CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 25 de março de 2022

5 752 - Cavaleiros cheios de serviços na zona do Uíge! Mais incidentes e mais de 20 mortos em Luanda!

O furriel Manuel Machado e alferes António Albano Cruz, ambos milicianos
 dos Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423, a caminho da Fazenda Vamba.
Quem identifica os restantes militares!

O alferes António Garcia, de Operações Especiais
(Rangers) na porta d´armas do BC12, em Carmona,
a actual cidade do Uíge

A jornada africana dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, há 47 anos, continuava em ambiente de relativa calma, embora carregados de serviços de ordem, nomeadamente os militares operacionais  - que, pela natureza da sua especialização, estavam encarregados da segurança de pessoas e bens, fossem civis ou fossem militares, para além da das várias instalações da Forças Armadas e serviços púbicos da cidade de Carmona.
Era muito curto o número de efectivos disponíveis, apenas os operacionais da CCS e da 2ª. CCAV. 8423 (a de Aldeia Viçosa), para tanta exigência de segurança, só na cidade.
A guarnição instalada no quartel do extinto BC12 desmultiplicava-se, por isso, em tarefas para «garantir os serviços solicitados ao BCAV., os quais comporta(va)m também as necessidades da Zona Militar Norte» - a ZMN, ao tempo já em fase «também em extinção».
Notícia do Diário de Lisboa de 25/03/1975 sobre a situação em
 Angola: «Mais de 20 mortos nos combates entre forças do
 MPLA e FNLA». «A calma regressa a Luanda», titulava o jornal


Incidentes em Luanda 
com mais de 20 mortos !

A 25 de Março de 1975, uma terça-feira, as autoridades militares portuguesas em Angola faziam o balanço dos incidentes entre o MPLA e a FNLA, de dois dias antes: 18 mortos entre os militantes deste movimento, o de Holden Roberto, «enquanto nenhum há a registar entre as forças do MPLA», reportava o Diário de Lisboa, porém, sublinhando que «no momento, é difícil determinar o número de vítimas». Sem esquecer os 2 civis.
Os incidentes entre as FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, o braço armado do MPLA) e o ELNA (Exército de Libertação Nacional de Angola), idem, da FNLA) tinham recomeçado na madrugada do dia 23, o domingo - depois de escaramuças a 21 (a 6ª.-feira anterior), «nalgumas zonas dos subúrbios e afectaram seriamente a vida da população» da cidade de Luanda.
Havia mesmo, segundo o Diário de Lisboa, «certas áreas interditas à normal circulação de pessoas e viaturas», como era o caso do Bairro Cazenga, «onde durante toda a tarde e noite de ontem se ouviram constantes disparos de armas automáticas e rebentamento de granadas». Ontem, que - recuemos no tempo... - foi o dia 24 de Março de 1975, uma segunda-feira.
O Alto-Comissário Silva Cardoso, à di-
reita, com o almirante Rosa Coutinho

Morte de 2 crianças
no bairro Cazenga

O bairro suburbano do Calemba também não escapou aos combates e, segundo o Diário de Lisboa, «foi palco de novos incidentes», os que, à data, «há 48 horas vem envolvendo forças das FAPLA (do MPLA) e do ELNA (da FNLA».
A chamada «cidade do asfalto», essa parecia longe de tais guerras. «A calma não tem sido perturbada. A vida de decorre serenamente, embora se note apreensão no rosto das pessoas», reportava ao Diário de Lisboa, acrescentando, porém, que, no Cazenga, «algumas pessoas foram atingidas pelas balas e duas crianças morreram devido ao tiroteio».
As Forças Armadas Portuguesas intervieram ao final da tarde do dia 23, após reunião do Conselho Nacional de Defesa (CND), e foi reposta a calma. Patrulhas mistas - formadas por militares portugueses e dos movimentos de libertação - colaboraram na «manutenção da ordem»
O CND, presidido pelo Alto-Comissário Silva Cardoso, general português, e os Estados Maiores do MPLA e da FNLA «ordenaram o regresso aos quartéis das tropas dos dois movimentos de libertação» - os dos presidentes, respectivamente, Agostinho Neto e o de Holden Roberto.
Raúl, Carvalho, Silva e Romão


Romão de Zalala, 70
anos em Setúbal !

O soldado José Fernando dos
 Santos Romão, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, festeja 70 anos a 25 de Março de 2022. Precisamente hoje!!!
Condutor auto-rodas de especialidade militar e já depois de jornadear pela mítica Fazenda Zalala, depois por Vista Alegre/Ponte do Dange, também passou pela cidade do Songo, antes de chegar a Carmona e, já em Agosto de 1975, a Luanda e do Campo Militar do Grafanil.
O seu nome, por razões que desconhecemos, não consta da lista de embarque dos Cavaleiros do Norte, nem da 1ª. CCAV. 8423, nem de qualquer outra companhia dos Cavaleiros do Norte, mas, por informação do furriel miliciano João Dias, sabemos que mora na cidade de Setúbal. É para lá que vai o nosso abraço de parabéns! 

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