CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 25 de novembro de 2017

3 955 - O adeus da 1ª. CCAV. 8423 e os primeiros combatentes de Zalala

Cavaleiros do Norte a 1ª. CCAV. 8423, que há precisamente 43 anos abandonou
a Fazenda de Zalala, todos milicianos e aqui já em Vista Alegre: o alferes Pe-
dro Rosa ladeado pelos furriéis Manuel Pinto (à esquerda) e João Aldeagas

Furriéis milicianos de Zalala: Eusébio, Queirós e Costa
 (de pé), Rodrigues, Louro, Barata (flecido a 11 de Outubro
 de 1997) e M. Dias, mecânico (falecido a 20 de Outubro de
2011), ambos de doença. RIP!!!


A 1ª. CCAV. 8423 concluiu a sua rotação para Vista Alegre e Ponte do Dange a 25 de Novembro de 1974. Hoje se passam 43 anos.
Os Cavaleiros do Norte da mítica Fa-
zenda de Zalala, comandados pelo capi-
tão miliciano Davide de Oliveira Castro Dias, foram, assim, os últimos militares portuguesas a ocupar aquele ponto es-
tratégico da ZA do Batalhão de Cavalaria 8423 e que foi sobremaneira relevante
José Martinho, à esquerda, fazia parte da
primeira Companhia de Caçadores a chegar
a Zalala, em 1961. Aqui, com o furriel Vie-
gas, da CCS do BCAV. 8423
para a tropa portuguesa, desde a chegada dos primeiros militares, em 1961. 

A primeira tropa
em Zalala!

A primeira Companhia de Caçadores a chegar ao Quitexe, em 1961, integrava um conterrâneo do blogger - José de Oliveira Martinho, agora na casa dos 80 anos e PSP aposentado.
Coutou-nos que, estabilizada a vila, partiu um grupo para  Zalala, de onde tinha chegado notícias de barbáries. Demoraram 9 dias para fazer o 40 e tal quilómetros que os levaram a Zalala - onde encontraram morte e destruição.
O galgar dos quilómetros foi lento. «Tivemos de fazer e desfazer 14 pontes, para progredir. Fomos alvejados muitas vezes, morreram soldados nossos, creio que nove...», contou José Martinho.
Os tempos foram de dramas e tragédias que as palavras não contam. Desbravaram picadas e construíram pontes, invadiram «aquartelamentos», limparam suor feito de sangue dos rebentamentos de bombas e minas, do deflagrar de granadas, do efeito mortífero dos tiros dos canhangulos.
Zalala ofereceu-lhes cenário mortal: dezenas de mortos, homens, mulheres e crianças espalhados pelo chão. 
«Safou-se o encarregado da fazenda, a quem deceparam um braço, mas conseguiu fugir para a mata, onde andou à fome até que a tropa apareceu»,contou José Martinho.
 Era a guerra que começava! 
«O encarregado salvou-se, a embrulhar o côto do braço em bocados de pano e folhas de árvores!», recordou José Martinho.
A tropa instalou-se e foram os Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423 a última guarnição militar portuguess,de lá saindo 13 anos depois.

Rafael António
Pimenta Ramalho

Ramalho, furriel de Aldeia
Viçosa, 65 anos em Évora !

O furriel miliciano Ramalho foi atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423. Amanhã é domingo, dia 26 de Novembro de 2017, e festeja 65 anos em Évora, a sua cidade de sempre!
Rafael António Pimenta Ramalho especializou-se na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, e tornou-se Cavaleiro do Norte da uíjana Aldeia Viçosa pela mobilização para Angola. De lá voltou a 10 de Setembro de 1975, depois de cumprida a sua jornada africana. Voltou à Quinta das Courinhas, na Es-
trada de Reguengos e freguesia da Sé, em Évora.
Por lá fez vida familiar e profissional, na área comercial, e lá vive, agora no Bairro de Santo António e reformado. Para lá vai o nosso abraço de parabéns!

Sem comentários:

Enviar um comentário