CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 14 de maio de 2022

5 802 - A luta entre movimentos angolanos! O «turismo» militar às Quedas do Duque de Bragança!

As Quedas do Duque de Bragança, em Maio de 1975, quando por lá turistaram Cavaleiros
do Norte do BCAV. 8423. Agora se chamam Quedas do Calandulo

Cavaleiros de Zalala em excursão a Malanje e às Quedas do Duque
de Bragança. De pé, Almiro Brasil, João Dias (furriel), Lains dos
Santos (alferes), Évora Soares (furriel), Carlos Carvalho (1º. cabo
enfermeiro) e António Lopes Agra (Famalicão). Em baixo,
Carlos Costa (TRMS) e Fernando Silva (Mamarracho)

Os meados de Maio de 1975, à volta dos Cavaleiros do Norte do BCAV -. 8423, foram tempos em que cada vez mais se iam levedando nossas esperanças de voltar a Lisboa. Lá por Carmona, a capital do Uíge, mal adivinhávamos o tempo que ainda teríamos pela frente.
«Pareceria que o fim tácito de vários anos de guerra traria como consequência situações de acalmia em todo o território», admitia o livro «História da Unidade», de que nos socorremos.
As operações militares tinham acabado e a rotina dos operacionais passava pelos serviços de ordem, nos aquartelamentos; pela garantia de segurança no tráfego rodoviário (desimpedindo troços onde, algumas vezes, se assaltava e roubava, agredia e ameaçavam pessoas, se destruíam bens e se despejavam ódios mal curados), pelos patrulhamentos na cidade e, no meu caso, também de serviços de Polícia de Unidade (PU) - a versão de Polícia Militar (PM) da cidade capital do Uíge.
Uíge que, para «a bem ou a mail= como relarao «História da Unidade,, era «terá que ser terra da FNLA«, iq eu levava a que «não será bem aceite no seu solo qualquer outra opção política», razão por que «resulta permanentes quezílias entre movimentos, as quais dia a dia vão tendendo a aumentar».
Bem isso iríamos sentir na pele e na alma, principalmente na primeira semana de Junho desse ano de 1975.
O alferes Machado, da 2ª. CCAV. 8423,
nas Quedas do Duques de Bragança

Turismo militar às 
Quedas do Duque de Bragança!

O tempo era também de turismo... militar.
As unidades do BCAV. 8423 organizavam excursões em Berliets e o destino mais desejado e procurado eram as majestáticas Quedas do Duque de Bragança. Agora denominadas Quedas de Calandula, situadas no rio Lucala (o mais importante afluente do Cuanza ) e com uma extensão de 410 metros e uma altura de 105, sendo as segundas maiores de África.
Também por lá cirandou as várias companhias passeios,  a CCS, por exemplo, ainda quando jornadeava pelo Quitexe.
O (ex-alferes) Machado e a sua gente dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa, também por lá vadiaram passeios turísticos, neles afogando as saudades da família, das namoradas, das mulheres e dos amigos, dos seus chãos natais. Aqui o vemos, na todo mesmo acima, em data indeterminada e em pose hollyoodesca, aperaltado e mostrando-se junto à placa da entrada de Duque de Bragança. A foto de cima (a das Quedas) é de sua autoria.
Também os Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAC. 8423, a de Zalala, Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona (na segunda foto) e os da 3ª. CCAV., a da Fazenda Santa Isabel, do Quitexe e também de Carmona.
Assim iam os dias da jornada uíjana dos Cavaleiros do Norte, pelos tempos de Maio de 1975. Há 47 anos!!! Bons velhos tempos!
O 1º. cabo José Louro, 

Louro, 1º. cabo sapador
da CCS, faria hoje 70 anos !

O 1º. cabo José Adriano Nunes Louro, sapador de especialidade militar, faria hoje 70 anos. Hoje, que é dia 14 de Maio de 2022.
Nascido em 1952, faleceu, por suicídio  23 de Julho de 2008 e aos seus quase (56)  anos de idade.
Cavaleiro o Norte da CCS do BCAV. 8423 e do pelotão comandado pelo alferes miliciano Jaime Ribeiro, jornadeou pelo Quitexe e Carmona, na nossa aventura que foi a jornada africana do norte uíjano de Angola.
Regressou ao Casal do Pinheiro, na freguesia de Casais, em Tomar, casou e teve um filho (que é 1º. sargento do Exército). 
A doença «roubou-lhe» a esposa (cancerosa) e ele mesmo, pouco tempo depois - no dia 23 de Julho de 2008, há quase 14 anos -, de desgosto e com a mesma doença igualmente incurável (que lhe foi diagnosticada) optou pelo suicídio - opção que deixou explicada num dramático e corajoso documento escrito e nos foi contado pelo filho: «Para não sofrer, nem fazer sofrer a família».
Hoje o recordamos com imensa saudade e respeito! RIP!!

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