CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 15 de janeiro de 2022

5 683 - O histórico acordo do Alvor para a independência de Angola! Costa Gomes desejou «soluções angolanas autênticas»!

O alferes miliciano Carlos Sampaio, atirador dos Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de
 Zalala (assinalado no círculo branco), que hoje faz 70 anos em Lisboa e/ou Costa da Caparica.
Outros estão identificados na imagem E os que não estão, quem são? Alguém ajuda?

A Delegação de Portugal que participou na histórica
Cimeira do Alvor - há 47 anos! Imagem, como as
 seguintes, do Diário de Lisboa (ao lado)
A 1ª. página do DL
de 15/01/1975


O histórico acordo entre Portugal e os movimentos de libertação de Angola, na Cimeira do Alvor, foi assinado às 23 horas de 15 de Janeiro de 1975. Hoje, precisamente, se passam 47 anos! 
A Delegação do MPLA 
«A partir de hoje, vós e os vossos movimentos ficam diante de um desafio duplo. É a esperança de todos os angolanos a exigir que os homens e os partidos, apesar das diferenças sociais, filosóficas e políticas, saibam encontrar  soluções angolanas autênticas, baseadas na capacidade de diálogo, no espírito de cooperação e boa vontade de servir o vosso 
A Delegação da UNITA
país», disse o Presidente Francisco da Costa Gomes, sublinhando a importância histórica do acordo do Alvor.
O texto integral fôra lido pelo major Melo Antunes, «em voz firme, sem uma hesitação», reportou o DL, acrescentando que a cerimónia esteve prevista para as 20 horas mas «foi sucessivamente adiada, devido a atrasos na passagem à máquina, em Português, do acordo».
A Delegação da FNLA
Agostinho Neto, do MPLA, e também em nome da FNLA e UNITA, afirmou no final que «aqui, as pretensões dos colonialistas ficaram enterradas para sempre».

Cavaleiros no Quitexe
a ouvir as notícias

Os Cavaleiros do Norte, a cerca de 9000 quilómetros de distância, «ouviram» com dificuldade a reportagem da Emissora Nacional (actual RDP), através da onda curta e com muitas interrupções. A imprensa escrita que lá chegava, ajudaria (como ajudou) a completar os nossos raciocínios sobre a evolução do processo de descolonização - que ganhou, em Alvor, uma força nova - aparentemente tendo galgado um enorme problema (o da comunhão dos três movimentos), mas sobrando, todavia, todas as dúvidas sobre o nosso destino próximo.
Quando seria o regresso a Portugal?
O dia, no Quitexe, foi assinalado por mais uma reunião de comandantes das unidades do Comando do Sector do Uíge (CSU). «O BCAV. foi honrado com a presença do Exmo. Comandante do Sector e oficiais do seu Estado Maior», regista o livro «História da Unidade».
Os alferes  Carlos Sampaio (que hoje festeja
70 anos) e António Garcia com o furriel Viegas,
momentos antes da saída destes para mais
uma operação nas matas do Uíge

Sampaio, alferes de Zalala,
70 anos em Lisboa/C. Caparica

O alferes miliciano Sampaio, atirador de Cavalaria dos Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda Maria João, a de Zalala, festeja 70 anos a 15 de Janeiro de 2018.
Carlos Jorge da Costa Sampaio, de seu  nome completo, especializou-se militarmente na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, e, por terras do norte angolano, comandou o 2º. Grupo de Combate dos Cavaleiros do Norte de Zalala - que também passou por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona. Grupo  que, em termos de quadros, incluía os furriéis milicianos Eusébio Martins (falecido a 16 de Abril de 2014, de doença e em Belmonte), Mota Viana (mais tarde transferido e substituído por João Rito, falecido a 18 de Maio de 2008, supostamente assassinado, em Ourém), Plácido Queirós e Victor Velez. Regressou a Portugal a 9 de Setembro de 1975, à avenida 5 de Outubro, da freguesia de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, onde vivia. 
Pouco mais sabemos dele. Apenas que se dividirá entre a lisboeta Estrada da Maia, em Benfica (também em Lisboa), e a Costa da Caparica. Onde quer que esteja, para ele vai o nosso abraço de parabéns!

Os 1ºs. cabos João Monteiro (Gasolinas) e
Manuel Marques (Carpinteiro) na parada
do BC 12, em Carmona (1975)
Manuel A. Marques, o
Carpinteiro, pouco antes
da sua morte (2011)

1º. cabo Manuel Marques, o 
Carpinteiro, faria 70 anos!


O 1º. cabo Augusto da Silva Marques Marques, da CCS do BCAV. 8423, faria 70 anos a 15 de Janeiro de 2017. Faleceu a 1 de Novembro de 2011, em Ovar.
Cavaleiro do Norte imortalizado como Carpinteiro (a sua especialidade militar) e foi louvado por «ter manifestado ser um militar muito trabalhador, sempre pronto a atender os serviços que lhe eram determinados ou pedidos (...)».
O louvor foi proposto pelo capitão António Oliveira e «realça ainda» a colaboração que deu à cozinha, «aquando do apoio aos refugiados dos incidentes em Carmona», precisando que «dia e noite ali permaneceu, ajudando os cozinheiros a atender o grande número de crianças e senhoras à hora das refeições que lhes eram servidas no quartel, não deixando também de emprestar o seu esforço a quaisquer outras missões que a si fossem solicitados» - como se pode ler no louvor publicado na Ordem de Serviço nº. 170 do BCAV. 8423.
O Marques faleceu de ataque cardíaco, depois de assistir às cerimónias religiosas do dia e quando abria a porta da sua residência. Hoje, o lembramos com saudade, fazendo memória de um bom companheiro da nossa jornada africana do Uíge angolano. RIP!

Sem comentários:

Enviar um comentário