindo feridos. O recolher obrigatório - que dois dias antes nos causara alguns problemas, logo depois do abortado voo de Luanda para Carmona -, «o recolher obrigatório foi mantido durante a noite e a cidade continua a viver num clima de tensão, embora o tiroteio tenha acabado durante a tarde», já do dia 2 de Maio de 1975.
«Uma multidão de residentes nos bairros mais atingidos pela luta, na sua maioria brancos mas incluindo alguns negros, dirigiu-se ao Palácio do Governador para protestar contra a destruição das suas casas», relatava o Diário de Lisboa, lembrando «homens de olhar desvairado», que «contavam cenas de violência, durante os incidentes».
O 1 de Maio de 1975 foi ainda tempo, em Luanda, para as autoridades portuguesas «transmitirem apelos à ordem, após dois dias de lutas entre movimentos de libertação rivais, as quais causaram, segundo se julga, mais de uma centena de mortos e feridos». Os apelos, segundo o Diário de Lisboa, de que nos socorremos, «seguem-se a reuniões de emergência entre as autoridades portuguesas e os três movimentos de libertação».
Mais tranquilas, apesar de tudo, iam as coisas por Carmona. Ainda bem!
O 1 de Maio de 1975 ficou marcado por dois significativos resultados futebolísticos da selecção nacional. Os AA foram goleados (0-5) em Praga, pela Checoslováquia. O seleccionador era José Maria Pedroto e jogaram (com 0-3 ao intervalo): Damas; Rebelo, Humberto, Alhinho e Barros; Toni (Pietra, aos 49 ms), Octávio, Alves e Fraguito; Marinho e Nené (Gomes, 76ms).
Mais felizes foram os «Esperanças», em Faro, vencedores (2-0) mas mesma Checoslováquia. Jogaram: Bento (Benfica); Ramalho (V. Guimarães), Guilherme (Barreirense, depois Amílcar, do Oriental)), Amândio (Boavista) e Gabriel (FC Porto); Rodolfo (FC Porto), Victor Pereira (CUF) e Abreu (Guimarães); Manuel Fernandes (CUF), Romeu (Guimarães) e Ibraim (Benfica).
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