CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 24 de junho de 2016

3 437 - Apresentação do capitão Oliveira, comandante da CCS

Cavaleiros do Norte do Parque-Auto, comandados pelo alferes António Albano Cruz (ao centro, de óculos, 
boina e mãos nas ancas). À sua direita, conhecem-se os 1ºs. cabos Domingos Teixeira (estofador, de tronco 
nu) e Joaquim Breda. À esquerda, o Agostinho Teixeira (pintor). Mais à direita, o Porfírio Malheiro. 
E os outros, quem são? Quem os identifica?

O capitão António Oliveira (à esquerda) com os
alferes milicianos António Manuel Cruz, António
Manuel Garcia e Jaime Ribeiro, na sanzala do Cazenza,
na saída do Quitexe para Camabatela 

A 24 de Junho de 1974, dia de S. João de há precisamente 42 anos, o Comando de Sector do Uíge (CSU), em Carmona, foi espaço de mais uma reunião de «contactos operacionais» da parte de oficiais do Batalhão de Cavalaria 8423, os Cavaleiros do Norte, cuja Companhia de Comando e Serviços (CCS) estava aquartelada na vila do Quitexe e com as companhias instaladas na Fazenda de Zalala (a 1ª. CCAV.), em Vila Viçosa (a 2ª. CCAV.) e Fazenda Santa Isabel (a 3ª. CCAV.). 
Ordem de Serviço nº. 59, fac-simile da
página com a apresentação do capitão
António Martins de Oliveira (SGE), que
veio a ser comandante da CCS dos
Cavaleiros do Norte
Era segunda-feira e os Cavaleiros do Norte continuavam envolvidos na «Operação Castiço DIG», da qual e depois de um seu soldado ter sido vítima de uma mina anti-pessoal, retirou a 41ª. Companhia de Comandos, «após umas escassas 18 horas de operação, quando ela e para esta unidade, envolveria 8 dias de actividade operacional» - assim historia o Livro da Unidade.
A 41ª. CC actuava na Baixa do Mungage e foi lá que acorreu o PELREC, depois da sua participação activa na operação, precisamente para evacuar o soldado vítima da mina anti-pessoal e lá também, na Baixa de Mungage, que conheci o furriel miliciano Dias, um conterrâneo de Águeda, que era da dita CC. 
«Há aqui alguém de Águeda?», perguntámos, eu e o Neto, quando chegados do local onde os Comandos nos esperavam para a evacuação, ao alvorecer de um qualquer dia de fins de Junho de 1974. Havia o Dias, que nós não conhecíamos, ficámos a conhecer, e que ainda hoje é companheiro de algumas jornadas gastronómicas. 
A 41ª. CC estava parada numa zona da mata da Baixa do Mungage - local mítico da guerra colonial no Uíge angolano... - e também lá encontrámos Valongo, outro furriel miliciano, que era angolano e tinha sido futebolista internacional júnior, enquanto atleta do FC do Porto. O que será feito dele?
O soldado foi evacuado para o Hospital do Negage, suponho que depois para Luanda, e acabou por ser amputado de um pé.
Recordamos hoje a Ordem de Serviço nº. 59, de 12 de Março de 1974, com a apresentação do capitão António Martins de Oliveira, que viria a ser o comandante da CCS do BCAV. 8423. Curiosamente, ia transferido da Escola Central de Sargentos, em Águeda - naturalidade dos furriéis milicianos Neto e Viegas.
Repare-se que vencia «gratificação de serviço como professor» e, entre outras regalias, tinha «casa anexa a esta escola» - suponho que nas chamadas Casas dos Oficiais, ainda hoje existentes mas lamentavelmente abandonadas. Outra nota curiosa: era portador de várias notas e assentos e de «um envelope lacrado, contendo declaração para liquidação de abonos, em caso de falecimento». Faleceu mas anos depois, em data desconhecida, já aposentado. Como major, então recentemente promovido, ainda o encontrei em Aveiro, como responsável pelo Distrito de Recrutamento Militar (DRM), no final dos anos 70, talvez princípios dos anos 80.

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