Cavaleiros do Norte do Quitexe. Os furriéis milicianos António Cruz (morador
em Lisboa). Cândido Pires (Niza), Luís Mosteias (falecido a
5 de Fevereiro de
2013), Francisco Neto (Águeda), José Pires (Bragança) e Nelson Rocha (Gaia)
5 de Fevereiro de
2013), Francisco Neto (Águeda), José Pires (Bragança) e Nelson Rocha (Gaia)
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Os furriéis milicianos Viegas e Miguel (Peres dos santos, paraquedista), no Quitexe, há 41 anos. Vinham de ver os cadáveres dos dois europeus brancos assassinados |
O 14º. dia de Outubro de 1974 foi trágico na área de acção dos Cavaleiros do Norte: «Um grupo IN realizou uma emboscada a uma viatura civil, com êxito da sua parte, pois que obteve dois mortos civis europeus», relata o Livro da Unidade. O tempo era de «cessar fogo não oficial, é certo», mas não se expectava semelhante barbárie, que ocorreu entre as fazendas Alegria II e Ana Maria, mesmo no limite noroeste do Subsector. Lembro bem esse dia: fui, com o Miguel (furriel páraquedista, nosso companheiro do Quitexe), ver os cadáveres, numa sala da Administração Civil.
O dia, curiosamente, foi tempo de se saber da decisão das FNLA, anunciando para o dia seguinte (dia 15) o cessar fogo oficial, na sequência das negociações de Kinshasa, com o Governo Português. O presidente Holden Roberto, então, comentou querer construir «uma Angola livre e próspera, com todos os seus filhos, seja qual for a cor da sua pele».
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Notícia do Diário de Lisboa de há 40 anos, 14 de Setembro de 1975, sobre o cessar fogo anunciado pela FNLA, o movimento presidido por Holden Roberto |
Um ano depois, era terça-feira e o Diário de Luanda, considerado «muito próximo dos órgãos directivos do MPLA», anunciou-se contra as declarações de Melo Antunes na assembleia geral das Nações Unidas. O vespertino da capital angolana considerou que o ministro dos Negócios Estrangeiros «insultou o povo angolano» e anunciou que ia deixar de publicar notícias sobre Portugal, assumindo-se embora do lado do povo português, que «não confundia com o Governo». Considerava-o aliado e, de resto, manifestou-lhe (ao povo português) «toda a sua solidariedade na luta que trava pela instauração de um regime verdadeiramente socialista, liberto da exploração do homem pelo homem».
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Capa de uma edição do Diário de Luanda de Julho de 1974. O jornal era considerado próximo do MPLA |
Foi isto há 40 anos, já com os Cavaleiros do Norte em Portugal, depois da sua jornada africana do Uíge angolano!!! Então com «espectadores» atentos e sedentos de notícias do «nosso» Uíge - do nosso Quitexe, de Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel e Carmona, terras por onde se semeou o gosto de amar aquelas terras e aquelas gentes!
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