O alferes miliciano João Machado e os capitães José Paulo Falcão e José Diogo Themudo (2º. coman- dante do BCAV. 8423) na varanda do BC12, em Carmona |
A situação em Carmona, há 42 anos, evoluiu de forma rápida, na sequência das posições da FNLA, cada vez mais extremistas. Santo António do Zaire já era considerada indefensável e, relativamente a Carmona e Negage, seria «imperioso desencadear uma operação de grande envergadura» que permitisse à NT controlar as duas cidades».
O livro «Segredos da Descolonização de Angola», de Alexandra Marques (1), que citamos, refere que, quanto às três localidades, a opção seria «abandono ou reforço de posições», pois os efectivos eram manifestamente «insuficientes para atender
Furriéis milicianos de Zalala: Eusébio, P. Queirós e Victor Costa de pé), J. Rodrigues, J. Barata, José Louro e Manuel Dias |
A 24 de Julho, o Presidente da República rece-
beu mensagem de Silva Cardoso, o Alto Comis-
sário: era «absolutamente necessário evacuar, também e em simultâneo (com Santo António do Zaire), a tropa e a população de Carmona e Negage, pela força, se necessário fosse».
Uma coluna
militar poderosa
Costa Gomes, ainda segundo Alexandra Marques, considerou «inaceitável» os termos do «ultimato relativo às condições de saída» de Carmona e do Negage, mas aceitava que «uma coluna militar poderosa», envolvendo «tropas especiais, artilharia, blindados e todo o apoio aéreo possível» evacuasse as duas cidades. A operação deveria processar-se com «algum tempo e demora».
A FNLA era a «senhora do Uíge» e queria forçar a entrada em Luanda. A 24 de Julho de há 42 anos, tomou a Barra do Dande e Caxito, mas continuava cercada no Forte de S. Pedro da Barra e no Cazenga. Luanda, aliás, acordara na véspera com combates nos bairros da CUCA e Cazenga. E prosseguiam os do Caxito, a 50 quilómetros, e especulava-se sobre a eventualidade de Daniel Chipenda estar à frente de uma coluna de blindados para forçar a reentrada na capital. Chipenda, recordemos, estava há vários dias em Carmona.
Os Cavaleiros do Norte continuavam de armas aperradas, prontos para tudo o que desse e viesse, sem se deixarem intimidar pelas permanentes ameaças da FNLA. A reunião da véspera, entre os Comandos Militares portugueses e os responsáveis da FNLA, tinha sido muito tensa - numa altura em que as NT encaravam, também, a crescente hostilidade de grande parte da população civil branca.
Fazenda Zalala, onde se aquartelou a 1ª. CCAV. 8423: «a mais rude escola de guerra» |
Silva, de Zalala, 65
anos em Vila Verde
O soldado Silva, da 1ª. CCAV. 8423, festejou os seus 23 anos em Carmona, neste ambiente de tensão. A 24 de Julho de 1975.
João Pereira da Silva, atirador de Cavalaria da Companhia da mítica Fazenda Zalala, regres-
sou a Portugal a 9 de Setembro de 1975, directamente ao lugar de Assento, freguesia de Laje, no concelho de Vila Verde. Sabemos que lá continua a morar e para lá segue o nosso abraço de parabéns pelos 65 anos que hoje festeja! Hoje, o dia 24 de Julho de 2017!
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