CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 21 de março de 2015

3 065 - As vésperas de ir para Angola e o livro de Horácio Caio

«Menina de 18 anos, violada e assassinada no dia 15 de Março de 1961, numa fazenda
dos arredores do Quitexe. O cadáver desnudo tem um pau aguçado espetado no sexo» 
- legenda do livro «Angola: os dias do desespero», de Horácio Caio, cuja capa se vê abaixo




Mobilizados para Angola e já a gozar a Licença de Normas, importava aos Cavaleiros do Norte saber notícias de Angola. E delas sabíamos pela leitura da imprensa do tempo, com as limitações que teria. Outra fonte informativa, no que a mim dizia respeito, era o contacto, sempre demorado (pelas dificuldades de comunicação desse tempo), com familiares e amigos que faziam vida pela Angola «14 vezes maior que Portugal».
Outra, era a leitura que se «apanhava». E um livro fundamental, de Horácio Caio: «Angola: os dias do desespero». Uma apaixonante e dramática narrativa dos primeiros dias da guerra colonial, que também reportava o Quitexe - mal sabendo nós que lá seria o chão do nosso aquartelamento.
Ainda adolescente, mostrado por meu pai - que o tinha recebido de seu tio Joaquim Viegas (estabelecido em Nova Lisboa) -, já tinha lido o livro de Horácio Caio. Que voltei a ler quando, há 41 anos, fazia vésperas de partir para Angola.
A imagem deste post é uma das várias que ilustram o livro de Horácio Caio e que pode, com outras, ser revista AQUI.
A importância dos portos de Angola (e de Cabo verde e Moçambique) foi salientada num estudo do Institut For Conflit Studies, de Londres, de há precisamente 41 anos, dando ênfase  à sua localização «estratégica para para o abastecimento de petróleo à Europa e Américas».
O mesmo relatório, reparemos nesta curiosidade (e cito o Diário de Lisboa de 22 de Março de 1974), «elaborado por um grupo de especialistas ligados à navegação marítima», salientava também «ser inteiramente destituída de fundamento a afirmação  generalizada de que existem, nos referidos territórios portugueses, áreas em poder dos chamados movimentos de libertação».

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