CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

3 303 - Emblema do BCAV. 8423 e avanço do MPLA a sul

Barros Simões, alferes miliciano da 3ª. CCAV., à esquerda, foi o criador do emblema do Batalhão de 
Cavalaria 8423. A foto é do encontro de Águeda, a 9 de Setembro de 1995. À direita, está o (furriel) Manuel 
Machado (da CCS). E quem é o Cavaleiro do Norte da imagem do meio?


O emblema do BCAV. 8423 foi
desenhado pelo (alferes miliciano) Barros
Simões, da 3ª. CCAV., a de Santa Isabel
O emblema braçal do Batalhão de Cavalaria 84233 foi conhecido a 11 de Fevereiro de 1974, no Destacamento do RC4, no Campo Militar de Santa Margarida. Segundo o Livro da Unidade, «servindo o lema «Perguntai ao Inimigo Que Somos, pertença das tradições do RC4». O desenho é da autoria do (então futuro) alferes miliciano Mário José Barros Simões, atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel.
«Foi-me pedido pelo comandante Almeida e Brito, sabendo que eu trabalhava na área das artes gráficas. Deu-me as indicações e desenhei-o», disse Barros Simões, há anos perguntado pela forma como foi criado, frisando que «com as dicas recebidas, fui-o aperfeiçoando até ao produto final».
O emblema foi projectado para «plena identificação com a sua unidade mobilizadora» - o RC4 -, a fundo preto (assim como o guião), «enquanto que as Companhias adoptaram as cores vermelha (a 1ª., a de Zalala), azul (a 2ª., de Aldeia Viçosa) e castanha (a 3ª. CCAV., de Santa Isabel)».
A 1ª. página do Diário de Lisboa de 11
de Fevereiro de 1976, noticiando o avanço
do MPLA no sul de Angola e o «atraso»
em Portugal reconhecer Angola
O objectivo inicial foi «instituir o espírito de corpo ao BCAV., de modo a que se constituísse num todo coeso, disciplinado e disciplinador», sublinha o Livro da Unidade.
Um ano depois, era terça-feira de carnaval e os Cavaleiros do Norte continuavam a agora mais tranquila jornada africana do Uíge angolano, com a actividade operacional limitada a serviços de ordem. O mês desse Fevereiro de 1975, para os Cavaleiros do Norte, «caracterizou-se pela incerteza do seu futuro destino», como refere o Livro da Unidade, sublinhando também que «iria ser considerado a fazer parte das tropas de integração determinadas pelo Acordo da Penina» - o do Alvor. 
Dois anos depois, a 11 de Fevereiro de 1976, já os Cavaleiros do Norte tinham regressado a casa e pela Angola independente continuavam os combates. O MPLA avançava no sul do território e, reportava o Diário de Lisboa, «consolida(va) posições, fazendo crer que em breve dominará a totalidade do território angolano». 
A posição portuguesa é que se mantinha renitente, quando ao reconhecimento da República Popular de Angola, declarada a 11 de Novembro de 1974, pelo MPLA, na voz do presidente Agostinho Neto.
«O MPLA avança, enquanto Lisboa parece, por agora, atrasar uma decisão inelutável», resumia o Diário de Lisboa, na sua edição de 11 de Fevereiro de 1976. Há 40 anos!!!

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