CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

3 284 - O cessar fogo oficial, MPLA, FNLA e UNITA...

Cavaleiros do Norte do PELREC, da CCS do BCAV. 8423: Augusto Hipólito, 
José Augusto Monteiro (furriel), Joaquim Almeida (1º. cabo, falecido a 28/02/2009) 
e Jorge Vicente (1º. cabo, falecido a 29/01/1977). Em baixo, António Garcia (alferes, 
falecido a 2 de Novembro de 1979), Manuel Leal (a 18/06/2007), Francisco Neto 
(furriel) e Aurélio Júnior (Barbeiro) 


Furriéis António Carlos Letras de António
Chitas, da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa,
no dia de um passeio às Quedas do
Duque de Bragança

O dia 15 de Outubro de 1974 foi assinalado como o dia do cessar fogo oficial, anunciado pela FNLA. Os Cavaleiros do Norte do Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa e Santa Isabel - onde se aquartelavam as quatro companhias do Batalhão de Cavalaria 8423 - receberam a notícia com satisfação. Pudera!!! Não imaginavam o que estava pela frente! Não podiam imaginar!!!!
O MPLA não participara nas negociações de Kinshasa e rejeitava o acordo lá feito com Daniel Chipenda. Tais conversações, segundo o MPLA «só poderão ser consideradas como troca de impressões, uma vez que Chipenda não estava mandatado para estabelecer quaisquer negociações», disse um dirigente do MPLA. Considerava que o negociado por Chipenda «não obriga(va) o MPLA».
A UNITA, no mesmo dia 15 de Outubro de 1974, abriu delegação em Luanda, com quadros políticos chegados da Suíça, onde tinham frequentado cursos superiores. Estiveram no Palácio do Governo e avistaram-se com Rosa Coutinho, presidente da Junta Governativa, trocando «impressões sobre a política actual em Angola».
A UNITA, ao tempo, era acusada pelo MPLA de, e citamos o Diário de Lisboa, «colaboracionista com as autoridades colonialistas e fascistas do Governo de Caetano». Por isso não concordava que, tal qual a Frente de Unidade Angolana (FUA) «fosse(m) privilegiada(s)» nos contactos com o Governo de Portugal, no processo de descolonização.
Um ano depois, a 15 de Outubro de 1975 - e a 
O MPLA garantia, há 40 anos, que
proclamaria a independência, «aconteça o
que acontecer», como noticiava o
Diário de Lisboa de 15 de Outubro de 1975
menos de um mês do dia anunciado para a declaração de independência (11 de Novembro) - fontes das Forças Armadas Portuguesas anunciaram em Luanda que «as forças da FNLA estão a prosseguir o seu avanço para a capital, encontrando-se agora a 25 quilómetros». Na véspera «mantinham-se ainda na frente do Caxito e da Barra do Dande, a mais de 50 quilómetros de Luanda».
Noutros pontos do território, «registaram-se importantes combates entre o MPLA e a FNLA, a nordeste de Luanda, próximo do nó rodoviário de Samba Caju», como noticiava o Diário de Lisboa, acrescentando que «na frente Leste, registaram combates entre o MPLA e a UNITA, nas imediações da cidade do Luso». Em Benguela, «retiraram-se todas as forças de Portugal, de acordo com o plano de evacuação militar que deverá estar concluído até 10 de Novembro».
Do Uíge, é que não havia notícias. Apenas uma breve linha, no noticiário: a Comissão de Reconciliação da ONU iria visitar Carmona no dia seguinte. Mas, em Luanda, Agostinho Neto não só afirmava que o MPLA proclamaria a independência a 11 de Novembro «aconteça o que acontecer», como referia que era «impossível a conciliação com a FNLA e a UNITA».
«São movimentos fantoches, alimentados e manipulados fora do país e totalmente estranhos ao nosso povo», disse Agostinho Neto.


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