O furriel Viegas no dia dos seus 22 anos, de serviço à CCS dos Cavaleiros do Norte, a 21 de Novembro de 1974, no Quitexe |
O dia 21 de Novembro de 1974 foi o dia dos meus (Viegas) viçosos e expectantes 22 anos, comemo-
rados a dois tempos e entre amigos mais pró-
ximos. Tinha de ser.
O dia correu sem quaisquer problemas, no Qui-
texe, estava eu de sargento de dia, e almocei no refeitório, com a malta do PELREC, nesse dia com direito a bónus: caixas de bem cervejas fresquinhas, Cuca´s ou Nocais, não me lembro, Ou talvez Ekas, sei lá se n´Golas! Fosse o que fosse, fresquíssimas da silva. À conta da arca da messe de sargentos.
O dia, gastronomicamente, continuou com uma jantarada no Pacheco, aprimorada pelas mãos
O bar e restaurante Pacheco, o dos cozinhados de D. Maria do Lázaro |
As entradas foram de camarão, um luxo... para o tempo e coisa rara lá por aqueles sítios do norte angolano, mas que lá chegava fresco, sempre fresquinho (quando chegava...), do dia e regado com uns bons canhângulos, antes do velhís-
simo e sempre apetecido bife com batatas fritas e ovo a cavalo. Um pitéu.
Houve bolos, porventura alguns pudins..., a memória já não lembra tudo, e ficámos por lá algum tempo em conversa de saudade das famílias que nos esperavam em Portugal, de que tínhamos saudades imensas! Em fins, e antes de eu regressar ao serviço de dia, whiskye do melhor que havia e tratado a gelo!
Notícia do Diário de Lisboa de 21 de Novembro de 1974, sobre a situação em Luanda, capital de Angola |
Captura de 5 nativos
pelo MPLA em Luanda
O dia dessa 5ª.-feira de há 43 anos foi tranquilo lá pelo Quitexe, onde os Cavaleiros do Norte continuavam a sua jornada africana de Angola, mas menos pacífico por Luanda - onde o MPLA, segundo reportou o Diário de Lisboa, «apresentou 6 nativos com as mãos atrás das costas, alguns deles feridos», à imprensa internacional.
Tinham sido «capturados pelas recém-criadas Comissões de Vigilância e entregues ao MPLA» - um deles acusado de assassínio, outro de extorquir dinheiro em nome do MPLA e os restantes de roubos.
A FNLA, por seu lado, disse estar a proteger «19 pessoas forçadas recentemente a abandonarem os seus lares no Bairro Cazenga». Teriam sido, sublinhou a FNLA, «obrigadas a sair por aderentes armados de um movimento», mas sem especificar qual. Crê-se que o MPLA.
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