CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 4 de setembro de 2016

3 509 - Viagem para Lisboa de avião e combates entre movimentos

Cavaleiros do Norte numa esplanada de Luanda, nos últimos dias de
Angola: os furriéis milicianos João Aldegas e Plácido Querós (da 1ª. CCAV.
8423, a de Zalala) e Cândido Pires e Luís Mosteias (da CCS, do Quitexe).
O homem de barba e óculos, atrás, deveria ser um civil, ali ocasionalmente

Cavaleiros do Norte no Quitexe: Fernandes, Cardoso,
Querido, combatente da FNLA e Rocha (de pé),
Carvalho, Monteiro e Belo
A greve dos navios da Companhia Nacional de Navegação (CNN) e seu o abandono do porto de Luanda, anunciado para o dia 5 de Agosto de 1975, levou a que as autoridades portuguesas alterassem o meio de transporte programado para o BCAV. 8423 - os Cavaleiros do Norte. Seria a 8 de Setembro, no navio «Niassa», passaria (e passou) a ser de avião e no mesmo dia. Melhor não nos podia ter acontecido!
Os furriéis milicianos Viegas e Pires,
com um combatente da FNLA, a 4 de
Novembro de 1974, na aldeia do Dambi
Angola, próxima do Quitexe
A novidade rapidamente se espalhou entre a  guarnição, que com tal se  empolgou e, por mim, interrompi a escrita de correio para Portugal, que datava para os previstos 10 dias de viagem do navio, de molde a que não fosse denunciada (pela falta de correio, que não poderia enviar do mar...) e eu a casa chegasse de surpresa. Correio que, em Luanda. meu amigo e conterrâneo (civil) Albano Resende iria pondo nos CTT, em datas combinadas. Algum dele (já enviado por mim mesmo) cá chegou depois já do meu regresso.
Angola continuava a fervilhar dúvidas e a multiplicar combates. Nas últimas 24 horas de 4 de Setembro de 1975, uma quinta-feira, tinham-se registado confrontos a norte do Caxito, entre o MPLA e a FNLA. As informações que de lá chegavam, «embora pouco claras», atribuía «a vitória do MPLA», cujas forças teriam «logrado cercar as tropas rivais. ocupando agora a barragem de Mabubas».
A ser assim, e a dúvida estava estampada nas páginas do Diario de Lisboa de 4 de Setembro de 1097, «poderá estar temporariamente afastado o perigo da estação de abastecimento de água a Luanda, situada em Quinfangondo, ser tomada pelas forças da FNLA».
O Diário de Lisboa de 4 de Setembro de
1975 noticiou a vitória do MPLA sobre
a FNLA, no Caxito
A sul, no Cubal e Ganda, «os combates foram desencadeados por forças da UNITA idas do Huambo». Combates com a FNLA e que o DL dizia que «quebram, aparentemente, a aproximação que se estava a verificar entre os dois movimentos» e que faziam compreender as declarações de Kakumba, secretário geral da UNITA, quando, em Kinshasa, teria afirmado que «a guerra em Angola não terminaria enquanto UNITA e FNLA não recuperassem as zonas de influência que lhe forma retiradas pelo MPLA».
O mesmo Kakumba, nessa oportunidade, afirmou também que a UNITA «não reconhecia a autoridade do Alto Comissário português» e pediu que Portugal «retire imediatamente as suas tropas de Angola».



   

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