CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 26 de março de 2022

5 753 - Patrulhamentos mistos em Carmona e granadas no Palácio do Governador em Luanda !

Grupo de militares da FNLA. Alguns deles terão feito parte dos patrulhamentos mistos
que, há precisamente 47 anos, se iniciaram na cidade de Carmona - a capital do Uíge
e «chão»  dos Cavaleiros do Norte do BCAV 8423. Foto de Carlos Letras

Agostinho Belo (do Retaxo, em Castelo Branco), Ângelo
Rabiço (de Vila Real, em Guimarães), José A. Querido
(Odivelas), Victor Guedes (de Lisboa e falecido a 16 de
Abril de 1998) e António Fernandes (Braga), cinco
furriéis milicianos da 3ª. CCAV. 8423 dos Cavaleiros
do Norte, a da Fazenda de Santa Isabel

Os patrulhamentos mistos - envolvendo os Cavaleiros do Norte (as NT da cidade e do Uíge) e ex-combatentes da FNLA e do MPLA -, começaram há precisamente 47 anos, na cidade de Carmona e assim se «ensaiando» o (que seria e não foi) futuro Exército de Angola. 
A experiência foi encarada com alguma expectativa: como se iriam dar os homens da FNLA (integrados no ELNA) e do MPLA (nas FAPLA), agora fazendo parte de uma mesma força, com militares portugueses e sob comando destes? Da UNITA (e da suas FALA), não se falava (não existia...) em Carmona. Essa quarta-feira foi tempo de preparação (psicológica) para tais patrulhamentos, basicamente fundamentada na experiência do dia 15 - quando se comemorou o Dia da FNLA, precisamente fazendo segurança a tais festividades. E tinha corrido bem.
Luanda, a capital angolana e a esse tempo de há 47 anos, é que «via» as coisas iam de mal a...mal! A imprensa do dia dava conta da explosão, na véspera, de duas granadas nos jardins do Palácio do Governador, sem quaisquer vítimas. mas também falava do posicionamento de militares da FNLA no cimo de alguns prédios e de, durante a noite, se terem  ouvido disparos de armas pesadas - sem se terem identificado os autoresA mesma FNLA, segundo o Diário de Lisboa, continuava a «fazer rusgas nos bairros suburbanos» e, em comunicado, convidada os seus apoiantes «a participarem hoje no funeral dos soldados que morreram nos recontros ultimamente registados nesta capital». Mais: o Comando do Sector do ELNA pedia, em comunicado, que «todos os militantes e simpatizantes guardem sangue, que o ELNA está convosco».
O mínimo gesto que se verificar contra os militantes e simpatizantes da FNLA, ou contra o ELNA, será considerado um desafio dos inimigos do povo. A guerra é um profissão. A morte é um destino. Liberdade e terra», concluía o comunicado.
Notícia do Diário de Lisboa de 26/03/1975, 
sobre os acontecimentos de Luanda, na véspera

As forças portuguesas 
e as forças mistas !


O almirante Silva Cardoso, Alto Comissário português (que na tarde de domingo anterior visitara a Delegação da FNLA da Avenida do Brasil, «duramente fustigada pelo tiroteio da manhã e tarde desse dia»), emitiu (a 26) um comunicado/apelo aos movimentos de libertação no sentido de «as respectivas forças recolherem aos quartéis, sendo a sua missão de vigilância cumprida através de patrulhas e participação em patrulhas mistas, sob as ordens do comandante operacional de Luanda»
Asseverava Silva Cardoso que «as forças portuguesas e as forças mistas actuarão severamente contra todos os civis portadores de armas de guerra, cuja presença vem sendo constantemente notada anos últimos incidentes».  
O MPLA reclamava «a retirada imediata, de Luanda, das forças dos movimentos de libertação não incluídas no processo de constituição das forças mistas» e os ministros do Interior (Ngola Kabamgu, da FNLA) e da Informação (Rui Monteiro, do MPLA) pediram «o regresso à calma»
José A. Moura
Pedir, pediram! Só que...

Moura, clarim de Zalala,
70 anos em Sesimbra !

O soldado José de Azevedo Moura, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, festeja 70 anos a 26 de Março de 2022. Hoje!
Clarim de especialidade militar, jornadeou pela Fazenda Maria João, em Zalala, e depois por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, antes de passar pelo Campo Militar do Grafanil e, a 9 de Setembro de 1975, regressar a Portugal.
Fixou-se inicialmente na Sertã, no lugar de
 Casal de Loivos, freguesia de Casal de Corvos, de onde era (é) natural, e sabemos, por informação do furriel João Dias (TRMS de Zalala), que a vida profissional o levou para sul (além Tejo)  e que reside na Quinta do Conde, em Sesimbra. 
É para lá, e para ele, que vai o nosso abraço de parabéns!

Sem comentários:

Enviar um comentário