CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 20 de outubro de 2015

3 289 - Três independências, três governos, uma tragédia...

Cavaleiros do Norte de Zalala. Quem os identifica? O primeiro da esquerda, 
em baixo, é o Cunha (enfermeiro). A foto é do açoreano Idalmiro Vargas
Os furriéis milicianos António Fernandes
(da 3ª. CCAV. 8423) e Viegas (CCS) e, momento
de passeio na Rua de Baixo (Avenida)
do Quitexe, há 41 anos 

O presidente do MPLA afirmou, a 20 de Outubro de 1975, que «o povo angolano prepara-se para assumir as suas responsabilidades de povo livre dentro do condicionalismo herdado de uma situação colonial específica e de um período de descolonização em que a potencia colonizadora foi incapaz de ultrapassar o papel de intermediário, que foi o seu na época de exploração colonial-imperialista».
Agostinho Neto, na mensagem  ao povo angolano e a poucos dias do 11 de Novembro, considerou que «organizações ditas nacionalistas preparam uma invasão de Angola pelo Norte» e culpou «determinados responsáveis portugueses, de cuja hesitação e por vezes mesmo colaboração se aproveitaram as ditas forças».
Holden Roberto, no Ambriz - onde a FNLA tinha instalado a sua sede provisória -, mostrou à Comissão de Conciliação da OUA 2 roquetes de 122 mm,de fabrico soviético, alegadamente dos 500 mísseis terra-ar lançados elo FNLA sobre as suas forças. E disse a FNLA esperava entrar em Luanda no dia seguinte - uma terça-feira, dos 21 de Outubro de 1975. O MPLA desmentiu tal possibilidade, afirmando que «assegurava», como se lê no Diário de Lisboa, «a defesa da capital angolana» e contando com o «apoio das massas populares».
Notícia sobre Angola no Diário de Lisboa
de 20 de Outubro de 1975
A situação política angolana agudizava-se, a esse tempo, e a Comissão da OUA procurava «conciliar os três movimentos de libertação». AO lto-Comissário Leonel Cardoso, entretanto e em entrevista ao jornal O Século, admitia ser possível «a transmissão do poder a dois movimentos», mas, em Nova Lisboa, o presidente da UNITA afirmava que «se não fosse encontrada já uma plataforma de acordo, a independência seria declarada unilateralmente por cada um deles», Tal situação levaria, admitia Jonas Savimbi, «a dois, se não três governos, e isso será uma tragédia».
Um ano antes, com os Cavaleiros do Norte aquartelados no Quitexe (CCS), em  Zalala (1ª. CCAV.), Aldeia Viçosa (2º. CCAV.) e Santa Isabel (3ª. CCAV.), prosseguia «o êxodo dos trabalhadores rurais, que teve elevado incremento (...), provocando o fecho de algumas fazendas». Continuavam o patrulhamentos inopinados e os serviços de ordem, preparando-se, por outro lado, o desarmamento das milícias rurais. 

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