CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 3 de maio de 2022

5 791 - Os incêndios provocados nas bermas das picadas do Uíge angolano de há 48 anos!


O furriel Américo Rodrigues (falecido, de doença, a 
30 de Agosto de 2018 e em Vila Nova de Famalicão)
e um incêndio provocado na picada de Zalala

As picadas do norte uíjano de Angola (ou quaisquer outras) eram caminhos de medos e sementeiras de perigos. 
Quantos corações por lá arfaram, em corpos molhados de suores frios e de morte!!! E quantos de nós por lá perderam a vida, vítimas de emboscadas, de minas, de deflagar da metralha, das rajadas de mortes, dos obuses, das gradas, das minhas e das armadilhas!!
A segurança das picadas era essencial. O inimigo poderia espreitar-nos atrás de uma árvore gigante, ou escondido no capim imenso por logo onde poderia desaparecer dos nossos olhos. Por ela, pela picada, se fazia tudo. Até se provocavam incêndios.
O furriel Américo Rodrigues, que por Famalicão nasceu e fez vida - infelizmente e de doença falecido a 30 de Agosto de 2018! -, foi um dia encomendado para atear as margens da mítica picada da Zalala! Como nos recordou há 10 anos!
«E logo eu, que não percebia nada de incêndios», recordou ele, então e 38 anos depois.
A verdade é que, embora de imediato questionasse a ordem recebida, lá a cumpriu.
«Vais fazer uma queimada ao capim, na picada de Zalala», foi-lhe instruído, para determinado local.
A tarefa não tão fácil como se possa pensar mas ordens são ordens e são para se cumprirem e ele cumpriu-as. «Primeiro, tínhamos de verificar de que lado estava o vento e só depois ateávamos o fogo. O problema poderia ser o vento e o fogo virar-se contra nós», lembra o Rodrigues, a falar de memória das labaredas que lambiam as matas, em áreas de muitos quilómetros quadrados.
Agora, 38 anos depois, entende melhor o objectivo: «Evidentemente que, depois do capim queimado em volta da picada, ficávamos com ângulos de visão muito superiores, nos espaços envolventes, e isso era fundamental para a nossa defesa. Por vezes só depois de executarmos alguns trabalhos, que à primeira não entendíamos, dávamos posteriormente o seu valor e eficiência para a nossa estadia por aquelas bandas», opinou o Rodrigues - que hoje recordamos com saudade!
C. Almeida e Brito e esposa,
D. Maria Isabel, no encontro
da CCS de 1997, em Penafiel


D. Isabel, viúva de Almeida e 
Brito, faleceu há 7 anos !

A viúva do comandante Carlos Jos
e Saraiva de Lima Almeida e Brito, a senhora dona Maria Isabel, faleceu a 3 de Maio de 2015, há 7 anos e de doença, em Lisboa.
A nossa querida amazona maior participou nos encontros dos Cavaleiros do Norte de 1995 (em Águeda) e 1996 (em Leiria), ambos a nível de Batalhão, e no de 1997, da CCS (em Penafiel), sempre neles irradiando enormíssima simpatia e afecto para com os combatentes do último comando de guerra colonial do senhor seu marido, o então tenente-coronel Almeida e Brito. 
O comandante do Batalhão de Cavalaria 8423, tenente-coronel de Cavalaria no nosso tempo e então já general, faleceu a 20 de Junho de 2003, de morte súbita e no decorrer de um passeio a Espanha. Aos 76 anos! 
Regressado a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, com a CCS, exerceu depois e entre outros cargos, os de comandante da Polícia Militar (em Lisboa), 2º. comandante da Região Militar Centro (em Coimbra), 2º. comandante geral da GNR e comandante da Região Militar Sul (em Évora).
Hoje, ambos recordamos com saudade, aqui deles fazendo memória! RIP!!! RIP!!!
Jesuíno Fernandes
Pinto nos anos 2000
Jesuíno Pinto
furriel miliciano

em 1974/75

Jesuíno, furriel de Aldeia
Viçosa, faleceu há 5 anos !

O furriel miliciano Jesuíno Fernandes Pinto, da 2ª. CCAV. 8423 dos Cavaleiros do Norte, a de Aldeia Viçosa, faleceu há precisamente 5 anos, no dia 3 de Maio de 2017.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, nasceu a 29 de Setembro de 1952 e apresentou-se em Aldeia Viçosa, a companha do capitão miliciano José Manuel Cruz, em Agosto de 1974. Há quase, quase 48 anos!
Regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975 e fixou-se no seu natal lugar de S. Braz, na freguesia de Parada do Gatim, concelho de Vila Verde. Por lá viveu, sempre ligado ao movimento associativo desportivo, social e radiofónico, e lá faleceu, de doença e há precisamente 5 anos! 
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!

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