CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 2 de abril de 2019

4 430 - Censura à imprensa e calma aparente na cidade de Luanda!

O 1º. sargento José Claudino Fernandes Luzia, chefe da secretaria da CCS dos Cavaleiros do Norte do
 BCAV. 8423, ladeado pelos furriéis milicianos Monteiro, à esquerda, e Viegas. Aqui, no bar da messe
de sargentos do Quitexe, norte de Angola e e em 1974
Os furriéis Cruz e Viegas de férias angolanas,
há precisamente 44 anos e em Luanda

A manhã de 2 de Abril de 1975 acordou tranquila na cidade de Luanda, de «calma aparente», num clima todavia de quando em vez «perturbado por tiros disparados nos musseques».
A chamada «cidade do asfalto» estava como nada se passasse, a vida seguia aos costumes: os comércios abertos, as escolas e as repartições públicas, os restaurantes e toda a vida empresarial continuavam as suas actividades. Mantinha-se, porém, a censura aos jornais angolanos, determinada pelo Alto-Comis-
sário e, para além destes e neste dia de há 44 anos, também deixaram de poder circular os jornais Expresso e Sempre Fixe, de Lisboa, e o Notícias de Lourenço Marques.
As emissoras privadas puderam «retomar a sua programação», mas sem transmitirem os boletins noticiosos. Estes, só poderiam ser divulgados pela Emissora Oficial de Angola. As limitações impostas à comunicação social eram controladas por uma comissão ad-hoc nomeada pelo Alto Comissário.
Apesar destas limitações, nesta cidade capital a que chegaram na véspera, os furriéis milicianos Cruz e Viegas, da CCS dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, dirigiram-se a pé do Katekero para a Portugália da baixa luandina e para o ligeiro mata-bicho: dois pregos no pão para cada um e uma garrafa de vinho verde, com a leitura obrigatória do jornal A Província de Angola, antes do salto à praia da ilha e à espera da noite.
José C. F. Luzia,
1º. SGT da CCS
José C. F Luzia

José Luzia, 1º. sargento da 
CCS, faleceu há 2 anos !

O 1º. sargento Luzia, responsável pela secretaria da CCS do BCAV. 8423, faleceu há dois anos, a 2 de Abril de 2017, de doença e na Reboleira, Amadora.
José Claudino Fernandes Luzia regressou a Portu-
gal no dia 8 de Setembro de 1975, no final da sua e nossa jornada africana do Uíge angolano, e continuou a sua carreira militar, atingindo a pa-
tente de sargento-mor. Era pai de Carlos Luzia, que foi guarda-redes interna-
cional de andebol, do Sporting e da selecção nacional. 
«O meu último serviço foi em 1987, em Lanceiros, na Polícia Militar, depois disso  reformei-me», disse-nos em Outubro de 2012, quando falámos dos tem-
pos angolanos do Quitexe uíjano e dizendo-se «de bem com a vida». 
«Não tive tudo o que quis, mas fiz muitas coisas que  gostei de fazer», comen-
tou José Claudino Fernandes Luzia, na nossa conversa de pouco mais de 6 anos.
A doença levou-o à hospitalização e faleceu aos 83 anos, nascido que foi a 10 de Dezembro de 1933, em Vitória, para os lados de Beja. Hoje o recordamos com saudade, com um abraço solidário a Maria do Carmo, sua viúva. RIP!!!
As Portas de Zalala

Costa de Zalala
faria 67 anos !

O soldado atirador de Cavalaria Costa, da 1ª. CCAV. 8423, faria hoje 67 anos (2 de Abril de 2019), mas faleceu há pouco mais de 8 anos.
José Maria Soares da Costa era natural do lugar de Paredes, freguesia de Duas Igrejas, em Vila Verde, e lá regressou a 9 de Setembro de 1975, retomando a sua actividade de agricultor. A 30 de Julho de 1978, porém, entrou para a GNR e nela fez carreira profissional. Trabalhava no Posto do Freixo, em Ponte de Lima, quando, por doença, a morte o surpreendeu, a 11 de Dezembro de 2009.
Hoje o recordamos com saudade!


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